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Transtornos Do Tdah

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Por:   •  10/7/2014  •  4.192 Palavras (17 Páginas)  •  342 Visualizações

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RESUMO

Este trabalho procura olhar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) por um ângulo diferente do que se encontra na maioria dos artigos científicos. Por meio de pesquisas realizadas em uma clínica-escola, buscou-se entender o TDAH como ele de fato é, validando em muitas situações a teoria e desmistificando o transtorno em outras. Apesar de muito falado e especulado, esse transtorno ainda confunde muitas pessoas, principalmente no ambiente escolar, onde crianças portadoras de Distúrbios de Aprendizagem geralmente são vistas como portadoras de TDAH. Diante desses fatores nota-se a importância de estudá-lo na prática clínica, onde será diagnosticado corretamente.

PALAVRAS-CHAVE: TDAH; Hiperatividade; Desatenção; Criança

INTRODUÇÃO

O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) tem como principais características a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade, neste artigo será trabalhado o tema: “O processo de encaminhamento e psicodiagnóstico do TDAH na clinica-escola do Centro Universitário do Norte Paulista (UNORP)”.

O assunto foi escolhido por ser pouco estudado na prática clínica e por gerar muitas dúvidas em pais e profissionais que, por falta de informação, ao invés de ajudar acabam rotulando a criança.

Para melhor compreensão é necessário saber um pouco de sua história. Em 1902, crianças que apresentavam comportamento agressivo, desafiante, indisciplinado, cruel, com dificuldades na atenção e com pouco controle foram descritas pelo médico inglês George Frederick Still como tendo um “Defeito no Controle Moral”. O médico sugeriu que essas crianças tinham uma dificuldade na inibição de respostas aos estímulos e identificou algum tipo de influência hereditária.

Posteriormente, Meyer (1904) e, ainda, Goldstein (1936) observaram comportamento similar ao descrito por Still em crianças que haviam sofrido lesões cerebrais traumáticas e sugeriram os termos Distúrbio Orgânico do Comportamento e Lesionado Cerebral. Passaram a utilizar o rotulo de Lesão Cerebral Mínima (LCM).

Em 1937, Bradley observou que a administração de anfetamina, droga estimulante do sistema nervoso central, produzia, nestas crianças muito agitadas, um efeito calmante com melhora do quadro, e esta resposta foi interpretada como uma “reação paradoxal”, pois era oposta ao que seria de se esperar. Esta “reação paradoxal” foi considerada por muitos profissionais como uma verdadeira prova terapêutica, pois afirmavam que a criança ou adulto que demonstrasse um efeito calmante após receber anfetamina seria um Lesionado Cerebral, enquanto que os sujeitos normais deveriam demonstrar um efeito estimulante.

O termo Hiperatividade para se referir a estas crianças foi introduzido por Laufer e Denhoff, em 1957, e por Stella Chess, em 1960. A denominação de LCM foi abandonada posteriormente, após a realização de um encontro em Oxford (Inglaterra), durante o qual se optou pela utilização do termo Disfunção Cerebral Mínima (DCM),

Em 1980 o distúrbio de déficit de atenção foi incluído no DSM-III (Associação Americana de Psiquiatria, 1980). A terminologia foi modificada desde então, e a nomenclatura de diagnóstico atualmente em uso é “Distúrbio de Déficit de Atenção com Hiperatividade” (Associação Americana de Psiquiatria, 1994).

Atualmente o TDA, com ou sem Hiperatividade, é considerado um dos problemas comportamentais crônicos da infância mais comuns. Sua identificação aumentou exponencialmente nos últimos anos, e o número de crianças que recebem medicação estimulante por conta deste diagnóstico é crescente e preocupante. Ou estamos diante de uma situação em que o problema é mais diagnosticado porque estamos mais conscientes dos sinais e sintomas que o caracterizam, ou o conceito do TDAH é entendido por alguns de modo tão abrangente que acaba sendo aplicado a muitos indivíduos que, na verdade, não apresentam esta condição (Schwartzman, 2001).

O TDAH pode ser caracterizado como um transtorno neurobiológico diagnosticado em crianças, na maioria dos casos, durante a primeira infância e que dura por toda a vida. O DSM-IV o divide em quatro subtipos, apresentando uma série de critérios diagnósticos para diferenciá-los, são eles:

Tipo predominantemente desatento: seus sintomas são aqueles vistos dentro do que se pode colocar como desatenção, onde o indivíduo não presta atenção a detalhes, não participa de atividades onde lhe são cobrados grande esforço mental, parece não ouvir quando falam com ele, tem dificuldade de organizar tarefas, entre outras características.

Tipo predominantemente hiperativo/impulsivo: neste tipo são vistos concomitantemente os sintomas da hiperatividade e da impulsividade, vistos em pessoas extremamente agitadas, “aceleradas”, que não conseguem ficar paradas, têm necessidade de estar se movimentando todo o tempo, não esperam sua vez em filas, não param de falar, não concluem tarefas, respondem antes de ouvir a pergunta, enfim, pessoas inquietas.

Tipo combinado: indivíduos que apresentam todos os sintomas dos critérios diagnósticos ao mesmo tempo.

Tipo não – especifico: assim chamado por não haver sintomas suficientes para diagnosticar o transtorno, porém há prejuízos no dia a dia.

Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), a frequência com que ocorre o transtorno é cerca de 03 a 10% da população infantil, não havendo grandes diferenças entre meninos e meninas, porém nas clínicas e consultórios médicos vê-se mais meninos com esta queixa, uma possível razão para isso é o fato de os meninos com sintomas de TDAH incomodarem muito mais os adultos do que as meninas, dessa forma a procura por ajuda profissional se torna maior.

Crianças portadoras de TDAH apresentam os sintomas em diversos ambientes, porém encontram suas maiores dificuldades na escola, pois a desatenção e a impulsividade atrapalham muito a aprendizagem, inclusive há pessoas que vêem o TDAH como um tipo específico de problema de aprendizagem. Há escolas ainda que enxergam o aluno com TDAH como o “aluno problema”, preguiçoso e mal educado, tratando-o dessa forma sem buscar conhecer as verdadeiras causas que levam a esse tipo de comportamento. Devido a isso se faz necessário que os pais, conscientes da situação de seu filho, procurem uma escola que busca desenvolver o potencial específico de cada aluno em vez de uma que vise determinado tipo de

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