USO DO SOLO NA REGIÃO DO MÉDIO RIO DOCE
Monografias: USO DO SOLO NA REGIÃO DO MÉDIO RIO DOCE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 5611 • 3/8/2014 • 3.746 Palavras (15 Páginas) • 761 Visualizações
FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – UNIPAC
DE GOVERNADOR VALADARES
CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL
USO DO SOLO NA REGIÃO DO MÉDIO RIO DOCE
VICTOR HUGO SOARES FRAGA
Governador Valadares/MG
Setembro/2013
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 2
2 MATA ATLÂNTICA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOCE 4
2.1 A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOCE 5
2.2 CONSERVAÇÃO AMBIENTAL NA BACIA 6
2.3 A MONODOMINÂNCIA DA AROEIRA NA REGIÃO DO MÉDIO RIO DOCE 8
2.4 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS 9
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 18
NTRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Na região do Médio rio Doce, assim como no Brasil, o processo histórico de ocupação de terras revestiu-se de um caráter predatórioque resultou na destruição de grande parte das formações vegetais originais. A palavrade ordem era o desmatamento visando à expansão da fronteira agrícola e“desenvolvimento a qualquer custo” (BARBOSA, 2006, apud LERF, 2007)).
Com os sucessivos ciclos de usodo solo, grande parte das regiões tropicais apresenta sua cobertura florestal nativaaltamente fragmentada e/ou restrita a pequenas porções de terra onde a expansãoagropecuária, a implantação industrial e a construção de grandes empreendimentos nãoforam possíveis (BARBOSA & MANTOVANI, 2000; RODRIGUES & GANDOLFI, 2004, apud LERF, 2007)). Há,portanto, extensas áreas que há tempos necessitam ser restauradas e redestinadas àconservação ou à preservação permanente.
A restauração de ecossistemas degradados é uma prática muito antiga, podendoseencontrar exemplos de sua existência na história de diferentes povos, épocas eregiões (RODRIGUES & GANDOLFI, 2004, apud MARTINS, 2010)), porém, só recentemente adquiriu o caráter deuma área de conhecimento, sendo denominada por alguns autores como Ecologia daRestauração (LERF, 2007)
Segundo Martins (2010) a Ecologia da Restauração incorporou conhecimentos sobre os processosenvolvidos na dinâmica de formações naturais, fazendo com que os programas derecuperação deixassem de ser mera aplicação de práticas agronômicas ou silviculturais de plantios de espécie perenes, visando apenas a reintrodução de espécies arbóreasnuma dada área, para assumir a difícil tarefa de reconstrução das complexas interaçõesda comunidade (RODRIGUES & GANDOLFI, 2004).
2MATA ATLÂNTICA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOCE
A Mata Atlântica, possuidora de complexa variedade biológica, aparentava grande pujança, um dossel médio de 30 a 35 metros de altura, com as mesmas espécies de árvores distribuindo com enorme dispersão. As árvores com troncos de diâmetros avantajados eram intercaladas por vegetação arbustiva, diversas espécies de samambaias, numerosas palmeiras, rica variedade de aráceas, bromeliáceas, orquidáceas, piperáceas e gesneriáceas (STRAUCH, 1955).
Em meados dos anos 50, as terras de floresta noMédio Rio Doce, foram ocupadas pela agricultura e pecuária. A princípio, as culturas agrícolas encontraram condições ideais para se expandir, porém não suficientes para se consolidar, antes de dar lugar à pecuária, como é corriqueiro na história da agricultura brasileira. Com a supressão das florestas, as terras foram tomadas pelo capim-colonião (PanicummaximumJacq. var.maximum) em um ritmo maior que o avanço da atividade humana. A gramínea africana encontrou condições topográficas e edafoclimáticasexcepcionais para se alastrar, o que também contribuiu o manejo praticado por agricultores e fazendeiros. O capim-colonião não diminui a força dos elementos socioeconômicos, marcados por relações de poder em que o fazendeiro levava nítida vantagem, porém, entender sua biologia contribui para a compreensão da configuração do território do rio Doce.
As pastagens substituíram as florestas e com a redução drástica da biodiversidade houve acelerado esgotamento dos solos, contribuindo para o processo as queimadas anuais, superlotação, sobrepastejo e excesso de pisoteio de animais (WENDLING,& ESPÍNDOLA, 2008).
A cobertura florestal conservou-se de forma significativa até o início dos anos 30 do século XX, concentrando-se nos anos seguintes a fase de devastação generalizada (STRAUCH, 1955).
A destruição da mata atlântica tem relação direta com a história da ocupação do território mineiro. Primeiro, o desmatamento teve como finalidade abertura dos territórios, visando à descoberta do ouro, como consequências ocorreram a corrida para o interior do estado e a construção das primeiras vilas, nos séculos XVI e XVII. Depois, com o esgotamento, vieram os canaviais, no século XVIII e um pouco mais adiante no tempo, a destruição das florestas para a implantação das lavouras de café.
A floresta pluvial tropical possuía uma biodiversidade complexa, quelhe garantia eficiência, porém a custa de um equilíbrio frágil. O clima seco,a baixa precipitação e a falta de excedente hídrico foram realidades enfrentadase vencidas pela floresta, que no desenvolvimento se impôs sobre oquadro adverso (WENDLING e ESPINDOLA, 2008).
Não se tem conhecimentode áreas em que o retorno das florestas às condições naturais tenha corrido em território brasileiro. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam o balanço de devastação da Mata Atlântica de 12.822 hectares no país entre 2010 e 2011, sendo que Minas Gerais e Bahia foram os estados que mais perderam vegetação .
2.1 A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOCE
A Bacia Hidrográfica do Rio Doce integra a região hidrográfica do Atlântico Sudeste, entre os paralelos 17⁰45’ e 21°15' de latitude sul e os meridianos 39°55' e 43°45' de longitude oeste, compreendendo uma área de drenagem de cerca de 83.400 km², dos quais 86% pertencem ao Estado de Minas Gerais e o restante
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