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Xadalu, O índiozinho Mais Famoso De Porto Alegre

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Por:   •  22/9/2014  •  412 Palavras (2 Páginas)  •  494 Visualizações

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“Xadalu, o índiozinho mais famoso de Porto Alegre”

Surgido como um personagem na cena de Street Art, criação do artista “Dione”, Xadalu tem tomado conta da cidade. Espalhado através de adesivos e lambe-lambes em muros, placas de trânsito, corredores de ônibus e postes de luz, a figura do índio representa não somente uma “arte”, mas principalmente apela a um discurso em torno das condições em que os índios estão submetidos, principalmente do esquecimento por parte do Estado .

Atualmente, a obra não se encontra apenas nas ruas a fora, mas também dentro de ambientes institucionalizados como está acontecendo neste período no Museu dos Direitos Humanos do Mercosul, fazendo parte da exposição temporária “Deus e sua Obra na América Latina”. O acervo comunica ao redor dos pontos herdados das quase três décadas de ditadura civil-militar em que os países sul-americanos vivenciaram.

Em uma das primeiras salas do prédio, encontra-se centralizado o objeto de estudo. A sala, com uma temática que aponta e discute os diversas dificuldades que os nativos vêm enfrentando durante sua convivência forçada com o homem branco, como os campos de trabalhos forçados ou até mesmo os genocídios que ocorrem desde a chegada dos europeus no continente e ao perderem suas terras para os latifundiários. O Xadalu foi idealizado como locutor de um protesto silencioso, aparecendo como agente de conscientização coletiva.

Visando reverberar a questão da cultura, a qual os povos que apesar dos grandes problemas, ainda se mantém vivos e de estarem jogados à margem tanto pelo Estado quanto pela sociedade. Na conversa entre a rua e o museu, observamos a importância de valorizar e de se apropriar desse estilo de comunicação, que antigamente era tida como parte de uma cultura marginal, para uma acessibilidade maior aos discursos à serviço das causas de nossa época como apresentou a autora Cristina Bruno, que fala das instituições museológicas estão se abrindo para certas questões e uma delas seria a valorização dos ícones urbanos.

Das responsabilidades estabelecidas aos museus, a salvaguarda desse objeto para preservar a memória e a identidade das gerações indígenas, marca o discurso de que a diversidade deve ser respeitada e que impõe um valor de patrimônio a esta obra no momento que ressignifica sua representação dentro da instituição.

Fotos Xadalu https://www.flickr.com/photos/xadalu/

BRUNO, Cristina. Os museus servem para trangredir: um ponto de vista sobre a museologia paulista. In: SISEM SP (org.). Museus: o que são, para que servem? São Paulo: ACAM Portinari;

Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, 2011. p. 29-42

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