Ética E Sustentabilidade, Os 7's: Estratégia E Estilo (Cultura)
Artigos Científicos: Ética E Sustentabilidade, Os 7's: Estratégia E Estilo (Cultura). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: iarazorzal • 6/10/2013 • 1.897 Palavras (8 Páginas) • 845 Visualizações
Exercício – Ética e Sustentabilidade: Unidade 2 Aluna: Iara D'Ávila Zorzal
Questão: ESCOLHA 2 (duas) variáveis independentes e EXPLIQUE sua importância na criação de um Código de Ética
Variáveis escolhidas: Estratégia e Estilo (Cultura)
Texto:
Para entender como a ética se dá dentro de um ambiente empresarial é preciso relembrar a unidade um do livro Ética e Sustentabilidade (UENO, 2013). Nesta, tem-se a ética como o estudo da moral, sendo esta praticada pelos seres humanos. Evoluindo nesse capítulo descobre-se que a ética constitui-se em um campo maior do que o da moral, englobando-o, de forma que a primeira se torna o desenvolvimento reflexivo filosófico das nossas ações morais. “a ética se caracteriza como o estudo do comportamento moral em sociedade, capaz de viabilizar o bem, rumo ao atingimento da felicidade, além de intentar ser universal.” (UENO, 2013, p.9)
Flusser (2007) aponta a ética como sendo a forma de encarar suas atividades com responsabilidade, evitando, assim, que a sociedade não caia em uma situação na qual ninguém responde mais pelos seus atos. Tem-se, então, a busca pelo bem comum, a partir da noção das consequências de suas ações para com a comunidade. Ao levarmos os questionamento éticos para o mundo empresarial teremos:
Assim, subentende-se que a ética, mesmo que relativa em algumas situações, é um objetivo comum de um determinado grupo de seres humanos. O código de ética de uma determinada empresa, por exemplo, pode ser entendido como os princípios que essa empresa, constituída por pessoas, escolhe seguir em seu dia a dia. Assim, tal código de ética seria um objetivo comum do grupo de seres humanos que a constituem. (UENO, 2003, p.18)
Sabendo que a ética visa o bem comum, é normal questionar se uma
empresa ao manter-se dentro de seus valores morais será passível de manter sua lucratividade. Esse pensamento permeou, e ainda perdura mesmo que enfraquecido, por durante décadas no meio industrial e empresarial. Porém, tem-se percebido “nos últimos 10 anos a aproximação da área de estratégia, em especial nos EUA, do tema responsabilidade social empresarial” ( FARIA & SAUERBRONN, 2007, p.7)
Para alguns autores contemporâneos, como Francisco G. de Matos (2007, p.1), “Ser ético (... ) Para pessoas e organizações é questão de sobrevivência”. Matos afirma que a ética ganhou status de respeitabilidade, sendo apontada como um forte fator diferencial de qualidade e conceito público.
Consciente da evolução da importância da ética dentro do universo empresarial, um dos 7S escolhidos para ser analisado foi o da estratégia (strategy), visto que esta busca colocar a empresa em um alto patamar perante seus clientes e concorrentes. Sendo assim, não só tem-se a estratégia como uma variável importante para a concretização de um código de ética, como se tem a existência e prática do mesmo como um tipo de estratégia.
Para uma melhor compreensão, sabe-se que estratégia empresarial é:
“conjunto de objetivos, finalidades, metas, diretrizes fundamentais e os planos para atingir esses objetivos, postulados de forma a definir em que atividades se encontra a empresa (negócio) que tipo de empresa ele é ou deseja ser (missão)” (HAMEL, 2001, p.1)
Sendo assim, as decisões estratégica de uma empresa podem ir de encontro, ou não, com seus conceitos éticos, o que normalmente acontece quando se pensa em lucratividade a curto prazo. O pensamento econômico, de acordo com Sousa (2006, p.38) adquiriu, durante seu processo evolutivo, características mecânicas, tendo como objetivo básico maximizar o produto no curto prazo, não importando o passado ou futuro. Portanto, se a estratégia for simplesmente econômica, a tendência da empresa será pensar de forma
isolada das outras esferas, e tratar-se como atemporal, o que, de acordo com o modelo dos 7S, sabemos ser inaplicável. O princípio deste modelo é que nenhum elemento é desassociado do outro, ou seja, cada micro alteração em um setor da empresa irá provocar mudanças em seus conseguintes, fazendo com que o pensamento em curto prazo se torne inútil para a sobrevivência duradoura da empresa.
Percebe-se portanto, que o raciocínio estratégico da empresa não pode galgar-se somente na parte financeira da mesma, porque se assim o fizer vários valores considerados amorais serão ignorados durante a definição do código de ética da empresa. Para que o sistema funcione é necessário um desenvolvimento estratégico a longo prazo, que irá pesar todas as consequências e resultados dos atos realizados pelos funcionários e maquinários da empresa.
A formulação e implementação de estratégias empresariais é um processo de gestão visando à tomada de decisão a médio e longo prazos, envolvendo decisões relativas à definição de negócios (produtos, serviços, clientes alvo, posicionamento, etc.), objetivos e, muito em especialmente, os fatores críticos de sucesso. (CAVAGNOLI, 2009, p.1)
Casos como o da Chevron e o do Kit kat, chocolate da Nestlé, comprovam que estratégias de mercado podem culminar em grandes falhas éticas, e estas últimas podem render sérios prejuízos à empresa. De acordo com o jornal da Band, o vazamento de petróleo nas plataformas no litoral do Rio provoca mais danos éticos do que ecológicos:
“A Chevron não investiu o necessário para impedir que acontecesse um desastre ambiental. Além disso, mentiu para as autoridades brasileiras ao alegar que tomou as precauções devidas e ao tentar responsabilizar a Petrobras. Houve uma falha moral e ética muito grande”. (MENDES, 2011, p.1)
Esse case demonstra uma clara preferência por questões econômicas, do que por segurança ambiental. A definição estratégica da empresa era puramente lucrativa, o que provocou um descaso da mesma em relação ao
desenvolvimento ecologicamente sustentável. Vê-se claramente que a tática da empresa não levou em consideração a ética de seus stakehoulders, raciocinando somente de forma interna ignorou os valores morais de quem mais lhe interessava.
Já a Nestlé se deparou com denúncias do GREENPEACE, essas afirmam que a indústria de alimentos financia desmatamento para conseguir o óleo de Palma, base do seu famoso produto Kit kat.
A Nestlé, que sustenta essa atividade comprando óleo de palma da Indonésia para produzir chocolates como o Kit kat, foi o alvo das manifestações no continente europeu, parte de uma campanha global que o Greenpeace lança hoje contra a companhia. A Nestlé
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