A BANDA FILARMÔNICA
Por: aparecida00000 • 20/11/2016 • Trabalho acadêmico • 660 Palavras (3 Páginas) • 455 Visualizações
BANDA FILARMÔNICA
Pensar em filarmônica remete-se a saber seu significado raiz, o qual etimologicamente é provenientes do francês “ philharmonique”. Por sua vez, segundo o “Grande Dicionário Contemporâneo Francês-Português” de Domingos de Azevedo, 1ª Edição, de 1887-1889, “philarmonique” significa “sociedades de amadores de música”. Nessa linha de pensamento, pode-se afirmar que, da palavra filarmonia surgem-nos dois vocábulos: “philos”, que quer dizer, “amigo” e “harmonikos”, harmonia. Desta forma, na palavra “harmônico”, eis a raiz harmonia e o sufixo “ ico” do latim “ icu”, que significa pertença, relação. Logo, filarmônica será o que tem relação com à harmonia. Seguindo este de pensamento, "as bases harmônicas são, entretanto, fundadas nos acordes da harmônia tradicional tonal da filarmônica. Naturalmente, tendo sempre a sustentação harmônica e melódica de instrumentos musicais" (IKEDA, 1994, p.179).
Entender o que é uma Banda Filarmônica parte do pressuposto de entender o que seja arte, assim como as manifestações culturais musicais, uma vez que uma banda filarmônica inclui todos esses elementos. Desta forma, sabe-se que a arte é a expressão conjunta de histórias, culturas e emoções, produzida por talentosos artistas, tradutores da beleza e do valor do nosso povo e da nossa terra. A arte é a representação de uma opinião, de uma forma de ver e pensar, pode se dar de diversas maneiras: escultura, escrita, pintura, música, plástica, dentre outras. Em um sentido mais amplo, para Gomes (2008), as atitudes e visões de mundo estão relacionadas a arte e a cultura, então, depreende-se “assim, a sociedade em suas parcialidades ou em sua totalidade se rege por um modo de ser coletivo que é partilhado com seus membros” (GOMES, 2008, p.45).
As bandas filarmônicas que em algumas regiões do Brasil são chamadas apenas de bandas de música, são um modelo de instituição musical recorrente em diversas localidades do Brasil, algumas subsistindo há muitas décadas, conforme afirma Liberato (2014). Consolidando assim, segundo Mendes e Blanco (2007), como uma tradição duradoura, como grupos instrumentais, no âmbito da execução e no treinamento musical de seus futuros integrantes. Lembrando que, nas bandas filarmônicas o método de ensino, baseado na instrução musical, se concretizava através de aulas tutoriais, com o objetivo de transmitir conhecimentos musicais, Mendes e Blanco (2007).
Diante das considerações expostas, a Banda Filarmônica segundo Lameiro traduz-se num:
conjunto de instrumentistas de sopro e percussão, amadores, associados em colectividades a partir de meados do século passado no nosso país, que atuam com fardas mais ou menos próximas das militares, numa grande diversidade de acontecimentos públicos, profanos ou religiosos” (Lameiro, 1997, p. 2).
Nesse diapasão, Liberato (2014), colabora ao enfocar que as bandas filarmônicas eram uma forma de adaptação ou reapropriação desse símbolo sonoro desempenhado pelas bandas militares, que tinham participação em grande parte das cerimônias da monarquia.
Ainda, é importante frisar no que concerne a origem, gênese das bandas filarmônicas, as quais segundo Carvalho:
Embora surjam, essencialmente, após a Revolução Francesa, podemos ir até origens muito mais remotas que se perdem na noite dos tempos. Desde que os seres humanos começaram as lutas fratricidas, com uso de meios bélicos, eis que a música foi aliada, como meio de incentivar a força, a coragem e, como forma de lazer, lúdica, nos intervalos entre as guerras. Nesse contexto e mais tarde surgem as fanfarras, constituídas por instrumentos de embocadura e de percussão, usadas pelos militares. Também, aqui, surge a necessidade de evoluir e criam-se as Bandas militares, que, em parte, acabaram por ser a fonte de recrutamento e de inspiração para as filarmônicas. Encontramos Bandas militares desde o Século XVIII, as fanfarras são anteriores, enquanto as Filarmônicas se generalizam no século XIX. Contudo, elas já existiam desde finais do século anterior. (Carvalho, 2009, p. 2)
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