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A Cabeça de Milton Machado

Por:   •  30/9/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  602 Palavras (3 Páginas)  •  332 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA DE BELAS ARTES
CURSO DE HISTÓRIA DA ARTE
[pic 1]

A Cabeça de Milton Machado.

Trabalho apresentado pela aluna Laura Ludwig Alves para a disciplina de Crítica de Arte II, ministrada pelo professor Paulo Venâncio.

DRE: 112217355.

Rio de Janeiro
2014.

Recentemente o Centro Cultural Banco do Brasil expôs mais de 100 obras de Milton Machado, dentre elas muitos desenhos, pinturas, vídeos, fotografia e esculturas – produzidas entre 1969 e 2014, trazendo trabalhos inéditos. Essa mostra denominada Cabeça tinha como objetivo comemorar os 45 anos de trabalho do artista com uma retrospectiva. Durante a exposição foi lançado o livro-catálogo com o mesmo nome que acabou contemplando parte significativa de suas obras, com imagens de seus principais trabalhos acompanhados por textos críticos, analíticos e históricos.

        O artista carioca faz parte de uma geração de artistas presentes nos anos 1970, aonde a produção é marcada pela forte investigação conceitual e pela experimentação. Diante desse panorama suas obras seguem por um caminho próprio, fazendo com Milton construísse uma “teoria” sobre o fazer artístico, unindo a universalidade conceitual e o discurso autoral, a dimensão política e a poética.

        Seu trabalho tem como característica a organização de elementos em série e com isso os espaços da exposição absorvem um caráter de instalações. Como um grande exemplo disso temos as esculturas “Módulo de Destruição” e o “Nômade” numa nova versão (1990-2010-2014) que foi instalada na rotunda do Centro Cultural, a qual fazem parte do trabalho “História do Futuro” que consiste em uma fábula urbana que mistura teoria crítica, arquitetura e planejamento urbano, fazendo o espectador pensar e discutir sobre os movimentos dinâmicos e imprevisíveis da vida em uma cidade feita na ficção.

        A escultura “Módulo de Destruição” se compreende num enorme cubo de ferro cde 3,80 metros de lado, aonde Milton acredita fazer parte de um Mundo-mais-que-Perfeito que foge das categorizações e se faz necessário de invenção, para que se pudesse falar do Mundo Imperfeito e do Mundo Perfeito. Já o “Nômade” é um pedestal com uma esfera negra em seu topo, a qual atravessa a sombra que incide sobre ela, dando a impressão de aprisioná-la. Na “História do Futuro”, este ser nômade acaba de se mudar de uma Cidade-Mais-que-Perfeita onde o Ciclo de Destruição estaria para começar e se mantém assim até a eternidade.

        Ambas obras nós fazem pensar na nossa atual situação diante as cidades que desenvolvemos, ou seja, nós questionar e indagar se estamos agindo da forma mais correta: o homem se utiliza dos meios fornecidos pela natureza até se satisfazer suas vontades ou se esgotarem, logo após seu fim busca uma nova maneira num novo lugar, sem tentar repor ou melhorar o que foi usado.

        Sendo assim, o trabalho do artista se torna muito interessante pelo vulto que se toma ao criticar e tentar fazer uma reflexão sobre a sociedade. Ele consegue dar um tom lúdico, agregando algo fantasioso e brincando com o imaginário.

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