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A EDUCAÇÃO MUSICAL E A INCLUSÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS

Por:   •  17/4/2020  •  Artigo  •  3.067 Palavras (13 Páginas)  •  152 Visualizações

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UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

EMMANUEL WILSON DE CARVALHO

A EDUCAÇÃO MÚSICAL E A INCLUSÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS

JOÃO PESSOA-PB

2017

UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

A EDUCAÇÃO MÚSICAL E A INCLUSÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS

Artigo Científico Apresentado à Universidade Candido Mendes - UCAM, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Educação Musical.

JOÃO PESSOA-PB

2017

A EDUCAÇÃO MÚSICAL E A INCLUSÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS

Emmanuel Wilson de Carvalho

RESUMO

Este estudo propõe uma reflexão sobre a importância dos pais em procurar uma educação especial inclusiva e da utilização da música como forma de integrar à sociedade crianças com autismo por meio do aprendizado musical. A música auxilia no desenvolvimento motor, na aprendizagem e na socialização. O autismo é um transtorno infantil que pode acontecer nos primeiros anos de vida. As habilidades de uma criança autista podem variar de acordo com cada caso, dependendo tanto do nível intelectual, como da capacidade de comunicação verbal. É definido como um transtorno global do desenvolvimento, comprometendo o indivíduo na sua comunicação e interação social. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica, considerando as contribuições de autores como Bosa (2002), Bereohff (1991) e Nascimento. Buscou-se enfatizar a importância da música no desenvolvimento da criança autista. Concluindo ser uma ferramenta poderosa na integração e humanização do ensino dos indivíduos desse grupo.

Palavras-chave: Autismo. Música. Educação. Crianças.

Introdução

         O presente trabalho tem como tema a educação musical e a inclusão de crianças autistas. A dificuldade de desenvolver relações interpessoais e de se comunicar com o meio externo prejudica bastante no processo de aprendizagem e evolução da criança com síndrome de autismo.

Nesta perspectiva, elaborou-se questões que nortearam este trabalho:

  • A utilização da música para o ensino de crianças autistas é eficiente?
  • Qual o papel do professor e dos pais no processo de evolução do aluno?

         No decorrer do curso de primeiro grau, presenciei a forma como era tratada uma criança com síndrome de autismo que estudava no mesmo colégio. Os alunos não entendiam o motivo pelo qual aquela criança não falava com ninguém e ficava com a cabeça sempre para baixo, olhando para o chão. Os professores não tinham capacitação para lidar com crianças especiais e a única aula em que havia interação era a de música. É fascinante o poder que a música tem de envolver as pessoas, inclusive as autistas. A utilização da educação musical é importante para quebrar essas barreiras visando a melhoria no desenvolvimento das interações com o mundo exterior e a inclusão social através das atividades musicais na escola.  

          Conforme Kanner,

“São autistas as crianças que tem inaptidão para estabelecer relações normais com o outro; um atraso na aquisição da linguagem e, quando ela se desenvolve, uma incapacidade de lhe dar um valor de comunicação”. KANNER (1997, p.38)

        Uma das caraterísticas dos que têm o transtorno é o isolamento, a dificuldade de relacionamento com o meio em que vive torna difícil o processo de aprendizagem. A criança autista apresenta déficits na linguagem, coordenação motora e no pensamento cognitivo.

        Além disso, o espectro autista pode vir acompanhado de diversos sintomas, ou alguns de forma isolada, porém vai depender de cada caso concreto. Entre eles, os mais comuns são a falta de interação social, a dificuldade na comunicação bem como a deficiência intelectual, (Lorna Wing, 1979 apud Bosa, 2002).

        Se uma criança se desenvolve lentamente em qualquer campo, não devemos atribuir culpa a ela, mas, e sobretudo ao sistema precário de educação e ao convívio em um ambiente desfavorável. A relação que se estabelece entre educador e educando é alicerçada pelo princípio do aprendizado mútuo, não havendo uma verdade absoluta trazida pelo professor para a sala de aula, uma vez que o aluno já traz consigo conhecimentos prévios e, consequentemente, sua visão de mundo. (FREIRE, 1996).

       Neste contexto, o objetivo primordial deste estudo é investigar como a música promove uma forma mais clara e fácil de melhorar o relacionamento da criança autista com a família, as pessoas ao seu redor e o processo de aprendizado na escola.

        Para alcançar os objetivos propostos, utilizou-se como recurso metodológico a pesquisa bibliográfica, realizada a partir da análise pormenorizada de materiais já publicados na literatura e artigos científicos divulgados no meio eletrônico.

           O texto final foi fundamentado nas ideias e concepções de autores como: Bosa (2002), Gaurderer (1997), Gomes (2007), Kanner (1997), Lira, (2004), Mantoan (1997).

Desenvolvimento

        A palavra autismo é oriunda da junção de duas palavras gregas: “autos”, que significa “em si mesmo” e “ismo”, que significa “voltado para”, ou seja, o termo autismo originalmente significava “voltado para si mesmo” (LIRA, 2004; GOMES,2007). O autismo é um transtorno de desenvolvimento complexo, que aparece nos primeiros anos de vida e afeta o desenvolvimento do cérebro relacionado às habilidades sociais, de comportamento e comunicação. É uma doença física vinculada à biologia e à química anormais no cérebro.

        O autismo manifesta-se em tenra idade e persiste, normalmente, durante a vida adulta. Caracteriza-se também pela dificuldade de manter relações interpessoais, no desenvolvimento social e pela restrição do repertório de atividades e interesses. Gaurderer (1997, p.27) afirma que “o autismo é uma doença grave, crônica, incapacitante que compromete o desenvolvimento normal de uma criança”. Os indivíduos que têm essa síndrome são considerados pela legislação em vigor como deficientes físicos ou portadores de necessidades especiais. A Convenção de Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto n° 3.956/2001, classifica assim a deficiência física:

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