A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO: UM ESTUDO DE CASO
Monografias: A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO: UM ESTUDO DE CASO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: hpivoto • 13/4/2014 • 2.957 Palavras (12 Páginas) • 660 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO: UM ESTUDO DE CASO EM ESCOLAS DO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE VALE DO JIQUIRIÇÁ/BA
Aline dos Santos Lima
Instituto Federal Baiano
aline.lima@si.ifbaiano.edu.br
Isabela Santos Albuquerque
Instituto Federal Baiano
isabela.albuquerque@si.ifbaiano.edu.br
O presente trabalho é fruto de uma proposta interdisciplinar desenvolvida junto aos estudantes de primeiro semestre do Curso de Licenciatura em Geografia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano) Campus Santa Inês, no âmbito das disciplinas Evolução do Pensamento Geográfico (EPG) e Pesquisa e Prática Pedagógica I (PPP I).
O IF Baiano é uma autarquia criada pela Lei Nº 11.892 de 29 de dezembro de 2008 e consolidada, como Instituição, a partir da integração das Escolas Agrotécnicas Federais da Bahia e das Escolas Médias de Agropecuária Regional da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira. O IF Baiano espacializa-se no estado da Bahia, no sistema multicampia, em 10 Campi, a saber: Bom Jesus da Lapa, Catu, Governador Mangabeira, Guanambi, Itapetinga, Santa Inês, Senhor do Bonfim, Teixeira de Freitas, Uruçuca e Valença, sendo que sua Reitoria localiza-se na capital, Salvador.
O trabalho foi executado no Campus Santa Inês localizado no município de Santa Inês no Território de Identidade Vale do Jiquiriçá , conforme Figura 1. O citado Campus oferta cursos técnicos profissionalizantes integrados ao Ensino Médio há mais de quinze anos e cursos superiores, como a Licenciatura em Geografia, por volta de dois anos. O objetivo principal da pesquisa foi diagnosticar e analisar como são desenvolvidos os processos de ensino e aprendizagem da Geografia em escolas localizadas no Território de Identidade do Vale do Jiquiriçá. A realização do trabalho deu-se a partir de pesquisas bibliográfica e documental, a fim de buscar informações que contribuíssem para o conhecimento do Território do Vale do Jiquiriçá e também por pesquisa de campo, através da aplicação de questionários, visando colocar os estudantes da graduação, professores em formação, em contato direto com a realidade de um dos futuros ambientes de atuação: a escola. Como lócus para a fase de campo foram selecionados os seguintes municípios: Santa Inês, Ubaíra, Mutuípe, Cravolândia e Jaguaquara. O grupo de pesquisa foi composto por vinte e nove estudantes da turma 2011.2, distribuídos em equipes, que aplicaram 48 questionários, dialogando com gestores, coordenadores pedagógicos e professores de Geografia em escolas localizadas nos municípios abordados. As informações obtidas pelos estudantes foram discutidas coletivamente durante as aulas e também em momentos individuais, a fim de consolidar uma aprendizagem significativa sobre a temática de estudo.
Figura 1. Localização do Território Vale do Jiquiriçá – Bahia
FONTE: SEI.
A motivação em colocar os licenciandos, desde o primeiro semestre, em contato com o ambiente escolar e, principalmente, com a prática pedagógica em Geografia, deu-se pelo desejo de incentivá-los e instigá-los a conhecerem e refletirem sobre os desafios de ser professor, bem como de trabalhar com a referida área do conhecimento, aspecto fundamental, afinal, como sugere Cavalcanti (2005, p.72), “a tarefa de formação própria ao ensino de Geografia é a de contribuir para o desenvolvimento de um modo de pensar geográfico, que compõe um modo de pensar sobre o mundo e a realidade que nos cerca”. Os estudantes tiveram, portanto, a oportunidade de pensar criticamente sobre a docência no seu espaço de vivência – o Território do Vale do Jiquiriçá – à luz dos conhecimentos e indagações geográficas.
A atividade desenvolvida no bojo das disciplinas EPG e PPP I é de suma importância considerando-se que o público-alvo (estudantes de licenciatura) estivesse envolvido na reflexão e no exercício de princípios pedagógicos basilares, tais como a: interdisciplinaridade, a contextualização e a transposição didática. O que à primeira vista pode parecer simples torna-se mais complexo quando ainda se está conhecendo o exercício do magistério. Então, o diferencial foi buscar ir além da pesquisa bibliográfica para a investigação e definição dos citados princípios para a vivência e compreensão dos mesmos. As discussões realizadas no panorama de uma disciplina específica (EPG) foram enriquecidas e problematizadas, gradativamente, pela relação estabelecida com uma disciplina pedagógica (PPP I). Assim, naturalmente, os estudantes conseguiram apreender o significado e a prática dos princípios pedagógicos trabalhados. Essa ação foi mais instigante quando eles puderam ir a campo dialogar, observar e confrontar, com os diversos sujeitos envolvidos no processo (diretores, vice-diretores, coordenadores pedagógicos e professores de Geografia), constatando que o exercício do educar é um ato dialético, pois como aborda Vesentini (2005, p. 14, grifo do autor),
[...], educar para a liberdade não é apenas educar os outros, mas também a si mesmo, de forma permanente, aprendendo ao mesmo tempo que se ensina (ou melhor, que se leva os alunos a aprender). Só assim pode-se propiciar aos educandos que se tornem cidadãos plenos, agentes da história, sujeitos autônomos, críticos e criativos.
Os dados obtidos na fase de campo contribuíram para o diagnóstico e análise de como a Geografia é compreendida e articulada nas escolas dos municípios pesquisados e, por extensão, no Território de Identidade do Vale do Jiquiriçá (Ver gráficos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e Quadro 1). De forma geral, é possível inferir que embora os 48 entrevistados cogitem a necessidade e importância de desenvolver uma prática pedagógica dinâmica, contextualizada, capaz de valorizar os conhecimentos prévios dos estudantes, estimulando-os a pensarem e agirem de forma autônoma, muitas vezes, recaem em uma prática tradicional e descontextualizada.
A análise dos dados da fase de campo, apresentadas a seguir, permite traçar o perfil dos professores que trabalham com a disciplina Geografia. Os gráficos 1 e 2 possibilitam constatar que a maioria dos professores de Geografia é do sexo feminino (83%), além de estar, predominantemente, numa faixa etária entre 36-45 anos (45,8%). Uma informação adicional é que algumas dessas professoras, embora tenham a formação em Geografia, trabalharam
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