A Narração; Descrição; Dissertação
Por: Carlos Hgs • 6/8/2019 • Dissertação • 1.310 Palavras (6 Páginas) • 165 Visualizações
1) Narrativa.
Clarisse e seus bichinhos.
Clarisse mal podia esperar as férias na chácara dos avós.
Naquela manhã, aprontou a mochilinha rosa com seus pertences: escova de dentes, toalha, roupas, sapatos e sua inseparável boneca, Betinha.
O sol ainda nem tinha nascido, quando entrou no quarto dos pais gritando.
__Vamos gente, vamos acordar!
Uma hora depois, estavam chegando ao município de Mossâmedes, no interior de Goiás.
Na porta da casa antiga, Vô Bento e Vó Lídia, (e o cachorro Nicodemos), já esperavam pela netinha querida.
__Vem cá querida. Dá um beijo!
Abraçada e acarinhada pelos avós queridos, lambida pelo velho Nicodemos, voltou-se para o pai, que ainda desembarcava do automóvel.
__ Pode ir papai, vai com Deus! Cuidado na estrada.
Todos riram do “despacho” precoce da menina.
A chácara era tudo que Clarisse mais amava. A natureza, os bichos, as plantas. Todas as coisas eram suas melhores companheiras.
Não tardou em vestir sua bota cor-de-rosa, calça jeans, camisa de linho, e chapéu de palha. Queria ir correndo visitar Flora, a “Dona Vaca”. Já tinha sido avisada pela carta da avó, que a malhada estava de “bebê” novo, e seria ela a responsável pelo nome do “garoto”.
__ Olá dona Flora, como vai querida, muito leite para dar hoje? __ E num grito completou__ Nossa, seu filho é lindo! O nome dele será Chiquinho.
O bezerro, parece que entendeu de primeira que ali estava uma nova amiga, e foi chegando perto do cercado do curral, pedindo logo seus carinhos.
Neste mesmo instante, uma abelhinha pousou bem na frente dos olhos de Clarisse. Levantou uma das perninhas traseiras, e girou um pouco de lado, falando a linguagem que só as crianças entendem.
__ Que foi minha querida? Quer que eu te siga?
A abelhinha deu um salto sobre si mesma e voou lentamente para que pudesse ser seguida pela menina.
Primeiro parou em frente das flores de quiabo, que estavam fortes em seu amarelo vivo. E lá fez o seu trabalho, coletando matéria-prima para criar seu mel, e difundindo o polem em outras flores para gerar vida.
Depois levou a menina até o enxame. A casa estava parcialmente queimada, e havia marcas de enxada na colmeia.
__ Menina, o que fizeram com sua casa?
A abelha ficou triste, e mostrou a destruição feita pelo homem. Depois pousou perto de uma abelha bem maior, que estava quase morrendo, junto aos favos queimados.
__ Vou te salvar!__ E correndo de volta para a casa__ Vovô, venha cá! Precisamos salvar a Florinda e suas amigas.
Pegou a caixa de sapatos de sua botinha, e juntos foram para o terreiro.
__ Meu deus! Moleques malvados! Destruíram toda a colmeia para pegar um pouco de mel.
__O que podemos fazer, Vovô? Assim elas não podem mas fazer seu melzinho…
__Criaremos uma nova casa para elas na caixa de sapato.
Passaram a manhã inteira fazendo o artefato. A caixa pendurada por um prego, com um buraquinho de entrada, e colocaram delicadamente “Dona Florinda” lá dentro, um pouquinho água, e duas balinhas de caramelo. As outras abelhas foram chegando, e com elas a rotina da colmeia foi restabelecida.
__ Sabe Clarisse, as abelhas são os bichos mais importantes do mundo. É uma pena que as pessoas não entendam isso. Colocam veneno nas plantações, queimam suas casas. No dia que todas as abelhas deixarem de existir, não existirá mais o ser humano.
E os dias passaram. Clarisse, Betinha, Chiquinho, e até o preguiçoso Nicodemos corriam e brincavam livres pelo campo. Volta e meia, a menina chegava perto da nova casa de Florinda, e lhe mandava um beijo.
É assim! É esta a língua dos bichos, que quando crescemos, esquecemos de entender. O mundo seria mais perfeito se fosse cheio de “Clarisses” e seus bichinhos, e que lindo seria esse mundo!
Clarisse hoje é moça feita, prepara-se para casar. Ainda guarda recordação daquele tempo colorido. E mesmo tendo crescido, ainda entende a língua das abelhas, e cuida dos bichinhos, das plantinhas, pois acabou de formar-se no Curso de Ecologia.
2) Descrição
Machado aposentado.
O sol surgia vermelho no horizonte, iluminando aos poucos a casa de barro amassado.
No toco em frente da porta estava sentado o velho Tico, caneca de ágata numa mão, na outra um pedaço do bolo de fubá, feito na noite anterior por Sinhá Dora.
O velho esperava ansioso as primeiras luzes do novo dia, para esquentar o corpo gelado, e para seguir seu trabalho na roça.
As veias estufadas no braço magro, e as mãos grossas demonstravam que era homem de muito trabalho. Trabalhou no campo a vida inteira. Antes cortava árvores, hoje as planta.
E escalando o morro, o sol começou a surgir, trazendo consigo o calorzinho gostoso da manhã, aclareando a copa das árvores
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