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A Narrativa Uma vez

Por:   •  11/9/2020  •  Ensaio  •  454 Palavras (2 Páginas)  •  151 Visualizações

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Uma vez, estava na casa de meu amigo Marcelo e ele me contava uma história que ouvira pela vizinhança. Ele morava na frente de uma vala, a qual os vizinhos encontravam objetos suspeitos e curiosos. “Eles encontraram ontem mesmo, uma bala” disse Marcelo, e depois complementou: “Não, não uma bala de comer. Uma bala de um revólver”. Logo, fiquei curioso, nunca tinha visto uma bala de um revólver antes. Confesso que talvez por ter apenas 14 anos, fiquei até um pouco assustado. Mas, ainda assim muito empolgado: “Marcelo, vamos lá ver”.

Chegando lá, realmente tinha muitos objetos curiosos em torno da tal vala. Podia ver algumas almofadas flutuando, uma pilha de sapatos em um canto e até um pedaço do que parecia ser uma estátua. Exploramos um pouco do lugar, o que foi bem divertido, mas não encontramos nada da bala. “Cara, tem um outro lugar aqui perto que podemos ir explorar também.” sugeriu Marcelo. Como estava gostando daquela aventura, aceitei o convite. Durante o caminho, fiquei pensando: “Talvez não tenhamos achado a bala por que ela é pequena e facilmente caiu dentro da vala. Mas, o que uma bala estaria fazendo ali sozinha? De onde veio? Não tem como ela ter parado ali sozinha então quem será que a perdeu?”

Nesse momento, percebi que tínhamos nos distanciado bastante do bairro e comecei a ouvir barulho de água correndo. Então, Marcelo explicou: “Isso aqui é uma foz, maneiro né?”.  Tínhamos chegado no ponto de desaguamento de um rio. Era um lugar bem bonito e tranquilo. Senti uma paz e um pouco de medo ao mesmo tempo, pois estávamos totalmente sozinhos, pelo menos era o que eu achava.  

Marcelo e eu ficamos andando por aquele local procurando alguma coisa suspeita, que pudesse estar ligada a bala, para saciar nossa curiosidade. Na verdade, nem queríamos achar nada mesmo, apenas estávamos dando espaço para nossa imaginação fértil agir. “Ei ei, Júlio. O que é aquilo no rio ali embaixo?”  Marcelo disse à mim. E lá estava o que procurávamos.

Mesmo estando longe do que avistamos, aquilo parecia ser apenas uma coisa. O formato e a forma como boiava na água deixava claro o que era. Não imaginava encontrar algo assim, por mais que fosse obvio, afinal tudo começou com uma bala (de um revólver, não esqueça que não era uma bala de comer). Fiquei muito assustado, paralisei olhando para aquilo e Marcelo também. Quando, de repente, uma voz grave soou e ouvimos uma fala “Fiquem parados, pirralhos! Vocês não sabem que crianças não devem se meter onde não são chamadas? Agora não me resta outra opção.”

E no fim, tudo se resume em uma bala. Não, não uma bala de comer. Uma bala de um revólver.

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