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Dissertações: ATPS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jefersonrigon • 19/11/2012 • 427 Palavras (2 Páginas) • 843 Visualizações
RESUMO
Análise crítica sobre o filme Quase Deuses (Something the Lord Made), dirigido por Joseph Sargent, distribuído pela HBO em 2004.
SARGENT, Joseph. Something the Lord Made. EUA: HBO, 2004.
O filme utiliza-se de meios científicos e históricos para narrar a vida de Vivien Thomas e Alfred Blalock, pioneiros na descoberta da cirurgia cardíaca, relatando todo o desenvolvimento deste procedimento cirúrgico.
Something the Lord Made (adaptado para o português como Quase Deuses) traz à tona discussões sobre temáticas de forte cunho social como o preconceito, racismo, ética no trabalho. São perceptíveis no filme marcas de preconceito contra a mulher, visíveis em dois momentos: no não reconhecimento dos trabalhos da Dra. Helen Taussig, que só foram ser desenvolvidos a partir do momento em que o Dr. Blalock os assume de fato; e, numa segunda ocasião, quando a esposa de Vivien, Clara Thomas, tem permissão negada pelo seu marido para exercer uma atividade remunerada fora do convívio familiar, que responde questionando sobre quem cuidará da menina. Vivien não tem a sua profissão reconhecida e é inferiorizado em diversos momentos por conta da sua cor de pele. Seu ofício primário, de marceneiro, aparece de forma generalizada numa mesma categoria que outras atividades de subsistência (como faxineiro, engraxate, servente). Ainda que tenha demonstrado, na prática, ser um bom profissional, as suas ideias são sempre tidas como secundárias, exercendo influência branda e garantindo-lhe pouco ou nenhum valor, inclusive no tocante à remuneração que é inferior à de outros médicos de "Nível A" dentro da mesma instituição.
Vivien Thomas exerceu grande influência no desenvolvimento da cirurgia cardíaca estudada a ferro pelo Dr. Blalock, entretanto teve seu reconhecimento tardio neste processo. A sociedade da época não aceitava a inclusão de pessoas "de cor" no exercício de determinadas funções, dificultando assim a valorização de Thomas. A instituição não o considerava fundamental na junta médica, mesmo tendo ele desempenhado este papel.
Embora tenha o seu nome sido citado nas pesquisas, ele não conseguiu atuar como médico sem o suporte do Dr. Alfred, atuando apenas de forma secundária, como representante de analgésicos. Há um questionamento forte acerca da falta de ética profissional por parte do Dr. Alfred Blalock que se utilizou dos relatórios feitos por Vivien durante as experimentações práticas das análises feitas em laboratório para a criação do procedimento cirúrgico sem dar a ele os devidos créditos pela pesquisa. Talvez o médico não tenha agido pelo que se conhece por "má fé" se portando desta maneira, já que não houve uma intencionalidade em prejudicar o seu ajudante, mas o fato de nem sequer mencionar o seu nome e relatar a sua vital
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