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Anita Malffati

Artigo: Anita Malffati. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  10/11/2014  •  712 Palavras (3 Páginas)  •  429 Visualizações

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Anita Catarina Malfatti (São Paulo SP 1889 - idem 1964). Pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora. Inicia seu aprendizado artístico com a mãe, Bety Malfatti (1866 - 1952). Devido a uma atrofia congênita no braço e na mão direita, utiliza a esquerda para pintar. No ano de 1909, pinta algumas obras, entre elas a chamada Primeira Tela de Anita Malfatti. Reside na Alemanha entre 1910 e 1914, onde tem contato com a arte dos museus, freqüenta por um ano a Academia Imperial de Belas Artes, em Berlim, e posteriormente estuda com Fritz Burger-Mühlfeld (1867 - 1927), Lovis Corinth (1858 - 1925) e Ernst Bischoff-Culm. Nesse período também se dedica ao estudo da gravura. De 1915 a 1916 reside em Nova York e tem aulas com George Brant Bridgman (1864 - 1943), Dimitri Romanoffsky (s.d. - 1971) e Dodge, na Arts Students League of New York, e com Homer Boss (1882 - 1956), na Independent School of Art. Sua primeira individual acontece em São Paulo, em 1914, no Mappin Stores, mas é a partir de 1917 que se torna conhecida quando em uma exposição protagonizada pela artista - em que também expunham artistas norte-americanos - recebe críticas de Monteiro Lobato (1882 - 1948) no artigo A Propósito da Exposição Malfatti, mais tarde transcrito em livro com o título Paranóia ou Mistificação? Em sua defesa, Oswald de Andrade (1890 - 1954) publica, em 1918, artigo no Jornal do Comércio. Estuda pintura com Pedro Alexandrino (1856 - 1942) e com Georg Elpons (1865 - 1939) exercita-se no modelo nu. Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna expondo 20 trabalhos, entre eles O Homem Amarelo (1915/1916) e integra, ao lado de Tarsila do Amaral (1886 - 1973), Mário de Andrade (1893 - 1945), Oswald de Andrade (1890 - 1954) e Menotti Del Pichia (1892 - 1988), o Grupo dos Cinco. No ano seguinte, recebe bolsa de estudo do Pensionato Artístico do Estado de São Paulo e parte para Paris, onde é aluna de Maurice Denis (1870 - 1943), freqüenta cursos livres de arte e mantém contatos com Fernand Léger (1881 - 1955), Henri Matisse (1869 - 1954) e Tsugouharu Foujita (1886 - 1968). Retorna ao Brasil em 1928 e leciona desenho e pintura no Mackenzie College, na Escola Normal Americana, na Associação Cívica Feminina e em seu ateliê. Na década de 1930, em São Paulo, integra a Sociedade Pró-Arte Moderna - SPAM, a Família Artística Paulista - FAP e participa do Salão Revolucionário. A primeira retrospectiva acontece em 1949, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp. Em 1951, participa do 1º Salão Paulista de Arte Moderna e da 1ª Bienal Internacional de São Paulo.

Comentário crítico

Anita Malfatti inicia, bem jovem, o aprendizado em artes com a mãe, Bety Malfatti (1866 - 1952). Aos 20 anos, procura aperfeiçoar seus estudos na Europa. Graças à ajuda financeira de seu tio o engenheiro-arquiteto George Krug (1869 - 1919), consegue mudar-se para Alemanha e ingressar na Academia Imperial de Belas Artes de Berlim. Nessa cidade a artista ganha familiaridade com as coleções dos museus e das galerias. A Alemanha, em 1910, vive uma efervescência do expressionismo, que mobiliza a produção nacional e o debate em torno dela.

No primeiro ano, Anita toma contato com toda a agitação modernista, visitando as exposições com grande curiosidade, mas seus estudos são ainda bastante tradicionais. Na academia ela tem aulas de desenho, perspectiva e história da arte. O interesse pelas novas linguagens se amplia nas aulas particulares que tem com o professor Fritz Burger-Mühlfeld (1867 - 1927). Este artista, ligado ao pós-impressionismo alemão, lhe oferece possibilidades artísticas além das abordagens tradicionais. A presença do modernismo em sua formação é acentuada nos cursos com Lovis Corinth (1858 - 1925) e Ernst Bischoff-Culm. Em 1912, ao visitar a grande retrospectiva de arte moderna Sonderbund em Colônia, Anita já se familiarizara com a produção moderna. Nos retratos pintados pela artista no período transparecem o aprendizado das novas poéticas. O contorno clássico prevalece, mas as cores são usadas de modo expressivo, demonstram uma movimentação maior e mais contrastada que a do desenho. Embora não entrem em conflito com as formas, é perceptível que os elementos operam em dinâmicas distintas. Anita expõe esses quadros em sua primeira individual, em 1914, depois de retornar a São Paulo.

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