Análise do Filme Hugo Cabret
Por: Caroline Jimenes • 4/6/2020 • Trabalho acadêmico • 552 Palavras (3 Páginas) • 259 Visualizações
AVALIAÇÃO TEMÁTICA
Tema: Brincar
1º período 1-2020
Módulo – Pedagogia das Infâncias
As invenções de Hugo Cabret
O brincar ganhou espaço na arte de forma muito significativa, sendo o imaginário sua grande característica. Imaginário é o lugar da arte, por isso, o imaginário está muito ligado ao cinema. Bom, chegamos onde queríamos.
O filme é uma clara homenagem ao cinema. Ideia essa que é retratada logo em nosso primeiro olhar do filme, onde a história é retratada em grande parte do tempo dentro de uma ferroviária. Nessa concepção, podemos enxergar uma grande homenagem aos irmãos Lumiere, com o filme “a chegada de um trem na estação”, onde até um trecho do filme é mostrado no decorrer da longa.
Após pesquisas feitas, pude ter a concepção de que o filme retrata a mesclagem do cinema de registro (irmãos Lumiere) e o cinema fantástico (George Méliès). É através da segunda que se pode perceber a atmosfera dos efeitos especiais que o ilusionista Méliès trouxe para o cinema, sendo considerado o responsável pela produção dos efeitos especiais, dos estúdios, dos gêneros fílmicos, dos roteiros e de toda tecnologia que envolve a realização de um filme. Apesar disso, a história negligenciou sua contribuição e ele foi relegado ao esquecimento, algo que jamais aceitou. Podemos ter essa ideia bem clara retratada no filme, onde o ator que o representa nos traz essa frustração de ter caído no esquecimento. Sendo assim, pode-se também enxergar uma crítica e sinal de alerta para a necessidade de preservação das fitas antigas, históricas e esteticamente valorosas, de modo que elas não caiam no esquecimento.
É nessa homenagem ao cinema e sua relação com o imaginário, que podemos observar também o pequeno Hugo Cabret, que através dos vidros do gigantesco relógio que fica no topo de uma torre, consegue ver fragmentos da vida das pessoas, numa posição bastante próxima àquela dos espectadores na sala de cinema.
Outra homenagem ao cinema é quando Hugo foge do inspetor e se pendura nas setas do relógio, situação que retoma uma sequência que Hugo e Isabelle haviam visto na telona, numa retrospectiva de cinema mudo.
Outra cena me chama a atenção: quando as crianças vão explicar a Jeanne suas descobertas sobre a carreira de Georges, Isabelle, afeita à literatura, começa uma fala cheia detalhamentos longos; já Hugo, simplesmente mostra uma imagem, o desenho feito pelo autômato, cuja força expressiva sintetiza toda a situação. Aí força do cinema: dizer muito com pouco, esclarecer pelo poder não verbal das imagens.
Além da homenagem ao cinema, temos uma crítica a ideia da sociedade humana como engrenagem. Este concepção é introduzida logo no início do filme, quando a imagem do mecanismo do imenso relógio da estação de trem se funde com as ruas de Paris. Sendo assim, percebe-se: o relógio, o autômato, os brinquedos da loja de Méliès, os trens, a estação, a cidade – tudo é engrenagem. O próprio Hugo fala a certa altura do receio de ser uma peça descartável na máquina do mundo e da esperança de que sua vida tenha um propósito.
CURIOSIDADE: Scorsese decidiu dirigir este filme a pedido de sua filha, que queria que ele fizesse algo que ela pudesse ver. Isso é bastante explicativo se pensarmos no fato de que “Hugo” se torna, em diversos momentos, uma aula de história do Cinema: é como se ele fosse guiado por tudo o que deseja ensinar.
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