Celso Furtado
Resenha: Celso Furtado. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: valbobbob • 14/9/2014 • Resenha • 268 Palavras (2 Páginas) • 522 Visualizações
Celso Furtado é um cientista social consagrado, que dispensa maiores
apresentações. Sua vasta produção intelectual abarca tanto questões teóricas
sobre os obstáculos ao desenvolvimento das economias periféricas, como
interpretações históricas sobre a formação econômica latino-americana e do
Brasil. Suas pesquisas associam a gênese do subdesenvolvimento ao pesado
legado do período colonial e a sua continuidade à presença de classes
dominantes aculturadas, obcecadas em imitar os estilos de vida e de consumo
das economias centrais.
Embora reverenciado como um dos grandes intérpretes do Brasil,
Furtado é um autor ainda bastante incompreendido, mesmo entre muitos de
seus sinceros admiradores. A chave para a leitura de suas obras é estar ciente
de que ele não é um economista convencional. Certo de que os problemas
econômicos não podem ser separados dos condicionantes socioculturais e
políticos que sobredeterminam o alcance da concorrência como mola
propulsora do processo de incorporação de progresso técnico, Furtado rejeita
o enfoque cosmopolita dos problemas econômicos e ancora no Estado
nacional a unidade de referência de sua teoria do desenvolvimento
econômico. Respondendo àqueles que apregoam o fim do Estado Nacional,
em Transformações e Crise na Economia Mundial, Furtado adverte:
Um sistema econômico é essencialmente um conjunto de dispositivos de
regulação, voltados para o aumento da eficácia no uso de recursos escassos.
Ele pressupõe a existência de uma ordem política, ou seja, uma estrutura de
poder fundada na coação e/ou no consentimento. No presente, a ordem internacional
expressa relações, consentidas ou impostas, entre poderes nacionais,
e somente tem sentido falar de racionalidade econômica se nos referirmos a um
determinado sistema econômico nacional. A suposta racionalidade, mais
abrangente, que emerge no quadro de uma empresa transnacionalizada, não
somente i de natureza estritamente instrumental, como também ignora custos
de várias ordens internalizados pelos sistemas nacionais em que ela se insere
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