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Por:   •  4/11/2013  •  525 Palavras (3 Páginas)  •  492 Visualizações

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O aumento do rendimento de base da população e a redistribuição da renda ocorrida nos últimos anos no Brasil estão por trás de muitos dos processos que agora se explicitam, para o bem ou para o mal.

O mercado interno se expandiu, impulsionando o crescimento econômico, e reduzindo para níveis muito baixos a taxa de desemprego. O mercado de consumo ampliado teria também levado a indústria a níveis muito superiores de produção, mas o governo falhou em não adequar a política cambial às novas condições do mercado consumidor doméstico.

O Real se valorizou e as políticas para diminuir custos e ampliar a produtividade tardaram. Em grande medida, a maior inflação que o Brasil passou a registrar tem também correspondência com essa mudança na renda e no emprego da população. O maior consumo não teve equivalência imediata na disponibilidade de serviços, englobando tanto serviços de pequena ou média qualificação, como os serviços de alta qualificação.

Entre a elevação do nível de demanda e a adequação da oferta que nesse caso pressupõe mudanças relevantes na distribuição do emprego e na formação e treinamento da mão de obra, transcorre um período relativamente longo no qual a inflação se acelera. Vivenciamos essa aceleração, agravada por uma excepcional pressão de aumentos de preços de alimentos entre fins do ano passado e o início desse ano.

Pois bem, fato novo é o impacto especialmente pronunciado da maior inflação sobre a atividade da economia doméstica. Como os novos consumidores têm ainda um padrão de consumo em que o grupo alimentos é preponderante e como o seu maior consumo de serviços implica em gastos regulares amparados ou não por contratos, o fato é que agora a atividade de vários ramos anteriormente beneficiados pelo boom de consumo da chamada baixa classe média acusa forte reação negativa na medida em que os orçamentos familiares tiveram que ser revisados para absorver o aumento de preços.

Assim, a produção industrial poderia ter tido desempenho bem mais favorável no primeiro quadrimestre se não fossem os revezes de setores como alimentos, bebidas, indústria farmacêutica, cosméticos e produtos de higiene e limpeza. Cabe observar que alguns desses ramos já tiveram melhora em abril, a exemplo de alimentos e indústria farmacêutica.

O comércio varejista sofreu impacto semelhante ou até proporcionalmente mais pronunciado que a indústria. Segundo os últimos dados, as vendas reais acumuladas no ano até abril cresceram 3% com relação ao mesmo período de 2012, a mais baixa taxa para períodos semelhantes nos últimos dez anos, quando, via de regra, os índices registravam avanços de quase dois dígitos.

Outra ilustração: o movimento do varejo de abril não avançou absolutamente nada, tendo por base as vendas de dezembro de 2012. Preponderantemente, esta virtual estagnação decorreu do retrocesso de vendas em alimentos e bebidas e, em menor proporção, em móveis e eletrodomésticos.

Assim como na indústria, há sinais de que o comércio começa a recuperar, porém não denotando que repetirá a evolução de 8,4% do ano anterior. Em abril relativamente a março houve crescimento de 0,5%, interrompendo resultados muito ruins que perduravam desde novembro do ano passado. As vendas de móveis e eletrodomésticos voltaram

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