Hipodo De Mileto

HIPÓDAMO DE MILETO:

Hipódamo foi o introdutor de uma planificação apoiada em ruas largas que se cruzavam em ângulos retos. A lógica, a clareza e a simplicidade se destacavam.

No Séc. V a.C. nasce Mileto. Erguida à beira do Mar Egeu, atualmente território turco, foi exemplo de um novo conceito de cidade. Concebida por Hipódamo, o desenho de Mileto traduz os avanços no planeamento do território à época e é Aristóteles quem usa a sua planificação para demonstrar as vantagens do seu desenho de corte bem definido para as zonas habitacionais. É também Aristóteles quem aponta para a necessidade de virar as frentes dos pátios a Sul, procurando a luz. Mileto destacou-se por a sua grelha ter sido desenhada em obediência a um cálculo teórico-geométrico, e não a um esquema técnico-táctico, que depois foi ajustado à topografia do terreno. O desenho dividia o território por sectores, em que cada um era delimitado por uma rua com características rectilíneas próprias. Um sector subdividia-se depois noutros, onde se previam locais próprios para determinados edifícios públicos, mercados e áreas comuns. Em suma, o que caracterizava estas cidades era o já mencionado desenho reticulado e octogonal, com áreas distintas adequadas ao modo de vida e divisão de classes gregos. Este desenho, pela sua simplicidade, era o que conseguia responder com eficácia à necessidade de implementar rapidamente o sistema de vida grego. Dentro da cidade ficava a zona habitacional, a zona comercial, a zona de encontro, debate e decisão (Ágora, posteriormente dividida com o Pnix – a Assembleia de Representantes), a zona de adoração aos deuses (Acrópole), a zona recreativa do teatro e do ginásio e o porto de atracagem marítima. À Acrópole estava designado o local mais alto da cidade, uma característica com origens em Creta no período Minóico, e que ainda hoje pode ser confirmada em Atenas.

TRAÇADOS REGULADORES:

Na busca da boa proporção, artistas e arquitetos estabeleceram uma idealização abstrata geométrica denominada traçado regulador. Se pode definí-lo como um traçado geométrico com uma lógica ou lei de formação proporcional que ordena e regula a disposição dos principais elementos de uma composição arquitetônica. Este sistema de proporcionalidade procura estabelecer as linhas gerais de uma espécie de esqueleto estrutural que determina o posicionamento e as relações intrínsecas, no âmbito da plástica arquitetônica, de seus elementos geradores (linhas, planos e volumes). Funciona como uma retícula ou grade imaginária que contribui para a organização dos elementos da composição, segundo uma determinada regra geral, procurando unificar visualmente múltiplos elementos, relacionando os dentro de uma mesma família de proporções. Não é um esquema geométrico fechado e rígido cujo uso pudesse ser rigorosamente prescrito, como uma tabela de coeficientes matemáticos, mas um esquema geral que contempla diversas possibilidades operativas permanecendo aberto à engenhosidade e à livre intuição do artista. Este recurso compositivo é conhecido desde a antigüidade e vem sendo aplicado formalmente por arquitetos desde Palladio, na Renascença , a Le Corbusier no século XX. Na ilustração aolado o autor Colin Rowe no seu artigo The Mathematics of the Ideal Villa compara a aplicaçãodeste recurso por Palladio