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História do trabalho de arte

Seminário: História do trabalho de arte. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  8/5/2014  •  Seminário  •  3.932 Palavras (16 Páginas)  •  351 Visualizações

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Trabalho de História da Arte apresentado ao Centro Acadêmico de Comunicação Social e Música do Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo, com o intuito de avaliação parcial para obtenção de nota. Professor.: Mestre Ernesto de Sousa Pachito.

pensamento e a sociedade estavam condicionados aos dogmas da Igreja Católica

Durante cerca de 1000 anos a Europa viveu um período de estagnação cultural. Não houve desenvolvimento artístico significativo, pois os estilos artísticos da época – românico, gótico e arte bizantina – tinham basicamente função religiosa. Seu principal objetivo era despertar nos fiéis o temor a Deus e levá-los a refletir sobre a vida após a morte e a salvação da alma, já que a arte, o

Cansados dessa submissão, no século XIV, na península Itálica, artistas e intelectuais influenciados pelos valores da cultura greco-romana desencadearam uma verdadeira revolução cultural e artística. Propuseram uma nova forma de entender o mundo e principalmente o ser humano. Era o Renascimento, que ao contrário da Idade das Trevas, expressava em na arte as preocupações surgidas em sua época, com o desenvolvimento comercial e urbano. Caracterizou-se pelo individualismo, racionalismo e humanismo.

O Renascimento foi um movimento de ampla repercussão que surgiu e teve sua maior expressão na península Itálica, mas se espalhou por toda a Europa. Sua gama de manifestações e

produções artísticas é muito extensa e diversificada. Logo, seria difícil analisar com detalhes cada artista e cada produção do período. Sendo assim, nos ateremos à análise específica de duas obras expressivas de dois grandes mestres do Renascimento: “A Lamentação sobre o Cristo morto” de Giotto di Bondone, e, “Davi” de Michelangelo Buonarroti. Artistas pertencentes, respectivamente, ao pré-renascimento e ao período de plena maturidade renascentista.

Giotto é o maior nome da pintura no Trecentto. Explorou a técnica do afresco, esforçando-se para dar vida, movimento e expressão às figuras e as cenas que pintava. Representou de modo realista as cenas da vida de Cristo e de São Francisco. Retratou as figuras sagradas como se fossem pessoas comuns. Suas paisagens são desenhadas de forma natural e seus afrescos coloridos estimulam os sentidos, não a contemplação. De acordo com Vasari, grande historiador de arte, Giotto ficou reconhecido como o grande renovador da pintura italiana e fundador da pintura ocidental, pelo modo como seu estilo realista e expressivo rompe com a tradição bizantina, mais estilizada. Sua pintura vem ao encontro de uma visão humanista do mundo, que vai se firmando cada vez mais até o Renascimento. O grande mestre italiano foi o primeiro a distanciar-se das representações esquemáticas e idealizadas da arte românica, propondo em troca uma minuciosa observação da

natureza. Giotto adotou a linguagem visual dos escultores, procurando obter volume e altura realistas nas figuras em suas obras, sendo o pioneiro na introdução da perspectiva e do espaço tridimensional na pintura européia. Também mudou por completo a representação da figura humana, envolvendo-a em telas de excelente modelagem e dando-lhe a sensação do volume de um corpo debaixo dela. Foi o primeiro a introduzir pessoas comuns do povo em seus quadros e não apenas personagens religiosos.

Com Giotto, a pintura recobra seu lugar de destaque entre as artes, chegando a ser considerada, durante os anos posteriores no Renascimento e no Barroco, a maior arte de todas.

Percebe-se a influência da pintura românica no trabalho de Giotto, assim como do gótico francês, bem como da arte bizantina. No entanto, esse artista é considerado pertencente ao estilo gótico devido à sua busca por maior realismo na expressão dos seres, principal característica desse estilo.

Este novo estilo baseia-se na recriação sobre artifícios de captação espacial e ordenação geométrica, resgatados da Antigüidade clássica, que nunca foi abandonada nas cidades citadas. A temática segue sendo religiosa em sua maioria, mas é neste momento que aparece uma tendência nova, que busca inspiração na vida cotidiana dos cidadãos das repúblicas mercantis italianas.

A Capela degli Scrovegni, também chamada Arena Chapel, em Pádua, é

considerada o maior trabalho de Giotto. Retrata cenas da Virgem Maria e da Paixão de Cristo e foi criada entre 1303 e 1310. Ela quebra as tradições da narração de cenas medievais. A cena da morte de Cristo foi admirada por muitos artistas renascentistas pela força dramática. Michelangelo, que estudou a obra de Giotto, inspirou-se nesse trabalho para a pintura da Capela Sistina. São muitos os painéis famosos da Capela, dentre eles está a “Lamentação sobre o Cristo morto” (fig.2, anexo I), objeto de nosso estudo.

A “Lamentação sobre o Cristo morto” é uma pintura em afresco de 200 cm x 185 cm. Aqui, a pintura revela a força da ilusão. As técnicas de pinturas murais utilizam o carvão, a dissolução de elementos, a têmpera e o giz. Porém, o afresco é bem melhor elaborado. Ele é aplicado sobre gesso fresco, tendo um ponto certo de preparo para garantir uma perfeita mistura com as tintas, permitindo vida longa da pintura. A consolidação se dá, geralmente, com cal hidratada misturado à areia. Os pigmentos são misturados com água. Tais técnicas são conhecidas desde a Antigüidade. O afresco foi utilizado na Grécia, em Bizâncio e no período do Império Romano. A Itália transformou-a em um de seus mais privilegiados meios de expressão artística. Era pintura altamente admirada, pela sua dificuldade de execução. Só artistas mais avançados podiam se aventurar nela e os demais desistiam nas primeiras

tentativas, pois a técnica requeria grande rapidez e destreza que só os grandes técnicos conseguiam alcançar.

Um importante desenvolvimento técnico no afresco foi utilizado por Giotto. Anteriormente, era hábito trabalhar o afresco em faixas horizontais, de cima para baixo na parede, descendo dia a dia os andaimes. Giotto alterou esta prática, adotando um método mais apropriado à criação expressiva e à necessidade de uma jornada de trabalho. A camada fresca de argamassa era derrubada no final de um dia, caso não tivesse sido utilizada na pintura. Assim, as figuras individuais podiam receber maior atenção do mestre pintor, que não precisava apressar-se para concluir uma faixa horizontal inteira de parede. Este método conferia, também, uma maior organicidade ao conjunto, pois a divisão do trabalho era mais criativa que mecânica.

Em “Lamentação sobre o Cristo morto”, o corpo de Cristo morto se encontra ao pé da cruz – rodeado por sua

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