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Moda Anos 70

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Por:   •  24/7/2014  •  6.943 Palavras (28 Páginas)  •  486 Visualizações

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A MODA E OS ANOS 70

Na década de 1970, a moda já começa carregar características que serão mais exploradas no século XXI, como a pluralidade de estilo e a o revivalismo de décadas anteriores. Conforme João Braga em História da moda – uma narrativa¹, “ A moda, então, havia se diversificado muito. Uma série de opções de estilos foram se tornando referências de moda, porém, sempre prevalecendo o aspecto de jovialidade com características de praticidade e conforto relativos a sua época.’’ e “O revivalismo fez-se presente na moda desse momento, buscando inspirações do passado, contudo, com uma cara nova.’’. Essa diversidade gerou um cenário paradoxal, permitindo ter mais de uma referência de estilo ao mesmo tempo, que estudaremos mais a fundo com o desmembramento do estilo de David Bowie nesta época.

1. ASPECTOS GERAIS DA MODA NA DÉCADA DE 70

1.1 A MODA FRANCESA

Yves Saint Laurent é um dos nomes mais expressivos na França, dentro desse novo cenário de democratização através do pret-a-porter, de consumo fácil e permitindo uma criatividade mais flexível comparada à alta costura da época. Fica à frente da Maison Dior até Marc Bohan assumir e dar continuidade a obra introduzida por Yves.

Imagem 30 e 31 – Modelo “Safari”, tornou-se um clássico de Yves Saint Laurent

A Maison Chanel, por sua vez, confia a Philippe Guibourgé para dar continuidade ao tailleur, que tem como clientes mulheres de ministros e de chefes de estado. Mantendo assim, enraizado o seu estilo clássico.

Imagem 32 – Anúncio da Chanel

Sonia Rykiel torna-se a rainha da malha colante. Em 1974, ela lança os primeiros pulôveres com as costuras à mostra. Conseguiu manter a elegância feminina e de mulher livre através do conforto permitido pela malha e tricô, mas sempre com tons escuros com strass, sendo assim, bem vista pelo público feminino americano.

Imagem 33 – Modelo listras de Sonia Rykiel

Kenzo Takada, um jovem japonês, alia Oriente com Ocidente a atender o desejo de suas clientes parisiense através de cores, estampas excêntricas e formas flexíveis.

Imagem 34 – Revista com modelos de Kenzo de 1970

Imagem 35 – Anúncio Kenzo na Vogue em 1970

Imagem 36 e 37 - Anúncio Kenzo na Vogue em 1970

Outro nome importante da moda nos anos 70 é Karl Lagerfeld, que atualmente responde pela criação da grife Chanel; nascido em 1938, foi assistente de Pierre Balmain, foi estilista de maisons como Fendi e Valentino. Entre 1964 e 1984, assinou a criação da grife Chloé.

Imagem 38 – Karl Lagerfeld para Chloé

Imagem 39 – Matéria da Vogue sobre a direção criativa de Karl Lagerfeld para Chloé

Imagem 40 – Anúncio de Karl Lagerfeld para Chloé em 1975

Também nessa época, em 1970, ocorre uma forte injeção industrial no mercado da moda, através de Didier Grumbach pelo gurpo C. Mendès. O grupo fabricou o prêt-à-porter de marcas como Saint Laurent Rive Gauche, Givenchy Nouvelle Boutique, Valentino e Chanel. Esse projeto permitiu novos estilistas a manterem a marca, que é descrita por François Baudot como “Dessa maneira nascerá, usual deste então, a marca do “criador”. Ela está ligada a todos aqueles que representam a vanguarda do prêt-à-porter. A iniciativa de “Criadores e Industriais” se dava por missão, promover, sem imposições financeiras, o grupo de estilistas que alistou durante cinco anos com entusiasmo e uma riqueza de idéias...”². Em 1973, nomes como Issey Miyake, Thierry Mugler e Jean-Paul Gaultier se juntam ao grupo C. Mendèl.

2 - Rodapé – BAUDOT, François, Moda do Século, Cosac & Naify Editora, 2000, Os anos 70, página 245 e 246.

1.2 A MODA ITALIANA

Neste período, a Itália se torna o segundo pólo da moda internacional, já que o país possui uma vasta experiência em produções de malharias, fibras de algodão e a estrutura de confecção mais agressiva. Ganhando notoridade mundial, como podemos ver em Moda do Século de François Baudot com o trecho “Os melhores tecidos são Italianos, escreve na época o Women´s Wear Daily” ³

Se instalando assim, um berço atrativo para indústria prêt-à-porter. A alta costura como Valentino e Giorgio Armani fica concentrada em Roma e Milão. Estilos que reforçam o novo posicionamento da mulher no ambiente de trabalho, trazendo-lhe trajes mais masculinizados. Grifes como Gucci conquistam o mundo, visto que todos querem produtos vindos da Itália.

Imagem 41 – Vestido Valentino de 1975

3 - Rodapé – BAUDOT, François, Moda do Século, Cosac & Naify Editora, 2000, Os anos 70, página 256 e 246.

1.3 A MODA AMERICANA

Os Estados Unidos completou, em 1970, cinquenta anos do voto feminino. Deixando marcado nesta década, um corte rigoroso do estilo masculino-feminino. As saias, por sua vez, encompridaram, mantendo abaixo do joelho.

A calça é um elemento de moda de grande entusiasmo na moda americana e se faz presente em coleções de grandes estilistas como Oscar de la Renta. Neste fervor, também ocorre a expansão da Levi-Strauss para novos mercados (em outros países). Que no começo da década é boca-de-sino, ao longo da década passa por cortes mais tradicionais até chegar no estilo baggy ou semi-baggy.

Em contradição ao estilo citado no primeiro parágrafo deste tema, se faz presente, o estilo de roupas de esporte que imprimem comportamentos e estilos de vida de toda uma geração.

Ralph Lauren e Calvin Klein se tornam estrelas do prêt-à-porter american, já estabelecendo-se como “marcas conceito”. O modelo butique, presente em toda Paris, dá início em Nova York na década de 70, protagonizando o consumo das últimas tendências de moda, gerando o que conhecemos como fashion victims.

Imagem 50 – Vogue Americana com modelo de Oscar de La Renta de 1975

Imagem 51 – Vogue Americana com modelo de Calvin Klein de 1975

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