Moda E Os Anos 80
Artigos Científicos: Moda E Os Anos 80. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: amandakarinar • 8/10/2014 • 1.641 Palavras (7 Páginas) • 582 Visualizações
Os anos 80 começam mesmo por volta de 1978, em pleno auge da música “disco” inspirados no filme “Embalos de sábado à noite” (1977). Reflorescem o glamour da noite e o charme do excesso e do brilho, deixando para trás o estilo hippie dos anos 70. Lady Di se tornaria uma das mulheres mais famosas e adoradas do mundo. Foi também época de Guerra Fria e de muitos conflitos; na América Latina foi considerada a década perdida.
Os anos 80 são conhecidos também como a década da música eletrônica. Nesta época, o New Wave e o Synthpop se tornam os gêneros musicais mais vendáveis e populares, assim como toda a estrutura da Dance Music. Surge a MTV e o hip hop; advento da música eletrônica nas pistas de dança e as primeiras raves. Foi nos anos 80 que surgiu a vertente da música que mais originou variantes, a House music. O Hard rock também recebe novas influências, com batidas mais fortes e sons de guitarras mais pesados, o que trouxe ao público um dos gêneros musicais mais populares da década: o heavy metal, entre outros.
No Brasil foi lançado o primeiro Rock in Rio (1985). É inaugurado o Sambódromo na cidade do Rio de Janeiro em 1984. Consolidavam-se o estilo musical da MPB, ou música popular brasileira (surgido na segunda metade da década de 1960), e as bandas de música pop e de rock and roll, como Legião Urbana, Ultraje a rigor, Engenheiros do Hawaii, Titãs, RPM, Claudio Zoli (com a banda Brylho e Solo).
Destacam-se Michael Jackson, com o álbum Thriller, o mais vendido da história, e que também inventou o videoclipe moderno; a contraparte feminina, Cher, Madonna, Debbie Gibson e Cyndi Lauper, um dos principais ícones fashion de todos os tempos; Tina Turner voltou ao mundo da música lançando um novo álbum, Private Dancer,
mega sucesso, além de apresentações eletrizantes ao redor do mundo. Outros cantores que se destacam nessa década são Kylie Minogue, Janet Jackson, George Michael, Boy George, Lionel Richie, David Bowie, Whitney Houston, Paula Abdul, Prince, Billy Idol, Bruce Springsteen, Laura Branigan, Roxette entre outros.
Passados já 20 anos da "new wave", do surgimento dos yuppies (young urban professionals), da geração saúde e da febre da ginástica aeróbica, devemos agora fazer uma ressalva: nem tudo nos anos 80 foi um mar de rosas, por isso, vamos procurar submeter nossas lembranças ao filtro da memória, trazendo de volta apenas o que ainda parecer significativo aos nossos dias. Para os economistas, os anos 80 no Brasil são considerados a "década perdida". Paradoxalmente, as roupas procuraram expressar justamente o contrário: alegre, esportiva, versátil, divertida e ao mesmo tempo, sofisticada, sensual e ousada, reflexo, talvez, da abertura democrática. A ambiguidade foi um traço marcante desta moda: estampas de oncinha, cores cítricas, ombros largos, pernas longas, cortes de cabelo assimétricos e acessórios "fake" conviviam com discretos tailleurs e com roupas de moletom e cotton-lycra recém-saídas das academias. O surgimento de novos tecidos, como o stretch, dava um ar futurista às roupas, mas, ao mesmo tempo, muitas de nós voltaram ao armário da vovó, promovendo a onda dos brechós. Tudo é experimentação, inovação e transformação. Até na alta-costura, em que se destacaram Christian Lacroix, Karl Lagerfeld e Jean Paul Gaultier, com suas criações arrojadas, tudo era meio barroco, exuberante e dramático.
O outro lado da moeda foram os estilistas japoneses - Yohji Yamamoto e Rei Kawakubo - com roupas de uma simplicidade lírica e desconcertante perto de tanto exagero. Já o estilista italiano Giorgio Armani, que em 1981 lançou a sua grife Emporio Armani, garantiu com seus cortes sóbrios e impecáveis a elegância de homens e mulheres de negócios nos anos vindouros. No universo musical, uma infinidade de bandas surgiram na década, com as mais diversas tendências: new romantics, darks, góticos, metaleiros e rastafaris. Ao contrário das passarelas, o tom da música pop era mais melancólico, representado por bandas como Joy Division, Echo and The Bunnyman, The Smiths e The Cure, entre outras. A música, assim como o cinema, foi um importante meio para a difusão das modas, especialmente pela transmissão dos videoclipes, unindo o som à imagem. Filmes como "Blade Runner" (1982) reafirmaram e divulgaram algumas das tendências mais fortes da moda, servindo também de trampolim para astros da música, como Madonna em "Procura-se Susan Desesperadamente" (1985). A afirmação da idéia da imagem como meio de comunicação se cristalizou nos 80, quando o corpo se tornou uma vitrine de tudo o que viesse à própria cabeça. A partir de então, quando alguém nos perguntava a respeito de moda, o que começamos a responder foi: "sou eu que faço a minha moda".
Este conceito está presente até hoje, na costumização-mania, na mistura de estilos e até na própria negação da moda enquanto norma, presente em movimentos como o "grunge", no início dos anos 90. A releitura de antigos clichês, a exploração das ambiguidades, a reflexão sobre conceitos como bom gosto e mau gosto, assim como a mistura de tendências a partir dos anos 80, provaram que todos os limites são relativos e que a moda não é mais que a projeção de nossos sonhos, idéias e aspirações, e que, afinal, tudo é mesmo possível no mundo da criação.
Os anos 80 serão eternamente lembrados como uma década onde o exagero e a ostentação foram marcas registradas. Os seriados de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamourosas, cobertas com jóias e por todo o luxo que o dinheiro podia pagar. Os yuppies, executivos jovens sedentos por poder e status, também eram outro movimento. A moda apressou-se por responder a esses desejos, criando um estilo nada simplório. Num afã em ostentar, todas as roupas de marcas conhecidas tinham seus logos estampados no maior tamanho possível, com preços proporcionais. O jeans alcança seu ápice, ganhando status. E os shoppings tornaran-se paraíso dos consumistas. Mas, não bastava ser bem-sucedido e bem-vestido. Nessa década, ter um corpo bonito e saudável era essencial para o sucesso.
Assim,
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