Mosaico de Khirbat Al-Mafjar
Por: Tatiana Guiomar • 16/4/2016 • Trabalho acadêmico • 735 Palavras (3 Páginas) • 335 Visualizações
Mosaico de Khirbat Al-Mafjar
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Ano Letivo: 2014/2015
UC: Arte Islâmica
Mosaico de Khirbat Al-Mafjar, representa um leão atacando uma gazela, debaixo deu ma árvore e com duas gazelas a observar. No centro, está uma grande árvore que tem frutos que se parecem com maçãs. A folhagem da árvore, cresce a partir de dois troncos verticais que são paralelos.
Com a publicação de uma biografia do Califa Wallid II, que era considerado um playboy e provavelmente o fundador do palácio, feita por Robert Hamilton. Este teve um interesse, no estudo do palácio, na sala de banhos. Esta sala de banhos e a sala a música, são identificados como uma sala privada, onde está situado o mosaico.
Ao entrar na sala, vê-se o leão a atacar a gazela do lado direito, e do lado esquerdo, as duas gazelas que estão a observar. Isto, na perspetiva do espetador. Porque na realidade, no lado esquerdo estão as gazelas a observar, e no lado direito leão a atacar a gazela.
Na publicação do artigo “Leão conquistador”, Ettinghausen, viu o mosaico como símbolo de realeza. Mas mas tarde, adicionou uma dimensão mais referente á política, onde identificou a sala, como sala do trono e a imagem seria uma representação do mundo islâmico, simbolizada pelas duas gazelas a pastar, em oposição o leão simbolizava o mundo fora do reio do Islão. Baseando-se nesta interpretação, esta é uma iconografia cristã, da oposição do bem e do mal.
Esta interpretação política não é consistente com a localização do mosaico. Este foi desenhado para expressar o carácter privado do quarto e também as características de Wallid II. Assim, sugere que o leão não é tão perigoso como aparenta. Ao ver o leão atacar a gazela, as outras gazelas, não fazem esforço para escapar. Os seus corpos estão dirigidos para o leão atacante e a as postura não sugere que o leão seja uma ameaça.
Outra interpretação para o leão não ser agressivo, é a sua orientação. O mosaico não está orientado para estar de frente para alguém ver se estiver sentado, esse está orientado pars quem entra.
Ao procurar-mos uma antítese entre os dois lados da imagem, esta não é boa nem má, mas força e fraqueza. Ou então mais particularmente o homem simbolizado pelo leão conquistador e a fêmea simbolizada pelas gazelas graciosas. Também se olharmos para a preza do leão, esta é delicada e graciosa, podendo dizer que é a beleza feminina, ou que estas são parecidas com as virgens do paraíso. Para além de ser um símbolo da beleza feminina, a gazela era celebrada na cerâmica de caça arábica dos períodos pré-islâmicos. Esta sua elegância e rapidez fascinava o caçador e seduziam-no.
Na interpretação dos sonhos, encontra-se informação interessante deste contexto A adquirir uma gazela por técnicas de caça é igual a adquirir uma rapariga escrava. Depois matar a gazela, simboliza desflorar a rapariga escrava.
Na literatura arábica, o leão é um símbolo de força, coragem, realeza. Na estátua de Wallid II que estava no nicho a sala da música, esta estátua tinha um par de leões aos seus pés. Isto, porque Wallid II se identifica com um leão.
O artista do mosaico, adaptou-o á sala em que estava inserido. Interpretando leão como tendo um significado erótico, para estar de acordo com o carácter privado da sala. A função destes como “quarto separado” neste cenário de prazer, estaria mais uma vez de acordo com as cenas de orgia narradas na biografa de Wallid II. Se olharmos para a árvore de perto, podemos dizer que os dois ramos estão entrançados de uma maneira que sugere um abraço erótico.
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