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Por:   •  19/7/2013  •  2.913 Palavras (12 Páginas)  •  374 Visualizações

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Introdução

Este trabalho de Projeto Integrado tem como objetivo promover reflexão estética e crítica de nossa prática artística em diálogo com referências teóricas e artísticas do campo da arte contemporânea. Para tanto, o processo desenvolvido a partir de orientações da profª Camila Serino Lia, ocorreu nas seguintes etapas: seleção e análise da produção artística dos alunos e alunas integrantes do grupo; definição de um tema comum aos trabalhos e, investigação teórica e artística sobre este tema a partir de referências novas ou apresentadas no curso de Licenciatura em Artes Visuais em outras disciplinas.

O grupo desenvolveu esse trabalho de investigação a partir de pensares individuais em que cada integrante expôs aspectos que o intrigam em suas produções artísticas. A partir destas primeiras colocações individuais, percebeu-se uma preocupação em comum sobre o desenho, sobre a forma de pensá-lo, elaborá-lo e construí-lo a partir de um único elemento: a linha.

A linha pode ser vista e trabalhada de diversas formas, idéias e poéticas que variam de um individuo a outro. A proposta neste trabalho é que cada integrante do grupo apresente e conceitue a sua forma de pensar a linha.

Para ampliar as relações de nossas produções com a de outros artistas, identificamos alguns artistas que investigam a linha em suas obras como Edith Derdyk, Mira Shendel, Kim Sun Hyuk, Vik Muniz, entre outros. A partir destas relações, o grupo desenvolveu novas reflexões sobre a linha e suas próprias produções.

Amabile, Caroline, Gilberto, Julian e Marcos.

A linha reflexiva: por Julian Coelho

Em meu estudo recente sobre minha produção abrangi um conceito que nomeei de “raízes” relacionado à minha forma de construção constituída por linhas que se integram umas nas outras formando uma espécie de trama que conduzira a forma daquilo que será apresentado, sendo o desenho que se cria a partir da trama, seja um fenômeno artístico ate mesmo um ser natural.

Para explicitar este conceito criei meu primeiro trabalho chamado “Origem”. Nele explorei a “desfragmentação” da linha sobre a matéria em que pude pensar sobre a possibilidade de uma simples mancha de aquarela não ser apenas uma simples mancha e sim um processo de construção constituído a partir de linhas. A criação deste trabalho foi feita propositalmente a partir de uma pequena quantidade de estopa que molhada na aquarela dissolveu-se sobre o plano branco a mancha de seu formato, dando vida a sua matéria.

Fig.1: Origem – Julian Coelho

Mas por quê raizes? Em minha trajetória de vida, tive a experiencia de trabalhar com plantas onde cultivava sua matéria desde a semente até a sua forma adulta como árvore. Certa vez, ao retirar uma pequena árvore que estava plantada em uma lata, notei que ela não crescia além do que já estava, diferente das outras da mesma espécie que estavam plantadas na terra. Ao retirá-la da lata, percebi que sua raiz tinha percorrido e preenchido todo aquele espaço que a lata proprocionava.

Fig. 2: À esquerda, (raiz de laranjeira). Detalhe da mesma imagem à direita.

A partir dessa experiência comecei a me interessar e observar os processos de constuções das coisas que estavam em minha volta e percebi, intuitivamente, que tudo tinha um princípio, um início que parecia partir de uma simples linha, uma linha que dava vida para aquilo que estava sendo constituido, criado.

Na busca por um conceito sobre minha produção, comecei a investigar no universo da arte, artistas que desenvolvessem algo próximo ao meu trabalho e foi assim que encontrei o artista coreano Kin Sun Hyuk.

Em sua série de trabalhos “Atraídos pela vida” o artista explora a idéia de raízes que interpretam o sistema radicular humano. Esculpidas em metal, cada peça tem um layout estrutural e elegante.

Fig 3: “O Caminho para a Felicidade II”, Série “Atraídos pela Vida”, Instalação, 09/03/2011, Kin Sun Hyuk

Fig 4: “O Caminho para a Felicidade IV” (à esquerda) e “O Caminho para a Felicidade” (à direita).

Série “Atraídos pela Vida”, Instalação, 09/03/2011, Kin Sun Hyuk

No percurso desta pesquisa, encontrei outros artistas que se voltam para o pensar do desenho, de sua criação e formas como Lizárraga e Flavia Ribeiro, cujas obras e idéias são apresentadas no livro “Disegno. Desenho. Desígnio” organizado pela artista Edith Derdyk onde são apresentadas idéias sobre o uso do desenho como instrumento de pensamento, e de onde retiro algumas citações que inspiram relações com minha produção.

Fig 5:“Desenhar é viver, é trazer ao visível”, técnica desenho

“É por meio do desenho que percebo e elaboro questões de meu interesse, com um pensamento, uma superfície, um corpo, algo que se projeta no espaço”.

...o desenho é fragmento do movimento que o atravessa...” (Flávia Ribeiro,2007 p.97.)

“O desenho revela os segredos das linhas tranquilas, linhas silenciosas, serenas, linhas quentes, frias, linhas irrequietas, instigantes, guardando as particularidades do pensar de seu autor”.

Um desenho precisa saber flutuar. As formas têm direito de se expandir.” (Lizárraga, 2007 p. 71.)

Fig 6: Nanquim sobre papel

A

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