O Aconchego Da Rede Sob Um Novo Olhar
Artigos Científicos: O Aconchego Da Rede Sob Um Novo Olhar. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: pribordoni • 9/4/2014 • 3.660 Palavras (15 Páginas) • 517 Visualizações
O aconchego da rede sob um novo olhar
The warmth of the hammock under a new look
Barbara Cuevas; Beatriz Amaral; Laiz Amarante; PriscylaBordoni; Stella Silva; Viviane Zuim
Professora Orientadora: Prof.Ms. Luciana Gragnato.
RESUMO
Partindo do tema Design de Moda e Cultura Brasileira, de estudos teóricos sobre o subtema Caboclo, este projeto fazum breve panorama histórico do Brasil colônia. A Rede de Dormiré o objeto de estudo e serão abordados seus tipos, histórias e os sentimentos que a mesma representa enquanto objeto simbólico. Pesquisas de campo foram efetuadas para auxiliar no diagnóstico de um público alvo. O projetoé composto por seislooks, sendo que três deles foram confeccionados e utilizados em um ensaio fotográfico.
Palavras-Chave: Design de moda; cultura brasileira; caboclo; rede de dormir.
ABSTRACT
Based on the theme of Fashion Design and Brazilian Culture, theoretical studies on the subtheme Caboclo, this project gives a brief historical overview of colonial Brazil. The Sleeping Hammock is the object of study and will be discussed their types, stories and feelings as it represents symbolic object. Field surveys were conducted to assist in the diagnosis of a target audience. The project consists of six outfits, three of which will be manufactured and used in a photo shoot.
Keywords: Fashion Design; brazilian culture; caboclo; hammock.
INTRODUÇÃO
Os textos e dados que seguem neste artigo, ilustram a trajetória do projeto interdisciplinar que conta com o tema Design de Moda e Cultura Brasileira. Foi realizado um estudo das características, suas semelhanças e como um apropria-se (ou não) do outro para uma transformação ou criação de ideias e costumes. Dando sequência aos estudos, o Caboclo é escolhido como subtema, que trata não apenas de denominar suas características físicas como sendo um dos tipos regionais encontrados no Brasil, mas seus costumes herdados do colono europeu e, principalmente dos indígenas habitantes das matas densas e úmidas da Amazônia.
Ao longo de pesquisas referenciais, chegou-se a ideia da Rede de Dormir como objeto de estudo. Foi feita uma análise sobre sua origem, seus tipos principais, uso no cotidiano, sua importância e contribuição à cultura nacional. Concluída esta etapa, pesquisas de campo foram efetuadas com aplicações de questionários quantitativos e entrevistas qualitativas para a descoberta do público-alvo.
As pesquisas referências do tema, subtema e objeto de estudo fizeram emergir o Feto como conceito de criação, remetendo ao isolamento e sentimentos de nostalgia e segurança que darão à origem aos elementos formais projetuais. Além dos croquis desta coleção outono / inverno, contendo seis looks, um ensaio fotográfico foi produzido seguindo as informações obtidas durante todas as etapas do projeto.
1 DESIGN DE MODA E CULTURA BRASILEIRA
Sendo o Brasil um país repleto de raças, cores, costumes, ao tratar-se de cultura, essa gama de diversidades adquiri proporções ainda maiores.
Apesar de intervenções violentas da globalização, da cultura de massa por parte da indústria cultural, o Brasil ainda preserva características que podem ser denominadas como “brasileiras”, como suas.
Para compreender tais paradoxos, será necessário volver a atenção para o ano de 1500 – data da “invasão” lusitana a essa terra, à origem colonial. Segundo Sodré (1979, p. 5), não havia nada no nosso território que interessasse ao europeu para o surto mercantil da época, ou seja, era necessário criar riqueza, diferentemente do que ocorria em outras áreas coloniais como no oriente e na África, onde já havia produção e até comércio. A contribuição da nova área é apenas a terra e, inicialmente, a mão-de-obra escrava dos indígenas aqui encontrados que viviam no regime da comunidade primitiva, em organização tribal. Em pouco tempo, seriam dizimados pelo excesso de trabalho, doenças desconhecidas por eles transmitidas pelos brancos, a perca de suas crenças e costumes religiosos, além da desapropriação de suas terras pela brutalidade dos colonizadores que viviam em regime feudal. (SODRÉ, 1979, p.6)
Com a escassez de mão-de-obra, o português introduziu o africano que, por sua vez, vivia no regime da comunidade primitiva ou no regime escravista.
Tanto europeus como africanos transportaram suas culturas anteriores para o Brasil, que antropologicamente falando, tratou-se de uma “aculturação”:
Do encontro dessas três correntes humanas, no Brasil, surgiram conflitos ou acomodações, transitórios ou duradouros, que permitem distinguir, tão logo aparece a produção, por menos importante que seja, a largos traços, duas áreas culturais: a área de supremacia da cultura indígena – economicamente secundária, com predomínio de relações feudais; a área de supremacia da cultura transplantada, economicamente principal, com predomínio de relações escravistas. (SODRÉ. 1979. p. 6)
Na primeira área, que comportava territórios amazônicos, sertanejos, vicentinos e platinos, necessitava de significação até o século XVIII, onde existiam apenas formas não sistemáticas de transmissão da cultura, transmitida oralmente ou por imitação. Na segunda, está a colônia distribuída nas capitanias de Pernambuco e da Bahia. Nesta, por sua vez, estão formas sistemáticas de transmissão da cultura, monopolizadas pelas Ordens Religiosas, tendo os jesuítas em destaque, que defendiam tanto a classe dominante, como a dominada. (RIBEIRO, 1997, p. 128)
Sodré (1979, p. 7) dividiu o desenvolvimento da cultura brasileira em três etapas: cultura transplantada anterior ao aparecimento da camada social intermediária, a pequena burguesia; na seguinte, a cultura transplantada posterior ao aparecimento da camada intermediária, a pequena burguesia; na última etapa ocorre o surgimento e processo de desenvolvimento da cultura nacional, com o alastramento das relações capitalistas.
A partir disso, é possível afirmar que o brasileiro e sua cultura são frutos da união das três raças. A princípio, o português ao chegar cruza com índias que geram mestiços e que se miscigenam com outros mestiços de mesma origem, que cruzam com o negro. Tudo isso trazia confusão para acostumados aos hábitos europeus:
Evidencia-se na perplexidade do missionário que, em vez de famílias compostas de
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