O Brasil aos olhos da “arte”

O Brasil aos olhos da “arte”

Disponível em: (http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_Debret). Acesso em 16 de set de 2013

Debret foi um artista, desenhista e pintor Francês que chegou ao nosso país no ano de 1816 em uma caravana composta por vários artistas que vieram acompanhando o Príncipe Regente D. João VI. Muito interessado com o novo país onde se encontrava, começou a registrar todo o dia - a - dia do povo que aqui estava como os indígenas, negros(escravos), as pessoas mais carentes, enfim, toda a população local.

Outra das paixões que o pintor tinha para exibir em suas obras era a flora brasileira, passando a observar e pintar a nossa Amazônia e todo o verde que desenhava o nosso país.

A cada obra, o artista retratava a história de um povo recém-descoberto que aqui estava, se adaptando a novos costumes e imposições da hierarquia que os explorava e impunha suas crenças e culturas, desfazendo das que aqui já haviam.

Debret também relatava em suas pinturas, a exploração das escravas por parte das suas senhoras, que além de lhes impor o cultivo das frutas e a fabricação dos seus derivados, ainda as obrigavam a vender o que era fabricado, e ao fim do dia retornar para prestação de contas, para então iniciar uma nova rotina de trabalho que as levaria a fazer o mesmo no dia seguinte.

A chegada de Debret ao Brasil coincidiu com a morte da então Rainha de Portugal Dª Maria I (Dª Maria louca), tendo ele como primeira missão a incumbência de retratar o funeral da majestade que partia e a aclamação do seu sucessor, o então Príncipe Regente D. João VI, facilitando com isso o seu acesso ao meio monárquico e também sua ascensão como artista.

A paixão do francêspelo Brasil durou 15 anos, durante os quais o artista procurou retratar tudo o que ia observando e lhe chamando a atenção dentro dos costumes e modo de vida local,como alimentação, dança, trabalho, religião, enfim, toda cultura que considerava importante para a história de uma futura nação. Desta forma, o início da criação do nosso país (pois ainda estava no começo), passou a ser retratado por ele por meio da arte. O princípio da cultura, mistura de raças e como tudo se deu para chegarmos aos dias de hoje, sem deixar de falarmos num assunto não menos importante, pois sem ela estaríamos esquecendo-nos de uma obra de muito impacto histórico e que diz respeito ao nosso dia- a dia, que é a obra“O Açougue”. Essa arte é um marco das pinturas de Debret, e visava mostrar a cultura alimentar da época, onde a maioria das carnes presentes era de origem suína (porco), além do que, nos mostra também a origem dos funcionários presentes na pintura: negros, assim como a mulher e a criança presentes na mesma. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_Debret). Acesso em 08 ago de2013.

Sempre que nos deparamos com alguma obra de Debret, podemos sem dúvida alguma observar diretamente uma mensagem histórica passada pelo artista sobre toda a formação cultural, econômica e religiosa do país. Ele retratou como ninguém o início de todas as heranças dos nossos dias atuais, já que boa parte de tudo que possuímos hoje, vem sendo construído há muitos séculos, desde o início do Brasil e que já estava engatinhando na época em que o pintor chegou ao país.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_Debret). Acesso em 16 set de 2013

Analisando muitas de suas pinturas, acordamos para o fato de que tudo que o Brasil é hoje,é resultado de uma construção histórico-cultural que vem se desenvolvendo desde os seus primeiros séculos de descobrimento, onde indígenas e escravos eram explorados e dominados pelos burgueses que já existiam e pela monarquia, submetidos às condições de vida que a eles eram impostas, reprimindo por completo até mesmo o desejo à “liberdade”, já que seus próprios pensamentos eram impostos pelos que detinham o poder dos mesmos, manipulando-os de tal forma que até nos dias contemporâneos podemos sentir as consequências.

Podemos imaginar que o artista já sentia o impacto que suas obras causariam na posterioridade, já que cada detalhe era minunciosamente exibido, de forma a mostrar com toda a clareza como eram tratados os menos favorecidos desse tempo.

O que então podemos pensar? Será que Debret se constrangia em retratar tais fatos? Será que se sentia entristecido com tamanha manipulação do ser humano? Ou se sentia lisongiado em ser “ele” a mostrar toda essa autoridade de uns em contrapartida da infelicidade de outros? O fato é que começou a realizar essa tarefa com tamanha responsabilidade e eficácia, que quando olhamos para os resultados, chegamos a sentir a própria alma do autor dentro das mesmas, tamanha é a delicadeza de sua interpretação.

Um historiador que se preze, e que deseje realmente compreender o passado do Brasil com toda a sua complexidade e seus conceitos, jamais deixa de consultar e estudar a fundo as obras de Debret. Observar com um olhar crítico e realista para cada uma de suas obras é sentir o que o autor das mesmas sentia em desenhá-las; é voltar ao passado e sentir-se presente dentro daqueles quadros, em meio àquela época. Dias de tantas riquezas e ao mesmo tempo tanto sofrimento. De tantas descobertas e por outro lado tantas repreensões. Passado que nos levou ao que somos hoje; que nos trouxe cada herança que possuímos na nossa sociedade tão complexa e diversificada. Que nos rendeu cada cultura que o Brasil possui em seus vários estados, onde em muitos ainda podemos sentir com mais força os impactos deixados por esse tempo.

A realidade é que temos muito que agradecer a esse francês que tanto contribuiu para nossa formação histórica, e nos trouxe com muita clareza a realidade do passado do nosso país retratada com grande soberania artística e muita inteligência e dedicação. Resta-nos apreciar com sensibilidade o que ele queria nos passar e qual o seu intuito em deixar para as gerações futuras o registro desse tempo de sofrimentos, lutas e vitórias que fez do Brasil o país que é hoje.

O Brasil aos olhos da “arte”

Disponível em: (http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_Debret). Acesso em 16 de set de 2013

Debret foi um artista, desenhista e pintor Francês que chegou ao nosso país no ano de 1816 em uma caravana composta por vários artistas que vieram acompanhando o Príncipe Regente D. João VI. Muito interessado com o novo país onde se encontrava,