O Samba de Breque
Por: gissellemariah • 5/12/2018 • Artigo • 716 Palavras (3 Páginas) • 292 Visualizações
Samba de Breque
Samba de breque é o nome de um subgênero musical derivado do samba. Recebe esse nome, pois sua principal característica é a pausa no acompanhamento acentuadamente sincopado para que seja possível a inserção de uma frase, sem que a unidade da composição seja quebrada. “Breque” é uma designação abrasileirada do inglês “break”, que significa literalmente “pausa”. Os “breques” são frases apenas faladas que conferem graça, humor e malandragem.
Segundo o crítico musical Tárik de Souza, o samba de breque é uma variante do picote rítmico do samba-choro. Uma mistura do instrumental do chorinho à batucada do samba. O que samba choro? É variedade de música cuja melodia tem fraseado instrumental do choro e pulsão rítmica do batuque do samba.
Foi um dos primeiros estilos nascidos no Rio de Janeiro, foi criado no final dos anos 20 em botecos da cidade. No meio do samba rolavam “paradinhas” onde o cantor falava uma frase ou contava uma história.
O samba de breque ficou popular por causa do cantor Antonio Moreira da Silva, um carioca da Tijuca nascido em 1902, em um episódio que se tornou lendário. Moreira foi cantar o samba Jogo Proibido (de Tancredo Silva, Davi Silva e Ribeiro da Cunha) no Cine-Teatro Meier, e inseriu versos improvisados nos intervalos da música. A iniciativa fez muito sucesso e Moreira começou a ampliar seus apartes a ponto de o violonista Frazão, que atuava em seu grupo, reclamar: "Estou acostumado a acompanhar música e não conversa". A radicalidade do corte introduzido por Moreira, que chegava a parar a melodia para inserir um discurso, como no caso de Na Subida do Morro, foi um marco divisório do gênero e acabou transformando o intérprete em seu ícone.
O cantor Luis Barbosa, nascido em 1910, morreu muito cedo e deixou raras gravações, ficou também conhecido por marcar o ritmo introduzindo em suas músicas o intervalo que caracterizaria o samba de breque, mas sua curta trajetória impediu maior projeção no gênero. Numa entrevista do próprio Moreira reproduzida em “O Último Malandro”, ele reconhece ter "prolongado os breques" introduzidos no samba por Luis Barbosa. Outros cantores também gravaram sambas de breque como o rival de Moreira, Jorge Veiga, o paulista Germano Mathias e até o baiano Gilberto Gil.
O samba canção começou a cair no gosto musical do público nas décadas de 50, decorrente a isso os sambas de choro e breque passaram a ser pouco cantados e tocados nas emissoras de rádio. O samba de breque era considerado uma música marginalizada. Porém, em 1954, compositores da classe média redescobriram os dois gêneros musicais e decidiram promover seu relançamento. Contudo essa nova onde durou pouco foi surgindo às famosas músicas de protesto dos anos 60.
O Samba de Gafieira é dançando com músicas do samba de breque e samba choro. Surgiu em Rio de janeiro na década de 40, é um ritmo que utiliza os instrumentos trompetes, saxofones e trombones. Suas principais características é o jeito malandro, protetor e elegante do dançarino com a sua parceira. Ele é dançado com os pés em paralelo, deslocando-os para cima e para baixo.
A inclusão de um breque, mesmo que embutido no samba, já foi inserido bem antes, como lembra o próprio biógrafo de Moreira, Alexandre Augusto em “O Último dos Malandros” (Editora Record, 1996). O compositor Sinhô, que se auto intitulava "o rei do samba", inseriu três redondilhas menores constituindo um verso de quinze sílabas em “Cansei” interpretado por Mário Reis. Também composições como Minha Palhoça de J. Cascata, e até O “Orvalho Vem Caindo” de Noel Rosa e Kid Pepe, ambas de 1933, tinham suas freadas, ainda que pudessem apenas ser uma arrumação da melodia onde todos retornavam para a música.
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