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O Século Vista Aerea

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Por:   •  26/4/2014  •  1.832 Palavras (8 Páginas)  •  245 Visualizações

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O século XX: vista aérea/ Olhar panorâmico.

I. 28 de junho de 1992, o presidente Mitterrand, da França apareceu de forma súbita em Sarajevo, centro de uma guerra balcânica. Seu objetivo era lembrar á opinião publica mundial a gravidade da crise da Bósnia. 28 de junho era o aniversário do assassinato, em Sarajevo, em 1914, do arquiduque Francisco Ferdinando da Áustria-Hungria. Mas quase ninguém captou a alusão, exceto uns poucos historiadores profissionais e cidadãos muito idosos. A memória histórica já não estava viva.

A destruição do passado – ou melhor, dos mecanismos que vinculam nossa experiência pessoal á das gerações passadas – é um fenômeno mais característicos e lúgubres (triste) do final do séc. XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente continuo, sem qualquer relação com o passado publico da época em que vivem.

Para os historiadores da geração do autor o passado é indestrutível, não apenas por pertencer á geração em que ruas e logradouros públicos ainda tinham nomes de homens e acontecimento público, em que os tratados de paz ainda eram assinados e, portanto tinha de ser identificados e os memoriais de guerra lembravam acontecimentos passados, como também porque os acontecimentos públicos são parte da textura de suas vidas. Eles não são apenas marcos em suas vidas privadas, mas aquilo formou suas vidas, tanto privadas como públicas.

Na medida em que nos habituamos a pensar na economia industrial em termos de opostos binários “capitalismo” e “socialismo” como alternativas mutuamente excludentes, uma identifica com economias organizadas com base no modelo da URSS, a outra com todo o restante. Agora já deve estar ficando evidente que essa oposição era uma construção arbitraria e em certa medida artificial que só pode ser entendida como parte de determinado contexto histórico.

Mesmo o mundo que sobrevive ao fim da Revolução de Outubro é um mundo cujas as instituições e crenças foram moldadas pelos que pertenciam ao lado vencedor da segunda Guerra Mundial. Os que estavam do lado perdedor ou a ele se associavam não apenas ficaram em silencio ou foram silenciados como foram praticamente riscados da historia e da vida intelectual, investidos do papel de “o inimigo” no drama moral de Bem versus Mal. O autor levanta uma questão importante, a possibilidade de estar acontecendo o mesmo hoje com os perdedores da Guerra Fria, embora talvez não na mesma proporção, nem por tanto tempo.

A principal tarefa do historiador não é julgar, mas compreender, mesmo o que temos mais dificuldade para compreender. O que dificulta a compreensão, no entanto, não são apenas nossas convicções apaixonadas, mas também a experiência histórica que as formou. As primeiras são fáceis de superar, pois não há verdade no conhecido e enganoso dito francês (Tudo compreender é tudo perdoar). Compreender a era nazista na historia alemã e enquadra-la em seu contexto histórico não é perdoar o genocídio. De toda forma não é provável que uma pessoa que tenha vivido este séc. extraordinário se abstenha de julgar. O difícil é compreender.

II. Compreensão da P.G.M. ao colapso da URSS.

O roteiro deste livro - P.G, assinalou o colapso da civilização (ocidental) do séc. XIX.

Civilização capitalista na economia, liberal na estrutura legal e constitucional; burguesa na imagem de sua classe hegemônica característica; exultante no avanço da ciência do conhecimento e da educação e também com o progresso material e moral; profundamente convencida da centralidade da Europa, berço das Revoluções da ciência, das artes, da política e da indústria e cuja economia prevalecera na maior do mundo, que seus soldados haviam conquistado e subjugado; uma Europa cujas populações haviam crescido até somar um treco da raça humana; cujos maiores Estados constituíam o sistema da política mundial.

Toda a história do imperialismo moderno, tão firme e autoconfiante, não durara mais que o tempo de uma vida humana.

Uma crise econômica mundial de profundidade sem precedentes pôs de joelhos até mesmo as economias capitalistas mais fortes; criação de uma economia mundial única/ capitalismo liberal do séc. XIX.

Enquanto a economia balançava, as instituições da democracia liberal praticamente desapareceram entre 1917 e 1942; enquanto isso avançava o fascismo e seu corolário (conseqüências) de movimentos e regimes autoritários.

De muitas maneiras, esse período de aliança capitalista-comunista contra o fascismo – sobretudo as décadas de 1930 e1940 – constituiu o ponto crítico da história do séc.XX e seu momento decisivo. De muitas maneiras, esse é um momento de paradoxo histórico nas relações entre capitalismo e comunismo, que na maior parte do séc. – com exceção do breve período anti-fascismo – ocuparam posições de antagonismo inconciliável.

Umas das ironias deste estranho século é que o resultado mais duradouro da Revolução de Outubro cujo objetivo era a derrubada global do capitalismo foi salvar seu antagonista, tanto na guerra quanto na paz, fortalecendo-lhe i incentivo – o medo – para reformar-se após a S.G.M. e, ao estabelecer a popularidade do planejamento econômico, oferecendo-lhe alguns procedimentos para sua reforma.

Como e porque o capitalismo, após a S.G.M, viu-se para a surpresa de todos, inclusive dele próprio, saltar para a Era de Ouro de 1947-73, algo sem precedentes e possivelmente anômalo(apresenta anomalia) ?

Contudo, já podemos avaliar com muita confiança a escala e o impacto extraordinários da transformação econômica, social e cultural decorrente, a maior, mais rápida e mais fundamental da historia registrada. Vários aspectos dessa transformação. É provável que no terceiro milênio os historiadores do séc. XX situem o grande impacto do séc. na historia como sendo o desse espantoso período e de seus resultados. Porque as mudanças dele decorrentes para todo o planeta foram tão profundas quanto irreversíveis. E ainda estão ocorrendo. Os jornalistas e ensaístas filosóficos que detectam “o fim da historia” na queda do império soviético estavam errados.

O argumento é melhor quando se afirma que o terceiro quartel do séc. assinalou o fim dos sete ou oito milênios da historia humana iniciados com a revolução da agricultura na Idade da pedra, quando mais não fosse porque ele encerrou a longa era em que a maioria esmagadora da raça humana vivia plantando alimentos e pastoreando rebanhos.

Convém lembra que o impacto maior e mais duradouro

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