O conceito de documentários
Artigo: O conceito de documentários. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: AndreiaMendes • 26/10/2013 • Artigo • 497 Palavras (2 Páginas) • 308 Visualizações
Documentário é um gênero cinematográfico que se caracteriza pelo compromisso com a exploração da realidade. Mas dessa afirmação não se deve deduzir que ele represente a realidade «tal como ela é». O documentário, assim como o cinema de ficção, é uma representação parcial e subjectiva da realidade.
O filme documentário foi pela primeira vez teorizado por Dziga Vertov (1896-1954), que desenvolve o conceito de «cinema-verdade» (kino-pravda), defendendo a ideia da fiabilidade do olho da câmara, a seu ver mais fiel à realidade que o olho humano - ideia ilustrada pelo filme que realizou Cine-Olho (1924) -, visto ser uma reprodução mecânica do visível (Ver: cinema directo).
O termo documentário é descrito em 1879 pelo dicionário francês Littré como adjetivo referente a algo «que tem carácter de documento». Atualmente, há uma série de estudos cujos esforços se dirigem no sentido de mostrar que há uma idefinição de fronteiras entre documentário e cinema de ficção, definindo um gênero híbrido. Surge no início do século o termo docuficção. A etnoficção é umas das práticas nobres deste gênero. No Brasil todos Documentarios são livre des de 2011. Pela lei 1987 artigo 12.
A definição do campo documentário, concretamente, se estabelece na oscilação da forma entre duas estruturas: a enunciação e a tomada. A “voz” do documentário é um feliz conceito criado pelo teórico Bill Nichols para se referir a camada enunciativa. Nichols analisa a “voz” do documentário, dentro de sua evolução histórica, para além da voz ‘over’ (fora-de-campo), que enuncia como ‘voz de Deus’, incluindo igualmente o enunciar dialógico (entrevistas, depoimentos, diálogos no modo dramático) e mesmo o que chama de voz “performática”, com ênfase maior na primeira pessoa e no discurso interior. Para Nichols, a voz do documentário caracteriza-se por estabelecer argumentos sobre o mundo histórico. Noël Carroll define esta camada do ‘enunciar’ documentário a partir do conceito de “asserção”, herdado do pensamento analítico e da filosofia da linguagem. As asserções documentárias para Carroll pressupõem (o que não equivale a dizer que efetivamente concretizem) uma intenção de verdade por parte de seu autor. Dentro de uma abordagem que possui sua dívida com o estruturalismo lingüístico, Roger Odin propõe parra tal o que chama de ‘semio-pragmática’, deslocando a ênfase da análise da enunciação para a construção da leitura no pólo espectatorial. Define o documentário como processo operativo que constrói um modo de leitura, o modo ‘documentarizante’, estabelecendo uma diferenciação operacional entre a narrativa documentária que narra propriamente (A Tênue Linha da Morte, Errol Morris, 1988, por exemplo), a narrativa documentária que expõe (Les Statues Meurent Aussi, Alain Resnais, 1953; Hotel des Invalides, Georges Franju, 1952), aquela que mostra (Caixeiro-Viajante, Maysles, 1968; Pour la Suite du Monde, Pierre Perrault, 1963); a narrativa que mostra de um modo mais participante (Os Mestres Loucos 1954/55; Eu, um negro 1957/58; ambos de Jean Rouch), a que mostra de um modo mais pessoal (toda a obra de Richard Leacock, por exemplo), ou ainda a narrativa documentária que possui estrutura poética (Berlim Sinfonia de uma Metrópole, Walter Ruttmann, 1927).
...