O processo de criação de choro

Segundo Cazes, o processo de criação do choro se dá pela mistura dos gêneros musicais europeus da época, e que não tem ao certo uma data exata para o seu surgimento, todavia, arriscando um momento histórico para tal, este autor aponta o ano de 1845, quando a polca foi dançada pela primeira vez. Diniz (1975) aponta que “as interpretações diferenciadas dos gêneros estrangeiros da época – como a polca, a valsa, o schottisch, a quadrilha – fizeram nascer um jeito “brasileiro” de tocar”. (p. 17).

Alguns historiadores discutem a origem do nome choro, Tinhorão (1991), acredita que o choro deriva de chorar, dando exemplo da melancolia gerada pela baixaria produzida pelo violão, segundo Cazes, outros historiadores como Vasconcelos (1977), acredita que o nome deriva de choromeleiros (musico que toca charamela), instrumentistas de importância no período colonial.

Como já afirmado, ao chegar ao Brasil, as danças europeias sofreram algumas mudanças no seu modo de execução, tal como na articulação, nos ornamentos, no ritmo, na dinâmica, formação instrumental entre outros. Segundo Linhares Rosa (2011), a vivacidade rítmica bem humorística e o sentimento com que os músicos executavam essas danças, foram o grande marco para o abrasileiramento desses sons e coreografias europeias (p. 51). É nesta época que começa a surgir o choro, não como gênero ainda, mas, como simplesmente o nome dado ao modo diferente de execução das danças.

Segundo Pinto (1978), os choros, originalmente, eram compostos para a formação flauta, cavaquinho e violão, o famoso terno de pau-e-corda. Linhares Rosa comenta que a flauta era a encarregada da execução das melodias, o cavaquinho responsável pela harmonia e ritmo, e, finalmente, o violão, que por sua vez ficava a cargo da execução dos baixos (a famosa baixaria) (p. 51). Vale ressaltar que outros instrumentos também fizeram parte das rodas de choro da época, tal como o ophicleide, instrumento que se assemelha ao bombardino atual, e o trombone.

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