O sucesso da banda Oficina G3
Artigo: O sucesso da banda Oficina G3. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: MichelFla10 • 10/2/2015 • Artigo • 1.578 Palavras (7 Páginas) • 418 Visualizações
Desde 2008, a banda Oficina G3 não lançava nenhum material inédito. E, desde essa época muitos eventos marcaram a vida pessoal de cada integrante, e principalmente a carreira do quinteto. Na carreira, podemos destacar os elogios gerais feitos e premiações ao disco “Depois da Guerra”, que venceu o prêmio de Melhor álbum cristão em língua portuguesa no Grammy Latino, o destaque de Mauro Henrique como novo integrante e vocal, a entrada de Alexandre Aposan como membro oficial em 2011, a #YourTourG3, a gravação e lançamento do D.D.G. Experience, obra audiovisual que recebeu indicação ao Troféu Promessas e recebeu disco de ouro, e por fim os 25 anos de Oficina G3 completados em 2012, conjunto que se mantém ativo desde 1987. Na vida pessoal dos integrantes, podemos destacar o falecimento da esposa do vocalista Mauro Henrique, e outras fatalidades que não convém serem mencionadas aqui.
O uso da bicicleta no título e conceito do álbum é facilmente entendido quando se lê o texto escrito por Duca Tambasco no encarte. O objeto é usado como uma metáfora das fases da vida, e seus encontros, no caso do texto, com o pai. Porém, a própria bicicleta é um objeto de várias interpretações neste contexto, principalmente se comparada as letras das canções.
Após cerca de um ano de mistério, o álbum foi lançado no dia 30 de abril deste ano no iTunes, em seguida nos formatos físicos. O trabalho foi gravado no RAK Studios, localizado em Londres, e foi produzido e arranjado pela própria banda, com a colaboração de alguns músicos e profissionais, como o cantores e produtores musicais Leonardo Gonçalves e Déio Tambasco. Foi masterizado no Sterling Sound em Nova Iorque. Vamos às faixas.
Diz, a primeira faixa do trabalho, em seus primeiros riffs de guitarra indiscutivelmente lembra a canção “Honor Thy Father”, do Dream Theater. Coincidência ou não, a pegada da bateria é firme, pulsante e envolvente ao longo da faixa, desde o momento que se inicia a base instrumental. A interpretação de Mauro Henrique é excelente, porém o que soa de negativo na canção é a falta de um solo de guitarra. Apenas o riff unido ao baixo e a bateria tornou-a cansativa de se ouvir. A letra versa sobre nossas palavras e a inteção do coração. O novo disco da Oficina G3 começa razoavelmente bem, e já deixando várias pistas de como será ao longo deste.
A melhor canção do disco, do grupo de “arraza-quarteirões” de Histórias e Bicicletas é Água Viva. Excelente em todos os aspectos: letra bem articulada e interpretada, métrica agradável, e principalmente arranjos que ‘casam’ perfeitamente com os versos da faixa, principalmente o refrão marcante. Destaque para os vocais de apoio, formados pelo baixista Duca Tambasco com o guitarrista Juninho Afram, e o peso do baixo no instrumental, mais notável que no DDG, em que este ficou apagado. No final, um belo solo de piano, que representa o momento de calmaria, alívio, o abraço de Deus pedido no refrão que encerra muito bem Água Viva.
Seguindo uma “lógica” encontrada coincidentemente na maioria dos álbuns da Oficina G3, a terceira canção é mais leve que as anteriores. Também mais poética que as anteriores, Encontro traz um tema comum, mas com uma articulação letrística excelente: a união entre pessoas. Ainda há a participação de Roberto Diamanso com um poema em cordel, o que dá um ar de diferença na canção. Os toques do violão e os efeitos eletrônicos do teclado preencheram de maneira suave o arranjo.
Confiar, single do disco é uma canção interessante, principalmente pelo rótulo de “música de trabalho” que traz, isto porque a maioria dos singles lançados em nosso gospel nacional atualmente são canções fracas em todos os sentidos. Letras e ideias batidas, arranjos monótomos, algo bastante pegajoso para atrair a maior quantidade de público em menor tempo. A sensação ao ouvir Confiar é completamente diferente. Uma canção radiofônica e leve, porém com muito conteúdo. Letra poética, bem articulada e que não se prende a bobas repetições e clichês evangélicos, arranjos muito bem elaborados, principalmente o solo de guitarra por Juninho Afram cheio de feeling e virtuosismo, e múltiplas influências musicais que enriquecem o conteúdo da faixa, uma das melhores. Sua letra versa a nossa peregrinação nesta Terra, enfrentando as dificuldades, vivendo o hoje se preparando para a Eternidade. Temática interessante.
Voltando ao peso, Não Ser começa com um pulsante riff de baixo, e uma pegada furiosa na bateria. É a canção que, particularmente lembra mais o álbum Depois da Guerra, tanto instrumentalmente quanto em sua temática letrística. O vocal de apoio por Duca e Juninho mais uma vez se faz bem presente, e como não dizer da interpretação de Mauro e os marcantes guturais de Jean, que tanto se destacaram no álbum anterior? Na medida certa.
Compartilhar é mais uma das canções mais autobiográficas do disco, transformada em poesia, versando sobre a multiplicidade de sentimentos e constantes experiências humanas exemplificando-se no nascimento e morte, e o controle de Deus em relação a todo este contexto. No instrumental, podemos destacar a sonoridade do teclado, lembrando o álbum Indiferença, contribuindo no peso progressivo e o solo de guitarra, um dos melhores do CD.
A sétima faixa possui um detalhe especial. Foi escrita pela falecida esposa de Mauro Henrique em parceria com o cantor. Descanso é a canção do repertório que pode ser equiparada à “Incondicional” pela condução do arranjo, porém possui suas particularidades. Gostei da pegada progressiva, e dos backs. Dentre as canções leves, é a que mais me agradou.
Aos pés da Cruz, hit de Kleber Lucas recebe uma versão a altura da qualidade da composição, canção que já fez parte do setlist de shows da banda, e foi cantada
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