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PICASSO E A ARTE AFRICANA: Influências da cultura nas obras do artista

Por:   •  22/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.275 Palavras (10 Páginas)  •  1.950 Visualizações

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PICASSO E A ARTE AFRICANA: influências da cultura nas obras do artista

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo refletir e compreender as relações entre as obras do artista Pablo Picasso e as influências da arte africana nesse contexto. A arte africana expressa nas obras de Picasso, tem cunho voltado ao espirito religioso, sendo esta uma característica muito presente na cultura das aldeias africanas, que utilizam se inúmeras simbologias em suas crenças.

Palavras chave: Arte africana, máscaras, crenças, influência, Picasso

ABSTRACT

The present study aimed to reflect and understand the relationship between the works of the artist Pablo Picasso and the influences of African art in this context. African art expressed in the works of Picasso, is aimed at the religious spirit, a feature very present in the culture of African villages, which use if innumerable symbologies in their beliefs.

Keywords: African art, masks, beliefs, influence, Picasso

PICASSO E A ARTE AFRICANA: influências da cultura nas obras do artista

Carolina Rodrigues Magalhães

INTRODUÇÃO

A pesquisa realizada para a composição deste trabalho, visa refletir sobre a influência da arte Africana na obra de Picasso.

Pablo Picasso foi um artista a frente se seu tempo, que utilizava de inúmeras inspirações no processo de criação de suas obras.

A arte africana exprime usos e costumes das tribos africanas.

É uma arte extremamente voltada ao espírito religioso, característica marcante dos povos africanos

Para os africanos, a máscara representava um disfarce místico com o qual poderiam absorver forças mágicas dos espíritos e assim utilizá-las na cura de doentes, em rituais fúnebres, cerimônias de iniciação, casamentos e nascimentos.

O material mais utilizado é a madeira, embora existam também peças singulares de marfim, bronze e terracota.

Antes de começar a entalhar, o artesão realiza uma série de rituais no bosque, onde normalmente desenvolve o trabalho, longe da aldeia e usando ele próprio uma máscara no rosto. Assim, baseado nos conceitos da importância das máscaras para a arte Africana, o objetivo desta pesquisa é compreender a forma que a arte africana se expressa nas obras de Picasso e o momento de origem de tal inspiração.

1 FALANDO SOBRE ARTE

1.1 Arte in foco: as contextualizações do cubismo

Segundo Rivera (2009), o Cubismo foi uma revolução estética e técnica tão importante para a Arte Ocidental quanto o Renascimento. Ocorreu no período de 1907 a 1914, tendo como fundadores Pablo Picasso e Georges Braque. Iniciado dentro de um círculo muito restrito, não foi pensado como um movimento. Aos seus criadores se uniu um grupo de amigos intelectuais escritores de vanguarda. Kahnweiler abre no outono de 1907 a galeria da rua Vignon, que será o santuário do Cubismo.

De acordo com o autor, foi em 1908 forma-se em Montmartre, colina nos arredores de Paris, onde moram Pablo Picasso, Max Jacob, Juan Gris, o grupo do "Bateau-Lavoir", que além desses, compreende Guillaume Apollinaire, André Salmon, Maurice Raynal, Gertrude Stein, Leo Stein, entre outros. Distingue-se no desenvolvimento do Cubismo a fase cézanniana (1907-1909), uma fase analítica (1910-1912) e uma fase sintética (1913-1914).

Eles trouxeram de volta o problema da representação do volume colorido sobre uma superfície plana. Contrários ao Impressionismo, eles não pretendiam fixar na tela uma impressão imaginária, um momento fugaz, mas construir um quadro de motivos sólidos e duradouros. Em 1907 Picasso termina Les Demoiselles d'Avignon que marca o nascimento do Cubismo.

Rivera (2009) descreve que o simultaneismo caracteriza o Cubismo analítico, reúne em uma tela única diversos aspectos do mesmo objeto, não tal como se vê, mas como se pensa, como existe em si e na mente.

Rivera (2009) explica que o Cubismo Sintético a ruptura com a figuração naturalista tradicional realiza-se com o abandono definitivo de qualquer processo de imitação, com o emprego de "sinais plásticos" livremente inventados, ampliando-se os planos. O Cubismo deixa de ser um aspecto, uma técnica empírica para se tornar um movimento formal e conceitual, percebido em sua estética, não em sua aparência.

1.2 A cultura matéria Africana – Pintura

Para Giannattasio (2011), a arte africana representa os usos e costumes das tribos africanas. O objeto de arte é funcional e expressam muita sensibilidade. Nas pinturas, assim como nas esculturas, a presença da figura humana identifica a preocupação com os valores étnicos, morais e religiosos.

Segundo a autora, as origens da história da arte africana está situada muito antes da história registrada. A arte africana em rocha no Saara, em Níger, conserva entalhes de 6000 anos.

As esculturas mais antigas conhecidas são dos Nok cultura da Nigéria, feitas por volta 500 d.C.. Junto com a África Subsariana, as artes culturais das tribos ocidentais, artefatos do Egito antigo, e artesanatos indígenas do sul também contribuíram grandemente para a arte africana. Muitas vezes, representando a abundância da natureza circundante, a arte foi muitas vezes interpretações abstratas de animais, vida vegetal, ou desenhos naturais e formas.

Giannattasio (2011), afirma que os métodos mais complexos de produção de arte foram desenvolvidos na África Subsariana, por volta do século X, alguns dos mais notáveis avanços incluem o trabalho de bronze do Igbo Ukwu e a terracota e trabalhos em metal de Ile Ife fundição em Bronze e latão , muitas vezes ornamentados com marfim e pedras preciosas, tornou-se altamente prestigiado, em grande parte da África Ocidental, às vezes sendo limitado ao trabalho dos artesãos e identificado com a realeza, como aconteceu com o Benin Bronzes.

Segundo a autora, no Brasil, o tráfico internacional de escravos da África subsaariana trazidas para cá foi um movimento migratório, embora forçado. Seu início ocorreu na segunda metade do século XVI, e desenvolveu-se no século XVIII, atingiu seu ápice por volta de 1845 até ser bruscamente extinto em 1850. Foi, certamente,

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