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Pintura Óptica de Georges Seurat

Por:   •  12/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  484 Palavras (2 Páginas)  •  657 Visualizações

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A Pintura Óptica de Georges Seurat

Georges Pierre Seurat, pintor francês, nasceu em Paris em 1859 e manifestou desde cedo uma grande aptidão para o desenho. Ingressou, em 1878, na Escola de Belas-Artes e revelou preferência pelo realismo, influenciado pelos mestres do Renascentismo. Um ano depois interrompeu os estudos por motivos de serviço militar em Brest, onde realizou muitos esboços da paisagem marinha. Posteriormente, dedicou-se à leitura de obras científicas e procurou integrar esse conhecimento nas suas criações artísticas.

As influências do impressionismo são o ponto de partida de Seurat para a conceção de um novo método de pintura. O enorme interesse do pintor nos fundamentos teóricos da arte e na dimensão científica, fenómenos de perceção, leis da ótica e teorias de composição e combinação de cores, tornou possível a produção de uma pintura com base em rigorosos cálculos matemáticos, algo que os impressionistas consideravam absurdo, movidos pela improvisação e o lirismo. Reintroduziu, assim, a estrutura e a formalidade à pintura, ignorando o excesso de espontaneidade e a ausência de forma tão características da época.

Seurat foi considerado o criador de uma nova corrente artística, o neoimpressionismo, que corresponde à evolução do impressionismo no sentido do rigor, através da sistematização do emprego da cor. Contrariamente aos seus contemporâneos, o pintor utilizou a justaposição das cores, segundo um esquema matemático, através de pequenas manchas ou pontos de cor pura, pinceladas ínfimas e regulares, que se fundem e criam uma mistura ótica no observador quando visionadas a uma certa distância, processo este, intitulado de “Pontilhismo”. A forma pictórica das suas obras, conseguida pela fragmentação da cor através de pequenos pontos produz um efeito semelhante ao dos pixéis, obtidos através da ampliação de uma fotografia. Pode afirmar-se que este método foi precursor da imagem digital e da televisão. É também considerada uma das tendências que melhor anunciaram a abstracção da cor e da forma.

 

Na obra Banhistas de Asniéres (1884), a primeira mais conhecida, o artista utiliza a fragmentação do traço tornando-o na justaposição de pontos e tracejados de cor.  O marco inicial do movimento neoimpressionista é a pintura Tarde de Domingo na Ilha de La Grande Jatte (1886), uma obra inédita na arte francesa, muito criticada pelos pintores impressionistas da época, devido essencialmente à geometrização da forma e à decomposição da cor. É visível também uma grande preocupação nos tons lumínicos causados pela luz solar, o fundo aparece destacado em cores fortes e chamativas.  Em La Parade (1889), Seurat concentra-se na representação da iluminação artificial num ambiente nocturno, ao ar livre. O carácter gráfico da obra sobrepõe-se ao tema que é retratado.

Seurat morreu em 1891, vítima de um derrame cerebral, deixando a sua última pintura, O Circo, inacabada, na qual, pinta um ambiente muito admirado na época, o circo, que representava muito misticismo que encantava os espectadores, nesta obra o interesse fulcral do pintor é, uma vez mais, o método, o modo como é meticulosamente produzida.

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