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Georg Simmel

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Por:   •  29/9/2013  •  652 Palavras (3 Páginas)  •  605 Visualizações

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Questão 3 - Simmel nos mostra neste texto clássico, vários aspectos da vida nas “novas” metrópoles, relacionado ao conceito de “blasé” (indiferença). Identifique esses aspectos, associando exemplos da sua vida cotidiana que podem estar diretamente relacionados e que você talvez, por isso, nem se dê conta.

“As grandes cidades e a vida do espírito” (Georg Simmel)

Simmel aborda de forma profunda diversos pontos da vida nas grandes cidades, é impossível ao ler o texto não associar o efeito “blasé” ao nosso modo de vida atual, talvez hoje ainda mais presente do que a mais de 100 anos atrás quando essas ideias foram apresentadas.

É comum a intensificação da vida nervosa, a cada novo amanhecer começa uma batalha colossal contra o tempo, parece irracional perder um segundo sequer, os 86.400 segundos que um dia possui passam em um piscar de olhos. Acordar sobressaltado já virou rotina, um bom dia mecânico e um tudo bem sem sequer ouvir a resposta é um clássico da indiferença.

No caminho do trabalho fica ainda mais visível a diferença das grandes cidades, onde diferentemente de uma cidade pequena, onde as relações são pautadas pelo sentimento, na metrópole o intelectualismo e o individualismo se sobressaem. Notam-se pessoas amargas, que sabem buzinar, mas não sabem quando parar. Chegar primeiro é mais importante do que chegarmos juntos. As pessoas simplesmente “resolvem” o seu problema de transporte comprando o seu carro, sua percepção da realidade é limitada e mesmo sabendo que isso agravará ainda mais o trânsito, sua indiferença se sobressai ao senso coletivo.

No trabalho começa uma objetividade impiedosa, produzimos para pessoas que jamais encontraremos pessoalmente, e pessoas que talvez trocaremos uma ou duas palavras na vida. Mas aceitamos essa relação, já que também nos beneficiamos dela. No almoço ou nas demais refeições diárias o efeito blasé também se manifesta, não que o sabor do alimento não seja sentido, mas as preocupações com os demais campos da vida fazem muitas vezes desse momento que deveria ser de prazer, um momento nulo. Ao mesmo tempo se ouve uma notícia chocante em que 3, 30, ou 300 pessoas morreram, mas daí alguns minutos o dever chama e logo até esquecemos tal notícia.

Logo já é noite, e não podemos parar. Uma breve passada em casa, e no caminho mais indiferença, é um acidente de trânsito, uma criança pedindo ajuda, uma briga, e logo me vem à música “Ideologia” do cantor Cazuza, onde diz “E aquele garoto que ia mudar o mundo, agora assiste a tudo em cima do muro”. Talvez isso aconteça por que quando criança, não sejamos tão afetados por essa neurose coletiva.

Outro ponto que Simmel aborda é a atitude espiritual dos habitantes das grandes cidades uns com os outros, o que ele chama de reserva. Ao observar a faculdade esse ponto fica bem claro, diante do todo de alunos acabamos por participar de um círculo relativamente pequeno de pessoas, seria otimismo dizer que conseguiria lembrar o nome de todos de minha própria sala, quanto mais aprofundar as relações.

Ao chegar em casa é normal não encontrar todos os membros da família acordados, ao olhar no relógio nos assustamos, 24 horas não são suficientes para fazer tudo. Passamos mais um dia sem desfrutar realmente das verdadeiras relações

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