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Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Por:   •  29/9/2019  •  Seminário  •  2.670 Palavras (11 Páginas)  •  137 Visualizações

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Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Escola de Artes e Arquitetura

Arquitetura e Urbanismo

Capítulo IV – Conteúdo e Forma

(Os problemas da Estética)

Alunos: Ana Bastos, Daniela Crivelari, João Victor Tomaz e Rafaella Azevedo

Goiânia, 2019

1.  Diversos significados dos termos forma e conteúdo:

  • A arte se distingue das outras atividades, pois tem dimensão significativa  e espiritual alcançando valores com finalidade e funções não artísticas, porém inseridas na vida espiritual do homem, ela se distingue não tanto pelo o “quê”, mas principalmente pelo “como”, pela forma como ela é entendida em seu estado final e conclusivo da arte, a elegância da representação ou da expressão, a perfeição da imagem, o êxito do processo artístico e a auto suficiência da obra;
  • O conteúdo foi visto no argumento tratado que podia ser um objeto natural a ser representado, uma história a ser contada ou um sentimento a ser contado. Já a forma era vista na perfeição exterior, em seu esmero técnico e estilístico, nos valores formais quanto a qualidade artística da obra distinguindo-se de obras não artísticas, às vezes tendo os mesmos conteúdos;
  • A forma se acrescenta ao conteúdo, vindo-lhe de fora e permanecendo exterior;
  • Forma e conteúdo são vistos na sua inseparabilidade, sendo que o conteúdo nasce no próprio ato em que nasce a forma e a forma não é mais que a expressão acabada do conteúdo;
  • Fazer arte significa “formar” conteúdos espirituais, traduzindo assim o sentimento em imagem e a forma pode ser uma imagem puramente interior, não realizada num objeto real;

2. Estética da forma e estética do conteúdo:

  • Quanto a estética da forma e do conteúdo tendo como base a inseparabilidade de forma e conteúdo, divergem quanto ao ponto de vista adotado, que é ora o do conteúdo, ora o da forma
  • Esta oposição é secular, ao lado do conteúdismo de Herder, que vê na poesia não o culto douto e refinado dos valores estilísticos, mas a expressão imediata e fremente dos sentimentos e da concreta humanidade e em contra partida vemos o formalismo de Kant, que concebe a beleza como uma finalidade sem fim, somente o formal, independente de qualquer referência aos outros valores, perturbada pela intervenção do conhecimento ou da existência, da moralidade ou da utilidade;
  • Ao lado de Hegel que concebe a arte como espiritualidade formada e como representação sensível da ideia. O conteudísmo de Schopenhauer que assinala a arte da tarefa de conhecer, as representações subjetivas ligadas a vontade, as ideias universais, que são objetos de pura contemplação, e de representá-las de forma sensível e individual, isto é de objetivar a própria vontade em que consiste a essência intima do real, está o formalismo de Herbat que afirma que a beleza só significa exprimir a si mesma, consiste apenas em relações e por isso, na arte o sentimento irrelevante;
  • Já o conteudismo dos positivistas que, como Taine consideram a arte como produto do ambiente, dos historicistas que, como Dilthey, a interpretam como manifestação ao espírito dos povos e das épocas. Dos socialistas como Proudhon  e Marx, assinalam-lhe a missão social ou consideram na como representação da realidade ou como Guyau e Nietzsche, veem-na como suprema manifestação e exaltação de vida, ou dos psicanalistas que nela veem um caso de sublimação dos instintos ou do formalismo evocado pela várias poéticas da arte pela arte e da poesia pura, de Poe e Flaubert e a Wilde, veem a arte comprometida por toda preocupação de conteúdo e finalidade não artísticos a ponto de recomendarem a indiferença do conteúdo e ausência do assunto para firmarem-se sobre o puro estilo e dos teóricos da pura visibilidade nas artes figurativas, de Fielder a Wolffin, a Fry e a Berenson, que reconduzem a arte à objetividade essencial dos valores pictóricos, distinguindo a pura visibilidade do sentimento, a objetividade da representação, o decorativo, do ilustrativo e o análogas considerações feitas por Hanslic no campo musical;
  • As posições opostas no decorrer do tempo foram se refinando cada vez mais, procurando levar em conta uma às outras, sendo difícil estabelecer-se um ou outro são mais conteudistas ou mais formalistas;
  • Hoje a oposição entre duas correntes poderia ser representada, de um lado, pela escola semântica, que se preocupa com esclarecer o que a arte significa e quer dizer, e atribui as obras de arte características senão referenciais, denotativas, representativas, pelo menos emotivas, conotativas, presentativas, e, de outro lado, por todas as correntes que insistem em afirmar que a arte não “quer dizer” nada, mas essencialmente, produção de objetos;

3. Intimismo e tecnicismo: formação do conteúdo e formação da matéria

  • A oposição entre forma e conteúdo geram problemas igualmente sensíveis a oposição do significado humano da arte x os puros valores estilísticos;
  • É necessário afirmar a inseparabilidade de forma e conteúdo por mais que essa oposição surja quando se compara um em preferência ao outro, ou seja, ou do ponto de vista do conteúdo sob a forma ou do ponto de vista da forma sob o conteúdo;
  • afirmar a inseparabilidade da forma e do conteúdo do ponto de vista da forma, em preferência ao do conteúdo mostra como os dois processos são simultâneos e coincidentes: na arte, expressividade e produtividade se coincidem, sendo essa, a doutrina do intimismo e o seu oposto, é o “tecnicismo”;
  • na produção artística existem dois processos: o processo da formação do conteúdo e o processo da formação da matéria (forma), ou seja, uma relação conteúdo-forma e uma relação forma-conteúdo;
  • a arte é expressão, ou seja, forma um conteúdo. A formação da matéria se dá pelo ato de fazer, construir, compor, produzir – formando assim a configuração de um material sensível (forma), e a configuração de um contexto de significados (conteúdo);
  • percebemos então, a antítese entre intimismo e tecnicismo:

- intimismo: se reduz o fazer ao exprimir, se afirma que não há outra produtividade artística senão a figuração interior do sentimento;

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