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Resenha Do Livro "Arte" Da Coleção "Primeiros Passos"

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Por:   •  20/3/2015  •  1.310 Palavras (6 Páginas)  •  1.321 Visualizações

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O QUE É ARTE

Jorge Coli

Arte e crítica

• Arte é toda manifestação da atividade humana, produção cultural de um povo. Ela possuí

limites imprecisos;

• Nossa cultura é que impõe ou defini “o que é ou não é arte”. Figuras como o crítico,

historiador, perito, conservador de museu e locais específicos onde a arte pode se manifestar,

como museus e galerias, conferem o estatuto de arte a um determinado objeto;

• Existe uma hierarquia dos objetos artísticos que vai definir critérios de julgamento, a

qualidade de tal obra segundo um critério específico (crítica de arte);

• A crítica tem o poder não só de atribuir o estatuto de arte a um objeto, mas de o classificar

numa ordem de excelências (qualidades expecionais) segundo critérios próprios. Nasce

assim o conceito máximo que é o de obra-prima;

Estilo e classificações

• Na história da arte, constantemente encontramos esforços rigorsos de categorizar e

classificar estilisticamente determinadas produções (por ex.: belas artes e artes aplicadas);

• A ideia de estilo está ligada a ideia de recorrência, de constantes (elementos plásticos) sem

que esta noção tenha um sentido forçosamente consciente e empregados pelo artista com

certa frequência;

• As diversas épocas constróem uma espécie de pano de fundo estilístico comum às obras, por

diferentes que sejam. A presença de elementos comuns nas obras, próprios à sua época, os

reúnem;

• Algumas classificações foram criadas por homens que se reconheciam nelas, outras por

externas dadas por terceiros e outras inventadas a posteriori para localizar, na história, tal ou

tal grupo de artistas (por ex.: os ismos da história da arte);

• As classificações não são instrumentos científicos, não são exatas, não partem de definições

e agrupam obras ou artistas por razões muito diferentes, entre os quais se pode encontrar a

ideia de estilo, mas não forçosamente, e sempre parcialmente, o que nos leva a considerar

que seu emprego deve ser muito cuidadoso. A riqueza da obra foge sempre a qualquer

determinação;

• Um dos perigos da classificação é o de sua utilização como universais. E no entanto, elas

possuem uma singular sedução. Estamos diante de produtos que nos escapam, que se

desenvolvem de modo tão inesperado, tão pouco previsível que, para os dominar não

resistimos à tentação fácil de os classificar. E essas classificações, infelizmente, passam a ser

mais importantes do que as obras;

• O estatuto de obra de arte, transcendente, exteriores às culturas e ao tempo, dotada de uma

“essência” artística, de um valor “em si”, não é uma imanência, mas uma projeção. Somos

nós que enunciamos o “em si” da arte, aquilo que nos objetos é, para nós, arte;

• História da arte, crítica, museu, teatro, cinema de arte, salas de concerto, revistas

especializadas: instrumentos da instauração da arte em nosso mundo, indissociáveis

culturamente. Eles selecionam o objeto artístico, apresentando-no ou tentam compreendê-lo.

Por meio deles a arte existe;

O sentido da arte

• A ideia de transcedência cultural e histórica da arte é nossa; sem nós, ela não existe. Criamos

a perenidade, a eternidade, o “em si” da arte, que são apenas instrumentos com os quais

dispomos, para nós mesmos uma configuração de objetos. O absoluto da arte é relativo à

nossa cultura;

• Marcel Duchamp apresenta os ready-mades (objetos fabricados em série ou industriais, mas

deviados das funções primitivas pela sua instalação numa galeria, num museu) formados por

mictórios, porta-garrafas, rodas de bicicleta. O que ele impõe ao público culto é uma

provocação, que obriga esse mesmo público a reconhecer que um objeto só é artístico

porque foi aceito como tal pelas diversas “competências” atribuídas pelo museu, pelo

crítico, pelo historiador. Neste caso mais precisamente, arte não é o mictório, é o gesto que o

coloca num museu (arte conceitual);

• A anti-arte de Duchmap traz consequências importantes do “para nós” em arte, onde tudo

poderia ser arte: a máscara africana, o cartaz publicitário, a imagem de uma santa. E o seu

sentido fica cada vez mais deslocado seu tempo, revelando o nsso contexto com o objeto

modificando as destinações iniciais, as funções e sesibilidades originárias e delegando

fuções contemplativas esvaziadas.

• A obra não é um absoluto cultural, tampouco um absoluto material, pois vive e se modifica.

As artes não são mutáveis. Elas se modificam incessantemente.

• Se a arte não é imediatamente vital, ela representa em nossa cultura um espaço único onde

as

...

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