Resenha Do Livro "Arte" Da Coleção "Primeiros Passos"
Pesquisas Acadêmicas: Resenha Do Livro "Arte" Da Coleção "Primeiros Passos". Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: zalayetasong • 20/3/2015 • 1.310 Palavras (6 Páginas) • 1.325 Visualizações
O QUE É ARTE
Jorge Coli
Arte e crítica
• Arte é toda manifestação da atividade humana, produção cultural de um povo. Ela possuí
limites imprecisos;
• Nossa cultura é que impõe ou defini “o que é ou não é arte”. Figuras como o crítico,
historiador, perito, conservador de museu e locais específicos onde a arte pode se manifestar,
como museus e galerias, conferem o estatuto de arte a um determinado objeto;
• Existe uma hierarquia dos objetos artísticos que vai definir critérios de julgamento, a
qualidade de tal obra segundo um critério específico (crítica de arte);
• A crítica tem o poder não só de atribuir o estatuto de arte a um objeto, mas de o classificar
numa ordem de excelências (qualidades expecionais) segundo critérios próprios. Nasce
assim o conceito máximo que é o de obra-prima;
Estilo e classificações
• Na história da arte, constantemente encontramos esforços rigorsos de categorizar e
classificar estilisticamente determinadas produções (por ex.: belas artes e artes aplicadas);
• A ideia de estilo está ligada a ideia de recorrência, de constantes (elementos plásticos) sem
que esta noção tenha um sentido forçosamente consciente e empregados pelo artista com
certa frequência;
• As diversas épocas constróem uma espécie de pano de fundo estilístico comum às obras, por
diferentes que sejam. A presença de elementos comuns nas obras, próprios à sua época, os
reúnem;
• Algumas classificações foram criadas por homens que se reconheciam nelas, outras por
externas dadas por terceiros e outras inventadas a posteriori para localizar, na história, tal ou
tal grupo de artistas (por ex.: os ismos da história da arte);
• As classificações não são instrumentos científicos, não são exatas, não partem de definições
e agrupam obras ou artistas por razões muito diferentes, entre os quais se pode encontrar a
ideia de estilo, mas não forçosamente, e sempre parcialmente, o que nos leva a considerar
que seu emprego deve ser muito cuidadoso. A riqueza da obra foge sempre a qualquer
determinação;
• Um dos perigos da classificação é o de sua utilização como universais. E no entanto, elas
possuem uma singular sedução. Estamos diante de produtos que nos escapam, que se
desenvolvem de modo tão inesperado, tão pouco previsível que, para os dominar não
resistimos à tentação fácil de os classificar. E essas classificações, infelizmente, passam a ser
mais importantes do que as obras;
• O estatuto de obra de arte, transcendente, exteriores às culturas e ao tempo, dotada de uma
“essência” artística, de um valor “em si”, não é uma imanência, mas uma projeção. Somos
nós que enunciamos o “em si” da arte, aquilo que nos objetos é, para nós, arte;
• História da arte, crítica, museu, teatro, cinema de arte, salas de concerto, revistas
especializadas: instrumentos da instauração da arte em nosso mundo, indissociáveis
culturamente. Eles selecionam o objeto artístico, apresentando-no ou tentam compreendê-lo.
Por meio deles a arte existe;
O sentido da arte
• A ideia de transcedência cultural e histórica da arte é nossa; sem nós, ela não existe. Criamos
a perenidade, a eternidade, o “em si” da arte, que são apenas instrumentos com os quais
dispomos, para nós mesmos uma configuração de objetos. O absoluto da arte é relativo à
nossa cultura;
• Marcel Duchamp apresenta os ready-mades (objetos fabricados em série ou industriais, mas
deviados das funções primitivas pela sua instalação numa galeria, num museu) formados por
mictórios, porta-garrafas, rodas de bicicleta. O que ele impõe ao público culto é uma
provocação, que obriga esse mesmo público a reconhecer que um objeto só é artístico
porque foi aceito como tal pelas diversas “competências” atribuídas pelo museu, pelo
crítico, pelo historiador. Neste caso mais precisamente, arte não é o mictório, é o gesto que o
coloca num museu (arte conceitual);
• A anti-arte de Duchmap traz consequências importantes do “para nós” em arte, onde tudo
poderia ser arte: a máscara africana, o cartaz publicitário, a imagem de uma santa. E o seu
sentido fica cada vez mais deslocado seu tempo, revelando o nsso contexto com o objeto
modificando as destinações iniciais, as funções e sesibilidades originárias e delegando
fuções contemplativas esvaziadas.
• A obra não é um absoluto cultural, tampouco um absoluto material, pois vive e se modifica.
As artes não são mutáveis. Elas se modificam incessantemente.
• Se a arte não é imediatamente vital, ela representa em nossa cultura um espaço único onde
as
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