STAROBINSKI, Jean. A Palavra Civilização

Referência:

STAROBINSKI, Jean. A Palavra Civilização. In: ___________. As máscaras da civilização: ensaios. Tradução de Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p. 11-56

Palavras-Chave: Civilização; cultura; barbárie; século XVIII

        O texto de Jean Starobinski (grande linguista e filósofo de Genebra) nos mostra que a palavra civilização é um conceito unificador já que pode ser adotado de forma rápida ao mesmo tempo em que seu conceito tem uma trajetória na história da humanidade.

        O autor ao abordar esta temática busca apresentar os argumentos que foram girando em torno do termo civilização ao longo de um período na história da humanidade, ou seja, nos séculos XVII e XVIII.

A palavra civilização entrou no cenário a partir da segunda metade do século XVIII.

Ao buscar elucidar este termo ele apresenta num primeiro momento como este termo surgiu e que apareceu pela primeira vez na França no século XVI.

O autor destaca que a história nos levou a acreditar que existe superioridade da raça branca sobre os demais povos e assim pode impor sua cultura, valores, organização política.

 Lembra com isso que antes de julgar os outros povos deve-se primeiro analisar a própria cultura de que fazemos parte.

Ainda abordando a superioridade da cultura branca sobre as demais, questiona o que esta tem feito pela humanidade a não ser provocar guerras, mortes, sofrimento e destruição?

Alerta ainda para a diferença de proporção militar, tecnológica e econômica existente entre os EUA e países como o Iraque, Afeganistão, Irã e Coréia do Norte. E como toda esta diferença o que tem feito os EUA em favor das outras nações? Ao contrário tem cada vez mais as prejudicado e destruído.

Assim a civilização que deveria proteger destrói, e toda uma civilização está incivilizada com valores distorcidos que as colocam longe de ser uma civilização.

Vive-se assim uma realidade onde a civilização que não sente compaixão pelos demais. Uma civilização que controla a máquina do Estado e que discrimina as outras nações como sendo incivilizadas e que acima de tudo querem aniquilá-las.

Para Jean Starobinski a civilização surge depois de um período em que prevalecia a barbárie, mas é com a civilização que se cria o estado para decidir e dominar, criam-se as propriedades, a divisão social do trabalho, a exploração de classes julgadas inferiores.

Com isso o autor destaca que depois das revoluções: russa, cubana, chinesa, os comunistas não tiveram algum tipo de piedade dos que não se encaixavam na história como eles queriam, ou seja, que não aceitavam a autoridade do partido dos comunistas e que não aceitavam que a propriedade fosse coletivizada e assim foram considerados como revolucionários e inimigos da civilização.

Como castigo foram mortos, escravizados e até hoje consideram-se inimigos pela forma de compreender o duplo conceito do termo civilizado/incivilizado. 
Pode-se destacar que o texto de Jean Starobinski é muito sugestivo e pode ser uma excelente leitura para debates nos diversos cursos de formação acadêmica tendo em vista a reflexão que se propõe a fazer.