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Surrealismo

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Por:   •  8/10/2013  •  Artigo  •  2.045 Palavras (9 Páginas)  •  877 Visualizações

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Surrealismo

O movimento surrealista surgiu em Paris no começo da década de 1920 e se tornou uma das mais importantes tendências artísticas do século.

Originalmente um estilo literário criado por um grupo de poetas de vanguarda, os termos “surrealismo” e “surreal” entraram na linguagem comum para descrever acontecimentos da natureza bizarra ou estranhamente coincidentes.

A palavra francesa “sur-réalisme” –“surrealismo” (super-realidade)-foi utilizada pela primeira vez em 1917 pelo poeta e crítico Guillaume Apollinaire, mas somente os poetas André Breton (1896-1966) e Louis Aragon (1897-1982) a adotaram , dando-lhe significado teórico e prático, a época surrealista passou a existir. Breton e outros acreditavam que o propósito da criatividade era libertar o inconsciente, que a humanidade tinha uma preocupação natural com os três fundamentos da existência-sexo, violência e morte- e que era impossível agir institivamente na sociedade ocidental “organizada”.

Breton e seu círculo publicavam suas ideias no período Litterature com artigos que discutiam o significado do dadaísmo. A partir de 1920, artistas dadaístas como Max Ernst (1891-1976) fizeram da capital francesa o seu lar. Breton embora criticasse o dadaísmo pelo que via como tendências niilistas e antiarte, apreciava sua espontaneidade e sua iconoclastia e considerava a colagem dadaísta a ferramenta visual ideal para seus propósitos “poéticos”. A arte dadaísta também justapunha aspectos contraditórios da realidade para criar uma “super-realidade”. Ernst produziu muitas colagens depois de se mudar para Paris e desenvolveu as técnicas gráficas de frottage-friccionar objetos com lápis para criar imagens-e grottage-espalhar tinta semisseca por toda a tela para revelar as marcas de objetos para baixo. Suas telas são habitadas por formas de vida inventadas e revelam também, como em Monumento aos pássaros, seu fascínio pelas aves.

Em seu afã de descobrir novos estados mentais, os surrealistas realizavam experiências com hipnose, drogas, álcool, sessões espíritas e transe. Faziam jogos de respostas rápidas para revelar associações ocultas de palavras e escreviam poemas minimamente premeditados em sessões de “escrita automática”. Também contavam seus sonhos e os analisavam coletivamente enquanto discutiam os escritos psicanalíticos de Sigmund Freud.

André Masson (1896-1987) se juntou aos surrealistas em 1924 e começou a desenhar da mesma forma “automática” com a qual o grupo fazia poesia. Fez também experiências jogando aleatoriamente cola e areia sobre a tela para criar formas que eram depois desenhadas e pintadas.

Joan Miró (1893-1983), artista catalão apresentado ao surrealismo por Masson, também incorporou elementos do acaso em sua pintura. A arte de Miró é mais alucinatória que “onírica”: seus quadros do começo da década de 1920 trazem as marcas das visões que experimentou em épocas de pobreza e fome. Suas complexas paisagens são habitadas por estranhos seres feitos de hastes e amebas. As cores fortes e as formas fantásticas também são típicas do estilo de Miró: Hirondelle Amour é uma de quatro pinturas preparatórias para tapeçarias produzidas durante o período que marcou seu retorno à pintura, após trabalhar em colagens e criações baseadas em obras-primas holandesas.

Pablo Picasso (1881-1973) foi atraído pelas formas orgânicas e pelas cores saturadas de pintores como Masson e o próprio Miró. Em Guernica (1937), Picasso retrata a fealdade e o caos da guerra num estilo altamente surrealista.

Em 1928 Breton publicou o manifesto artístico Surrealismo e pintura, em que dizia que, na época, o surrealismo era o único estilo relevante e progressista.

Ele aconselhava todos os artistas a “buscar um modelo puramente interior ou deixar de existir”. Em 1930 o periódico A revolução surrealista mudou de nome para O surrealismo a serviço da revolução. Demonstrando que a agenda política agora teria precedência sobre a psicológica. Os desenhos criados por Miró, Masson e Ernst para os Ballets Russes de Sergei Diaguilev geraram protestos da liderança surrealista, que questionava o envolvimento dos artistas com o mundo comercial. Um panfleto distribuído na estreia de Romeu e Julieta em Paris, em 1926, dizia: “É inadmissível que as ideias estejam sob a ordem do dinheiro”. Foi por essa época que Miró e Masson se afastaram do grupo surrealista.

A nova mudança de ênfase se refletiu na chegada do “surrealismo onírico”, em que os artistas retornaram às técnicas tradicionais de desenho e pintura para retratar suas visões de sonho e pesadelo. Os principais pintores desse período foram Salvador Dalí (1904-1989), René Magritte (1898-1967) e Yves Tanguy (1900-1955), todos influenciados pela arte metafísica de Giorgio de Chirico (1888-1978), surgida entre 1913 e 1920. Apesar de nostálgicos pela escultura e pela arquitetura clássica da Renascença, os quadros de De Chirico, como A recompensa do advinho, exibiam praças urbanas fantasmagoricamente silenciosas e vazias exceto por alguns objetos incongruentes toscamente pintados e estátuas inanimadas e sem rosto. Foi ao conhecer a arte de De Chirico , em 1922, que Tanguy decidiu se tornar pintor, mesmo sem educação formal. Oriundo da península rochosa de Finistère, na Bretanha, Tanguy foi fascinado durante toda a vida por formações geológicas estranhas. Suas paisagens surrealistas costumavam conter, como é o caso de Você tem de ficar, bizarras estruturas antropomórficas de pedra. O pintor belga Magritte conheceu a obra de De Chirico em 1923 e durante vários anos desenvolveu um estilo repleto de enigmas pictóricos. Sua pintura de um cachimbo comum intitulado “Ceci n’est pas une pipe” (isto não é um cachimbo; 1928-1929) instigava o observador a fazer a pergunta: “Se não é um cachimbo, o que é?” Magritte acreditava que o público deveria prestar bastante atenção na realidade retratada, para desvendar dentro de si seus enigmas ocultos.

Muito mais extravagante do que o reservado Magritte, o pintor catalão Salvador Dalí era um personagem igualmente enigmático. Ele anunciou sua chegada ao mundo da arte com uma sensacional exposição individual em Paris em 1929. Seu objetivo daclarado era “sistematizar a confusão para ajudar a desacreditar completamente o mundo da realidade”. Desenhista e pintor tecnicamente brilhante, Dalí levou o surrealismo a um público mais amplo com imagens impressionantes e apelos explícitos à publicidade. Seus quadros tratavam tanto de suas fobias quanto de suas perversões e desejos. Em 1931 ele discutiu a ideia de uma escultura “surrealista” num artigo para O surrealismo a serviço da revolução. Suas esculturas

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