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Trabalho Universitário: Texto Base. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: paranhos.guto • 29/11/2014 • 686 Palavras (3 Páginas) • 542 Visualizações
SEPARAÇÃO DOS PODERES E SISTEMA DE FREIOS E
CONTRAPESOS : DESENVOLVIMENTO NO ESTADO
BRASILEIRO
MAURÍLIO MALDONADO (∗)
1. Evolução do conceito de Separação dos Poderes enquanto doutrina. 2.
Evolução do conceito de Separação dos Poderes enquanto princípio constitucional
no Direito Brasileiro. 3. Sistema de Freios e Contrapesos. 4. O Controle na
Constituição Federal de 1988. 4.1. Controle do Poder Executivo exercido em
relação ao Legislativo. 4.2. Controle do Poder Executivo exercido em relação ao
Judiciário. 4.3. Controle do Poder Judiciário exercido em relação ao Legislativo.
4.4. Controle do Poder Judiciário exercido em relação ao Executivo. 4.5. Controle
do Poder Legislativo exercido em relação ao Executivo. 4.6. Controle do Poder
Legislativo exercido em relação ao Judiciário. Bibliografia.
1. EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE SEPARAÇÃO DOS
PODERES ENQUANTO DOUTRINA
Em primeiro lugar estaremos verificando a evolução do conceito de
Separação dos Poderes enquanto doutrina.
A história da separação dos poderes é a história da evolução da
limitação do poder político, objetivo fundamental da doutrina da separação dos
poderes.
Conforme acentua o jurista português NUNO PIÇARRA1, esta
doutrina remonta à Grécia e Roma antigas.
O autor lusitano identifica as origens da idéia da separação dos
poderes no conceito de constituição mista de ARISTÓTELES em sua obra
Política, segundo o qual:
“(...) constituição mista, para Aristóteles, será aquela em que os
vários grupos ou classes sociais participam do exercício do poder
político, ou aquela em que o exercício da soberania ou o governo, em
vez de estar nas mãos de uma única parte constitutiva da sociedade,
é comum a todas. Contrapõem-se-lhe, portanto, as constituições
(∗)O autor é Procurador da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, atual Diretor-
Presidente do Instituto do Legislativo Paulista e mestrando em Direito Político e Econômico pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP.
1 A separação dos poderes como doutrina e princípio constitucional – um contributo para o estudo
das suas origens e evolução, p. 31.
2
puras em que apenas um grupo ou classe social detém o poder
político.”2
Com efeito, é o caráter de síntese da constituição mista,
expressando a visão de ricos e pobres, que leva ARISTÓTELES a entendê-la
como a melhor constituição, vez que, misturando formas de governos (oligarquia e
democracia), poderia se chegar ao meio-termo, ideal de toda a ética aristotélica.
É neste ponto que, continua PIÇARRA, se insere o conceito
aristotélico de constituição média ou governo médio que é basicamente um meio
de assegurar ou manter, mas também fomentar por via institucional a classe
média numa sociedade:
“A constituição mista atende, antes de mais, às desigualdades e
diversidades existentes na sociedade com o objectivo de as compor
na orgânica constitucional, de tal maneira que nenhuma classe
adquira a preponderância sobre a outra. Neste sentido, constituição
mista não é
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