Um Veneno bom de Provar
Por: Barbara Ferreira • 24/5/2016 • Resenha • 654 Palavras (3 Páginas) • 397 Visualizações
Um Veneno bom de provar
Tem pouco mais de quatro anos que a Banda Uó, trio composto por Candy Mel, Davi Sabbag e Mateus Carrilho,. “quebrou” a internet com “Shake de Amor”, versão da música “Whip My Hair” da Willow Smith. Com letras muito irreverentes ao som tecnobrega misturado com pop, o grupo voltou para o seu segundo álbum “Veneno” que letras sobre sexo, cultura pop e bastante veneno.
O álbum é aberto pela faixa “É da Radio?” cheia de irreverências e referências. Muito divertida e com um som que remete ao começo dos anos 2000. A música traz uma leve pegada de rock o que entrega que “Veneno” vai ir muito além do eletrobrega.
“Cremosa” começa bem lento e vai pegando uma marca eletrônica. É sem dúvida, uma das faixas que tem as marcas de tecnobrega bem mais fortes. Já na terceira faixa, “Primeiro Encontro’’, você é jogado no meio dos anos 90. Com um ar bem trash, a música trata sobre sexo casual, mas sem nenhum tabu.
“Sonho Molhado” começa com batida sensual. Trata dessa paixão platônica, falando de alguém que é protagonista das suas fantasias sexuais. E trazendo de volta o romantismo para o álbum, vem “Boneca”, que novamente traz os anos 90. A balada é marcada por não ser exagerada e pelos vocais do trio.
“Dá1Like” tem a participação da rapper Karol Conká e é a primeira parceria do “Veneno”. A letra é muito atual e brinca com o uso das redes sociais e com os “likes”. Uma das mais divertidas de todo o álbum e a parceria ficou muito natural, tornando a faixa ainda mais apreciável.
A faixa seguinte é marcada pelo sample de “U Can’t Touch This”, e pela Candy Mel que não canta, apenas declama a letra. “Arregaçada” teria tudo pra ser uma música incrível mas antes da metade o uso do sample a torna cansativa, e mesmo com a letra divertida foi bem difícil chegar até o final.
Apesar de ser uma das mais românticas e lentas de todo o “Veneno”, “Na Varanda” parece destoar um pouco de todo o resto do álbum. A letra romântica e o rap no final são bons, mas não chama tanta atenção quanto poderia. Já “Sauna” volta com o ritmo marcante do álbum. Misturando tecnobrega com uma batida mais latina, a música é divertida e me marcou pela referência à “Ragatanga” do extinto grupo Rouge.
Com uma letra engraçada, “X-Bacon” é completamente alto-astral. Vanessa Jackson faz participação na faixa. Em seguida vem “Suja”, que tem ótima mensagem, porém é outra faixa romântica e lenta demais.
Quase fechando “Veneno” tem “Poperô”. Não foi uma das minhas preferidas, mas recupera o fôlego perdido com a faixa anterior. Mais uma vez remetendo aos anos 90, fica bem clara a proposta da banda para o álbum. “Catraca” com o Mr. Catra é o que completa de vez o cd. A faixa bônus é divertida e também funciona bem com todas as outras músicas.
Em geral, “Veneno” foi surpreendente. Para quem não acompanha a Banda Uó foi uma grande surpresa não ser bombardeada com tecnobrega puro, o que era a única coisa que eu sabia sobre o trio. As muitas referências às décadas passadas tornaram a experiência de provar do “Veneno” divertida.
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