A COLONIZAÇÃO, MISCIGENAÇÃO E QUESTÃO RACIAL
Por: Maira Juliana • 27/7/2017 • Trabalho acadêmico • 797 Palavras (4 Páginas) • 374 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CURSO: LICENCIATURA EM ESTUDOS AFRICANOS
PROFESSORA: POLLYANNA GARCÊS
ALUNA: MAIRA JULIANA SILVA ARAÚJO
Resumo do texto: COLONIZAÇÃO, MISCIGENAÇÃO E QUESTÃO RACIAL
Neste artigo o autor vem realçar o encontro de três povos distintos postos em cena através do descobrimento do Brasil efetuada pelos portugueses.
A miscigenação étnica e a mistura de cultura são problemas afins da historiografia ocidental contemporânea, porem algumas mudanças surgiram no decorrer do tempo.
Desde o início da historiografia brasileira o problema de mistura cultural foi apresentado e se mostrou como “miscigenação racial” formulada por Von Martius, ele afirmava que era essencial compreender a história do Brasil e para isso era necessário entender como se deu a mistura dos índios, negros e brancos para a formação da nacionalidade brasileira. Ele pensava o hibridismo racial como se pensa o hibridismo de plantas e animais. Deu prioridade a contribuição portuguesa na formação da nacionalidade e praticamente silenciou as raças negra e indígena. Á esta última, restou apenas um papel secundário. A partir daí a questão da miscigenação estava posta, contudo, apesar de inovadora, ninguém a seguiu ao longo do século XIX.
Ainda no século XIX, Varnhagen surgiu com sua obra que desafiava a história do Brasil, muito bem documentada. Enaltecia a história branca e elitista. Falava sobre crenças e costumes dos índios, mas quase sempre os classificava como selvagens e bárbaros, silenciando também os negros. Por ele, a miscigenação foi ocultada racialmente, culturalmente e etnicamente.
Na virada do século XIX, surge Capistrano de Abreu, inovando a interpretação na história do Brasil colônia em vários aspectos. Com sua obra Capítulos de história colonial, fez questão de abrir nossa história com os “antecedentes indígenas” no lugar do descobrimento. Deu ênfase a diversidade regional no tocante ao tema de miscigenação que Von Martius apontava como chave para compreender o Brasil, nisso, Capistrano avançou muito pouco. Capistrano relacionava os negros e mestiços ás danças lascivas que alegravam o cotidiano da colônia, vendo os mulatos como indóceis e rixentos. Ele via na mestiçagem um perigo para a sobrevivência das civilizações. Para Paulo Prado, a miscigenação racial foi vista como algo sexual, lascivo e orgiástico. Para ele, o problema racial do Brasil não estava necessariamente no negro, mas na miscigenação.
Até o começo de 1930 o que se poderia chamar de historiografia brasileira tratava, pois a miscigenação como um problema moral ou patológico que seria preciso resolver para o bem da nação.
Muitos historiadores trataram esse tema com racismo, misturando com a herança colonial as novidades cientificas de Gobineau e outros. Que ao tratarem da miscigenação racial, evitavam adentrar o domínio da sexualidade, e quando o faziam era para excretar a libido desenfreada de antanho.
A miscigenação ética é parte inseparável da mescla cultural, eles pouco disfarçavam o desalento em constatar que o Brasil era diferente da Europa.
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