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A Natureza Do Conhecimento Científico Nas Ciências Sociais Em Durkheim E Foucault.

Por:   •  12/4/2023  •  Ensaio  •  1.296 Palavras (6 Páginas)  •  109 Visualizações

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Michel Foucault, foi um grande filósofo francês, deixou um legado importante para as ciências humanas, principalmente, por suas teorias da relação entre o poder e conhecimento. As ciências sociais possuem uma certa consideração por Michel Foucault, apesar das limitações filosóficas que as separam. Essas relações de poder mostraram-se úteis para entendermos a manipulação dos controles sociais através das instituições. Deu início aos seus estudos com um flerte entre o movimento da antropologia social, e mais tarde se afastando disso, que resultou numa técnica historiográfica própria, a famosa tal “arqueologia”.

Foucault foi um verdadeiro militante das causas sociais, procurou bastante formas de aplicar suas questões filosóficas na prática, um exemplo disso foi as contribuições relevantes como A Arqueologia do Conhecimento, Vigiar e Punir, História da Sexualidade, As Palavras e as Coisas. Nessas obras buscou evidenciar seus métodos arqueológicos, genealógicos, cosmológicos de leituras históricas e filosóficas, focando na importância do poder simbólico na evolução do discurso em sociedade.

A cerca de críticas, Michel Foucault defende que seu trabalho busca classificar diversos meios que a sociedade usa do poder para minimizar os sujeitos, objetificando-os. De modo geral, o foco de Foucault está na relação entre o poder e conhecimento, basicamente como o conhecimento é usado para manipular e definir o poder. Ou seja, aquilo que as instituições dizem ser “conhecimento científico” nada mais é que uma forma de deter os meios de produção da coerção social. Por exemplo, Foucault defende que não existe um conhecimento científico puro em que a "loucura'' seria basicamente uma categoria para discriminar indivíduos desprezíveis pelo padrão social.

Émile Durkheim, foi um grande psicólogo e sociólogo francês, considerado o pai da sociologia, pois foi o primeiro a criar um método sociológico, assumindo um caráter distinto dentro das ciências humanas, realmente um clássico. Mas no começo de sua carreira acadêmica, além de ter bebido na fonte do direito da economia, psicologia, foi influenciado também pela filosofia e antropologia que surgiu na Europa no século XIX.

Durkheim acreditava que as “ciências sociais” não assumiram um caráter científico, propôs ao criar esse método científico, que a partir dali ela se consolidasse como ciência, de fato. Para isso era necessário desaprender todo conhecimento de senso comum e da tradição, para só assim entender/explicar essas estruturas sociais que regem o mundo. Afastando-se da sociedade de seu campo de análise, o cientista social passa a assumir, nesse momento, o papel de observador dos fatos sociais que definem a sociedade.

Durkheim enxerga os fatos sociais maiores, exteriores, coercitivos aos indivíduos, pelo fato de moldarem as ações individuais e serem independentes aos indivíduos, além de estarem sempre se repetindo mesmo comparando as outras realidades. O fato social que Durkheim nota como fundamental para entendermos sua linha de pesquisa é a coesão social, que apesar da forma ser diferente, ela é extremamente recorrente em diversas sociedades, formando diversas configurações de solidariedade em sociedade “pré-capitalistas” e “pós-capitalistas”

Suas obras que são tidas como as mais importantes são A Divisão do Trabalho Social, As Regras do Método Sociológico, O suicídio e Elementos de Sociologia. Esses são considerados grande parte do trabalho teórico que compõe a sociologia clássica e que reverberou em um outro modo de se pensar as Ciências Sociais até hoje. Segundo Émile Durkheim: "É fato social toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter." (Durkheim, 2007, p.13).

Dito isso, podemos dizer com uma certa segurança que Émile Durkheim via nas estruturas a chave para o entendimento do pensamento do indivíduo, entendendo que os fatos sociais servem como formas de uma dominação invisível ao integrante de quaisquer sociedades, ou seja, os fatos sociais junto às estruturas sociais são uma espécie de sistema integrado que limitam a sociedade, são maiores que o povo e que “não dependem” deles para existir, nesse sentido pode-se usar uma analogia bastante conhecida no universo de Karl Marx, onde o complexo explicaria o simples e nunca que o simples explicaria o complexo, nessa analogia o simples seria o indivíduo e o complexo seria os fatos sociais/estrutura.

Pelo o que foi dito de Michel Foucault, podemos perceber certas semelhanças com um outro autor que foi importantíssimo para o fazer social, para a sociologia, para contrapor de certo modo o “pai da sociologia”, faz parte da tríade sociológica clássica, que dividiu espaço com Émile Durkheim, inclusive. Max Weber via na estrutura uma grande problemática, dava para dizer que tinha um certo medo de onde ela chegaria através da burocratização sistemática.

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