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A Sociologia da Comunicação

Por:   •  27/3/2023  •  Trabalho acadêmico  •  3.883 Palavras (16 Páginas)  •  61 Visualizações

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Disciplina: Sociologia da Comunicação

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A partir da leitura do texto de Rémy Rieffel, extraído da obra

Sociologia dos Media, diga o que se entende por Opinião Pública e explique como os Media a influenciam.

A partir da leitura e análise do texto de Rémy Rieffel, tirado da obra Sociologia dos Media, podemos retirar uma tentativa de definição sumária da opinião púbica.

A ideia de opinião pública leva-nos para uma noção de opinião pura e simples, ou seja, de crença duvidosa, de “doxa” segundo Platão (a meio caminho entre o erro e a verdade): esta é, pois, a expressão de uma certa subjetividade, de uma forma de sentimento relativamente instável, que se opõe à razão.

Conseguimos acrescentar-lhe, pelo menos, três características suplementares.

Inicialmente, é um produto de uma audiência particular (um público como o eleitorado) depois uma opinião partilhada por um grande número de indivíduos, uma opinião comum é, finalmente, uma opinião trazida ao conhecimento de todos e submetida ao juízo de todos tornando-se assim pública.

Estes três traços fundamentais:

  • um público,
  • uma opinião comum
  • uma opinião partilhada.

Para que haver uma opinião pública é necessária uma convergência de opiniões sobre um mesmo tema, uma expressão manifesta dos juízos e uma participação de um grande número de indivíduos.

Para conhecer melhor a opinião pública, existem algumas técnicas de elaborar métodos de pesquisa e ferramentas estatísticas, que avaliam as pesquisas de opinião, ou seja, as sondagens. Importa sublinhar que estas são respostas pontuais a perguntas colocadas por um inquirido. As sondagens, medem as movimentações de opinião e não podem, em caso algum, ser confundidas com a opinião pública, cujo conhecimento revela se mais difícil e complicado. Se é evidente que a opinião publica não se resume aos resultados das sondagens, também não se reduz às análises que são feitas, hoje me dia, pelos inquiridores e pelos jornalistas.

Uma das grandes críticas de Pierre Bourdieu aos responsáveis de institutos de sondagens ou a certos comentadores dos media, é que estes fazem crer que a opinião pública, tal como eles a entendem a partir das suas interpretações e discursos, existe realmente. Segundo ele, a sondagem explica, impõem problemáticas subordinadas a interesses políticos e assentam num certo número de postulados.

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  • Todos têm direito a ter uma opinião sobre um assunto;
  • Todas as opiniões são válidas;
  • Existe acordo em relação às questões que interessam colocar, totalmente erróneos (engano).

Geralmente, os resultados que surgem na imprensa não são mais do que uma criação artificial “um artefacto” resultante de um simples agrupamento estatístico de opiniões individuais e cuja função consiste em “impor a ilusão de que existe uma opinião pública

enquanto mero somatório de opiniões individuais”. Por outras palavras, haveria uma espécie de coligação entre inquiridores e jornalistas para impor uma certa representação do estado da opinião pública.

Em suma, sabemos que a opinião pública é o fruto de um trabalho contínuo de ajustes entre opinião individual e opinião coletiva, entre o sistema social e o mundo vivido, aquilo a que os especialistas chamam “comunicação intersubjetiva” através da qual todos os dias construímos um mundo comum. Remete, finalmente, para a forma como se funda a coesão social, para as condições que tornam possível um entendimento através da comunicação.

Multiforme e complexa, a opinião pública convida, em todo o caso, a compreender como os meios de comunicação de massas conseguiram modificar as modalidades da sua expressão.

Em relação, a maneira como os media conseguem influenciar a opinião pública, mais uma vez através da análise e compreensão do texto podemos averiguar de que as respostas fornecidas são variadas e até contraditórias.

O interesse da reflexão de Gabriel Tarde reside na explicação das causas que presidiram ao surgimento do público. Foi graças aos jornais, e em particular ao seu florescimento aquando da Revolução Francesa, que surgiu verdadeiramente, um público: “é a partir do momento em que os leitores de uma mesma folha se deixa agarrar pela ideia ou pela paixão que a suscita que constituem, verdadeiramente, um público”. Esta nova forma de associação coletiva intensifica-se durante o século XIX devido ao desenvolvimento dos meios de comunicação e de transportes, à expansão da difusão da imprensa a todo o território. Produz-se, então, uma aceleração da circulação das opiniões, um trabalho de fusão das opiniões pessoais e locais numa opinião coletiva e nacional.

Segundo Gabriel Trade, a crescente intelectualização do mundo social é

acompanhada, não apenas por uma unificação das opiniões, mas também por uma pacificação: a imprensa desempenha, de certo modo, o papel de um “cimento social” que reúne as populações até então dispersas, fragmentadas, e atenua os conflitos, porque as pessoas, graças ao diálogo, tomam consciência da identidade de certos pontos de vista: Pode, então, propor-se uma definição mais completa de opinião: “um grupo momentâneo e mais ou menos lógico de juízos que, respondendo a problemas atuais, se encontram reproduzidos, em numerosos exemplares, em pessoas de um mesmo país, da mesma época, da mesma sociedade.

Se, além disso, alargamos a perspetiva ao conjunto dos media audiovisuais,

poderemos afirmar, como Dominique Wolton, que “a televisão é a única atividade partilhada por todas as classes sociais e todas as faixas etárias, estabelecendo assim uma ligação entre todos os meios”. No entanto, é pouco provável que o público de telespectadores seja a expressão da opinião pública. As audiências de um médium não são o espelho da opinião pública, mesmo se nele se debatem determinados temas do momento.

A opinião pública nos media resume-se aos seus “momentos nominais”, tal como são apreendidos pelas sondagens, importa tentar perceber a substância dos seus “momentos reais” através, nomeadamente, dos movimentos sociais e das mobilizações militantes. As transformações da ação coletiva, nestes últimos anos, ilustram perfeitamente este aspeto do problema: a opinião pública exprime-se igualmente através dos signatários das petições, dos organizadores de manifestações, de práticas de protesto

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