A VARIAÇÕES REGIONAIS: UM ASPECTO INCRÍVEL E INFLUENTE DA CULTURA BRASILEIRA
Por: leticia.f • 3/9/2022 • Ensaio • 1.024 Palavras (5 Páginas) • 96 Visualizações
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Faculdade Luciano Feijão – FLF
Curso – Psicologia
Disciplina – Produção de textos técnicos
Assunto – Variações linguísticas no Brasil
Professor – Wladia Rocha
Estudante – Letícia Lima Freitas
SOBRAL- CE
VARIAÇÕES REGIONAIS: UM ASPECTO INCRÍVEL E INFLUENTE DA CULTURA BRASILEIRA
Variações linguísticas é algo comum que ocorre com qualquer língua e em qualquer lugar do mundo. Há diversas variações, no entanto, no Brasil, há uma forte presença da diversidade dialética regional, o que para alguns, pode causar estranhamento, e para outros, pode ser apreciado como uma característica cultural incrível. Às vezes, pode gerar brigas, preconceitos linguísticos, e até mesmo, memes na internet. Com as mídias sociais, o contato com as variações da forma coloquial no Brasil, está cada dia mais frequente. Esta frequência de contato com dialetos de diferentes regiões, possuem fortes influências no nosso cotidiano, tanto da forma de escrita quanto falada, apropriando de gírias e dialetos de outras regiões, como o “oxi” e o “bah”.
As variações linguísticas são ramificações naturais que ocorrem com uma língua. Isso ocorre em todo o mundo, e no Brasil não é diferente. Estas variações podem ocorrer de forma diatópica (ou regional), etário ou por contextos socioculturais. No entanto, estas variações podem provocar algumas desavenças na compreensão de uma oração, podendo até causar preconceito linguístico.
Estas transformações podem ocorrer devido razões regionais, contextos sociais e socioculturais, etário e até por estilísticos, criando um dialético próprio, variados da comunicação coloquial. Estas variações resultam em formas diferentes que possuem o mesmo significado, como por exemplo, o nortista, gaúcho, carioca, baiano, brasiliense, paulistano, entre diversos outros. Essas diversidades linguísticas acontecem em todo o mundo, e caracterizam a forma de falar de um grupo.
As variações linguísticas decorrem de quatro grupos: social, regional, estilística e histórica. As regionais são caracterizadas pelos sotaques, as sociais pelas gírias e os jargões, a histórica pelo arcaísmo, ou seja, palavras que estão em desuso, e por fim, as estilísticas, que surgem da adequação do falante à situação comunicativa.
Por conta da divergência de significado de algumas palavras,como é o caso no Brasil, de biscoito ou bolacha, macaxeira, aipim, mandioca, entre outros, pode acontecer um estranhamento e até mesmo um preconceito linguístico, caracterizado por intolerância pela forma diferente de outra pessoa falar, atestando um juízo de valor pelo dialeto diferente.
Em relação ao estranhamento linguístico, ainda tem o problema de considerar estas variações certas ou erradas. Nas instituições de ensino, os docentes preocupam-se em ensinar aos alunos a falar de acordo com a norma padrão, no entanto, podem haver desavenças, e as intervenções do professor serem desrespeitosas com a forma diferente de falar de alguns alunos.
É nas escolas que podemos notar uma ocorrência mais acentuada desse fenômeno, principalmente nos anos iniciais de escolaridade, uma vez que os estudantes trazem uma bagagem linguística bem mais recheada dessas variedades, e é nessa fase que se tem o primeiro contato com a língua padrão. É nesse período que o docente se vê em conflito com seu saber e sua prática, realizando intervenções que podem ser desrespeitosas e preconceituosas em relação às variações linguísticas. É necessário que esses docentes possam entender que falar diferente da norma considerada “padrão” não é errado” (BAGNO apud. SANTANA & NEVES 2015, p. 77)
Alguns pesquisadores, como Gomes (2011) e Bagno (2008) defendem que as variações linguísticas têm sempre que serem estudadas, assim como a norma padrão, pois a língua está sempre se modificando, e faz parte da cultura.
A variedade linguística também é bastante utilizada na literatura, principalmente para a humanização de personagens. Quando ocorre, costuma ser utilizada sobretudo variação regional, social ou estilística. Um grande exemplo é o escritor Ariano Suassuna, autor da obra “O auto da compadecida”, em suas personagens, é utilizado variações regionais nordestinas, a fim de representar a sua origem, além de, devido aos sotaques e palavras diferentes, um alívio cômico na peça, sendo algo essencial para captar a atenção do leitor.
Na atualidade, com as mídias sociais, ficou ainda mais fácil o contato com as pessoas de outras regiões do Brasil. Por conseguinte, por meio das redes sociais, as pessoas têm cada vez mais contato com as consequências das variações linguísticas, como por exemplo, as gírias, e sotaques. Em uma matéria da BBC sobre influência do youtube nas crianças, foi comentado que a criança utilizava expressões que destoavam do vocabulário usado em casa, e da população da cidade em geral. Também é levantado que, esta influência pode acontecer involuntariamente, não somente com crianças, a fim de se incluir em um determinado grupo social, por conseguinte, também podendo mudar o sotaque ou as gírias quando o grupo social for trocado.
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