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CULTURA: UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO

Por:   •  10/4/2018  •  Resenha  •  2.316 Palavras (10 Páginas)  •  373 Visualizações

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RESUMO ANTROPOLOGIA – PRIMEIRA PROVA

CULTURA: UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO

PRIMEIRO SEMESTRE – DIREITO PUC MINAS

PARTE UM: DA NATUREZA À CULTURA

I – INTRODUÇÃO

  • Confúcio: “A natureza dos homens é a mesma, são seus hábitos que os mantêm separados”,
  • Mesmo antes da aceitação do monogenismo (todos os seres humanos derivam de um mesmo tipo primitivo), os homens se preocupavam com a diversidade de modos de comportamento existentes entre os diferentes povos.
  • Cada qual considera “bárbaro” o que não se pratica em sua terra.
  • Desde a Antiguidade, foram comuns as tentativas de explicar as diferenças de comportamento entre os homens, a partir das variações dos ambientes físicos.
  • Ibin Khaldun (séc XIV) acreditava que os habitantes dos climas quentes tinham uma natureza passional, enquanto aos dos climas frios faltava vivacidade.
  • O encontro de povos leva ao estranhamento.
  • O outro possui diferentes modos de realizar as atividades
  • Naturalizar – o que fazemos é considerado “normal” (padrão)
  • Etnocentrismo – egocentrismo de determinado grupo (não há como fugir disso – acontece em todos os grupos)
  • O que nos leva ao etnocentrismo?
  • A cultura é uma lente, a qual enxergamos o mundo (Ruth Bennet)
  • Tudo que você faz, relaciona, pensa é através dessa lente

I – O DETERMINISMO BIOLÓGICO

  • O que determina o ser humano é o padrão biológico
  • Você consegue identificar as características culturais de um grupo por meio do padrão biológico (ex: índio é preguiçoso)
  • As diferenças de comportamento existentes entre pessoas de sexos diferentes não são determinadas biologicamente
  • O comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo que chamamos de endoculturação.
  • Um menino e uma menina agem diferentemente não em função de seus hormônios, mas em decorrência de uma educação diferenciada.

II – O DETERMINISMO GEOGRÁFICO

  • O determinismo geográfico considera que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural.
  • Existência de limitação na influência geográfica sobre os fatores culturais
  • É possível existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico.
  • A cultura precisa se estabelecer em algum lugar, mas não significa que é definida por esse local.

IV – O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE CULTURA

  • Antropólogos deparam-se com a origem divina
  • A própria cultura seria uma determinação divina
  • Teoria questionada por aprioristas/racionalistas
  • Teoria rejeitada pela antropologia
  • Cultura é algo que aprendemos
  • Empiristas afirmam que a razão nasce da experiência
  • Teoria rejeitada, pois não é a experiência, pois é mediada
  • A cultura é ensinada
  • Pensamos a partir de categorias que já existem, as coisas não têm sentido por si só.
  • Precisamos da mediação, não é algo que nascemos com.
  • Primeira definição: Edward Tyler (1871)
  • Cultura pode ser objeto de um estudo sistemático, pois trata-se de um fenômeno natural que possui causas e regularidades, permitindo um estudo objetivo e uma análise capazes de proporcionar a formulação de leis sobre o processo cultural e a evolução.
  • Cultura é um comportamento aprendido (endoculturação), tudo aquilo que independe de uma transmissão genética.
  • A diversidade cultural é explicada por Tyler como resultado da desigualdade de estágios existentes no processo de evolução.
  • Antropologia estabeleceria a civilização.
  • Evolucionismo unilinear (evolução cultural)
  • Lei da evolução (Lei Natural): Existência de apenas uma linha de evolução.
  • Todos passariam por três fases: selvagens; bárbaros; civilização (etnocentrismo)
  • Assim, há classificação dos seres humanos por meio desses estágios
  • Favorecimento da colonização (Europa colonizando África com o intuito de explorar, mas mascara tal verdade sobre evoluir tais colônias)
  • Características gerais dessa teoria:
  • Trata a cultura como sistema natural
  • Busca leis naturais
  • Unidade psíquica do homem
  • Procura semelhanças p/ estabelecer uma teoria
  • Teoria rejeitada
  • Particularismo Histórico (Franz Boas 1858-1949)
  • Evolucionismo multilinear
  • Cada cultura deve ser analisada por sua particularidade
  • Cultura segue seus próprios caminhos em função dos diferentes caminhos em função dos diferentes eventos históricos que enfrentou.
  • A partir de eventos é que vai determinar em que rumo a evolução irá tomar
  • Alfred Kroeber (1878-1960)
  • Graças à cultura, a humanidade distanciou-se do mundo animal.
  • Homem passou a ser considerado um ser que está acima de suas limitações orgânicas.
  • O homem depende de seu equipamento biológico
  • Tem que satisfazer um numero determinado de funções vitais, como a alimentação, o sono, a respiração, etc.
  • A maneira de satisfazê-las é diferente de cultura para cultura.
  • Os comportamentos não são biologicamente determinados, pois todos os seus atos dependem inteiramente de um processo de aprendizado.
  • O homem foi capaz de transformar toda terra em seu hábitat
  • Por meio da cultura, o homem passou a depender mias do aprendizado do que agir através de atitudes geneticamente determinadas.
  • O processo de endoculturação que determina o comportamento e a capacidade artística ou profissional.
  • A cultura é um processo acumulativo.
  • Toda a experiência de um indivíduo é transmitida aos demais, criando assim um interminável processo de acumulação.
  • A linguagem humana é um produto da cultura, mas não existiria cultura se o homem não tivesse a possibilidade de desenvolver um sistema articulado de comunicação oral.

V – IDÉIA SOBRE A ORIGEM DA CULTURA

  • Paleontologia busca a origem da cultura (lógica biológica)
  • Richard Leackey e Roger Lewin
  • A vida arborícola – responsável pela eclosão de uma visão estereoscópica
  • Juntamente com a capacidade de utilização das mãos: abertura de um mundo tridimensional. Pegar um objeto e examiná-lo, atribuindo significado próprio.
  • Bipedismo: animal parece maior e mais intimidante, para transportar objetos, para utilizar armas e mais visibilidade.
  • Cultura seria resultado de um cérebro mais volumoso e complexo
  • Antropólogos buscam a origem da cultura
  • Claude Lévi-Strauss: considera que a cultura surgiu no momento em que o homem convencionou a primeira regra (incesto)
  • Leslie White: considera que a passagem do estado animal para o humano ocorreu quando o cérebro do homem foi capaz de gerar símbolos.
  • Todo o comportamento humano se origina com o uso de símbolos. Sem o símbolo não haveria cultura. Para perceber o significado de um símbolo é necessário conhecer a cultura que o criou.
  • Teoria do ponto crítico: eclosão da cultura como um acontecimento súbito, um salto quantitativo na filogenia dos primatas
  • Teoria rejeitada, pois a natureza não age por saltos. O salta da natureza foi contínuo e incrivelmente lento.
  • Clifford Geertz: não há ponto crítico
  • A cultura desenvolveu-se simultaneamente com o próprio equipamento biológico. Compreendida como uma das características da espécie, ao lado do bipedismo e de um adequado volume cerebral.

VI – TEORIAS MODERNAS SOBRE CULTURA

  • Teorias idealistas de cultura
  • Cultura como sistema cognitivo (W. Goodenough)
  • Cultura é um sistema de conhecimento: consiste em tudo aquilo que alguém tem de conhecer ou acreditar para operar de maneira aceitável dentro de sua sociedade.
  • Cultura como sistemas culturais (Claude Lévi-Strauss)
  • Cultura como um sistema simbólico que é uma criação acumulativa da mente humana. O seu trabalho tem sido o de descobrir na estruturação dos domínios culturais (mito, arte, parentesco e linguagem) os princípios da mente que geram essas elaborações culturais.
  • Cultura como sistemas simbólicos (Clifford Geertz e David Schneider)
  • Geertz: a cultura dever ser considerada não um complexo de comportamentos concretos, mas um conjunto de mecanismos de controle, planos, receitas, regras, instruções para governar o comportamento.
  • Todos os homens são geneticamente aptos para receber um programa, a cultura.  
  • Schneider: cultura é um sistema de símbolos e significados. Compreende categorias ou unidades e regras sobre relações e modos de comportamento.

PARTE DOIS – COMO OPERA A CULTURA

CAPÍTULO 1: A CULTURA CONDICIONA A VISÃO DE MUNDO DO HOMEM

  • Homens de culturas diferentes têm visões desencontradas das coisas.
  • Herança cultural nos condicionou a reagir depreciativamente ao comportamento daqueles que agem fora dos padrões aceitos.
  • O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são o resultado da operação de uma determinada cultura.
  • Indivíduos de culturas diferentes podem ser facilmente identificados.
  • Exercício da fisiologia pode refletir diferenças de cultura (riso).
  • Dentro de uma mesma cultura, a utilização do corpo é diferenciada em função do sexo.
  • O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida o mais correto e o mais natural (Etnocentrismo).
  • O costume de discriminar os que são diferentes pode ser encontrado mesmo dentro de uma sociedade.
  • Práticas de outros sistemas culturais são catalogadas como absurdas.

CAPÍTULO 2: A CULTURA INTERFERE NO PLANO BIOLÓGICO

  • Apatia: perda de motivação da vida quando inserido em outra cultura.
  • Doenças psicossomáticas: fortemente influenciadas pelos padrões culturais.
  • A sensação de fome depende dos horários de alimentação do que são estabelecidos diferentemente em cada cultura.
  • Em muitas sociedades humanas, os horários foram definidos diferentemente, assim, o indivíduo pode passar um grande número de horas sem se alimentar e sem sentir a sensação de fome.
  • A cultura também é capaz de provocar curas de doenças, reais ou imaginárias. Isso acontece devido à fé do doente na eficácia do remédio ou no poder dos agentes culturais.

CAPÍTULO 3: OS INDIVÍDUOS PARTICIPAM DIFERENTEMENTE DE SUA CULTURA.

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