Cultura: Um conceito antropológico
Por: Filipe Dos Reis • 13/4/2018 • Ensaio • 1.747 Palavras (7 Páginas) • 313 Visualizações
PLANEJAMENTO PRELIMINAR
DISCIPLINA: Introdução As Ciências Sociais
CURSO DE GRADUAÇÃO: Ciências Econômicas
TURMA: 2018/1
TEMA DO SEMINÁRIO: CULTURA Um conceito antropológico (Segunda parte; COMO OPERA A CULTURA)
GRUPO 03:
- Daniel;
- Danilo Chaves;
- Felipe;
- Filipe dos Reis Lucas;
- Thiago Araújo.
Roque de Barros Laraia: antropólogo brasileiro, natural de Pouso Alegre, Minas Gerais. Graduou-se em História, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1959. E participou, da primeira turma, do curso de Especialização em Teoria e Pesquisa em Antropologia Social, do Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1960.
A partir de 1969, reorganizou o Departamento de Ciências Sociais e participou da organização de alguns cursos de Pós-Graduação (Antropologia, Sociologia e Economia), na Universidade de Brasília (UnB).
Formou-se em Doutor em Ciências (Sociologia), pela Universidade de São Paulo (USP), em 1972. Tendo como orientador, o Doutor Florestan Fernandes.
Realizou estágio Pós-Doutoral, na Universidade de Sussex, Inglaterra. Entre 1977 e 1978.
Ocupou, ao longo de sua carreira, diversos cargos de importância acadêmica e institucionais, tais como:
- Diretor do Instituto de Ciências Humanas (UnB), 1970-1976;
- Pesquisador Nível 1-A do Conselho Nacional de Pesquisa, 1986-2003;
- Professor Emérito da UnB, desde 1992.
- Diretor de Assuntos Fundiários da FUNAI, 1999-2000;
- Membro Titular do Conselho Nacional de Imigração, 1993-2011;
- Membro Titular do Conselho Consultivo do IPHAN, 2004-2013;
Publicou inúmeros artigos, notadamente sobre índios do Brasil e sobre teoria antropológica, em revistas especializadas do Brasil e também internacionais. E vários livros, entre esses:
- Índios e castanheiros (em parceria com Roberto da Matta), São Paulo, Difusão Europeia do Livro, São Paulo, 1967. 2ª Edição: Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1979;
- Cultura, um conceito antropológico, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1986. Atingiu a 24ª reimpressão em 2012;
- Tupi, os índios do Brasil atual, São Paulo FFLCH/USP, 1987;
- Los Indios de Brasil, Ediciones Mapfre, 1993. 2ª edição: Quito, Ediciones Abya dYala, 1995. 3ª edição, Ediciones Mapfre, CD Rom, Madrid, 1998.
CULTURA, um conceito antropológico
(Segunda parte; COMO OPERA A CULTURA)
- A cultura condiciona a visão de mundo do homem
Neste capítulo, o autor trabalha com o conceito de etnocentrismo. Fenômeno no qual, o homem (indivíduo, ou grupo) tende, por influencia da sua herança cultural (conjunto de costumes e crenças, desenvolvidos através de inúmeras gerações) a preterir o modo de vida dos demais (grupos), em função do seu próprio. ¹
Cita por exemplo, Ruth Benedict, “a cultura é como uma lente, através da qual o homem vê o mundo”. E por existirem muitas variedades de cultura, existem também, muitas formas de o homem ver o mundo. ²
Em sua análise, classifica o etnocentrismo, como um fenômeno universal. Ou seja, o ponto fundamental de referência, para o homem, não é a humanidade, mas o seu grupo. Sendo comum a crença de que a própria sociedade, ou grupo, é o centro da humanidade, ou mesmo a sua única expressão. Daí surgem as crenças do povo eleito e da predestinação. Crenças tais, que contêm o germe do racismo e da intolerância, que com frequência, são utilizados para justificar a violência praticada contra outros. ³
¹ página 72
² página 67
³ página 73
- A cultura interfere no plano biológico
Segundo Laraia, além de a cultura interferir, na satisfação de necessidades básicas. Também pode condicionar outros aspectos biológicos e, até mesmo decidir sobre a vida e a morte de membro do sistema. ¹
Como exemplo, toma:
- Apatia:
Ao invés de superestima, em uma situação crítica, membros de uma cultura, abandonam a crença em seus valores culturais, e por consequência, perdem a motivação de se manterem unidos e vivos. ¹
Como o caso de parte da população Kaingang de São Paulo. ²
- Doenças psicossomáticas:
Tais como a sensação de fome, que depende dos horários de alimentação, estabelecidos diferentemente em cada cultura.
Ou a velha crença de que a combinação, entre leite e manga, é perigosa. Quem nela crê, provavelmente se sentirá mal, ingerindo os dois alimentos simultaneamente. ³
- Cura de doenças:
Existem casos em que, a cultura é capaz de provocar curas de doenças (reais, ou imaginárias). Tais curas ocorrem, em decorrência da fé do doente, na eficácia do “remédio”, ou no poder dos agentes culturais. O autor cita o exemplo de uma técnica praticada por Pajés dos índios Tupi. ³’
¹ página 75
² página 75-76
³ página 77
³’ página 77-79
- Os indivíduos participam diferentemente de sua cultura
Aqui Laraia, explica a limitação que cada indivíduo tem, na participação em sua cultura. Ou seja, nenhum individuo consegue participar de todos os elementos de sua cultura. Usa como exemplo, o maior acesso (em algumas sociedades) de um determinado sexo, em razão do outro, e também as limitações para determinadas faixas etárias dos indivíduos. ¹
Afirma, porém, que apesar disso, deve existir o mínimo de participação do indivíduo na pauta de conhecimentos de sua cultura, para que seja possível a sua articulação com os demais membros da sociedade. Todos devem saber como agir em determinadas situações e, também como prever o comportamento dos outros. Somente assim é possível o controle de determinadas ações. Salvo quando ocorrem períodos de mudança cultural e principalmente, quando estes são determinados por forças externas, quando surgem fatos inesperados e de difícil manipulação (por se tratarem de fatos sem precedentes e que, portanto não são controladas pelo conjunto de regras ordinárias). ²
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