Estratificação e Desigualdade by Patrícia Teixeira
Por: joana2000444 • 31/12/2022 • Exam • 4.165 Palavras (17 Páginas) • 66 Visualizações
Sociologia Geral
Classe, Estratificação e Desigualdade by Patrícia Teixeira (prezi.com)
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A sociologia como ciência
O que é a Sociologia- estuda não só a vida social humana, dos grupos e das sociedades, ou seja, o estudo do nosso comportamento enquanto seres sociais a partir da interação mais casual até ao processo social estrutural ou global.
A imaginação sociológica permite-nos ver que muitas coisas que nós pensamos que são como dadas, no entanto, são influências da vida passada e que muitos fenómenos que parecem dizer respeito apenas a um indivíduo afinal refletem questões mais amplas.
A sociologia ajuda na nossa vida, em que entre elas, podemos citar a consciência de diferentes culturas (se compreendermos melhor o modo de vida das pessoas, perceberemos melhor os problemas delas), avaliação dos efeitos das políticas (fornece uma ajuda na avaliação dos resultados de iniciativas políticas, como na segunda guerra mundial, as pessoas mudadas para os centros da cidade eram suposto ter um bom nível de habitação, no entanto, a investigação mostrou que se sentiam isoladas e infelizes) e por fim, a auto-consciencialização (uma vez que os políticos não pensam quase nunca nas pessoas + pobres, os grupos de consciência podem assim responder a essas medidas governamentais, podendo ou não beneficiar delas).
Os primeiros teóricos
O termo sociologia foi criado por AUGUSTE COMTE, este via a sociologia como uma ciência positiva e que nesta devia ser aplicada os mesmos métodos que a física ou a química no estudo da sociedade. Comte propôs também que as tentativas de compreender o mundo passavam por 3 estágios: teológico (sociedade vista em termos sobrenaturais), metafísico (sociedade vista em termos naturais) e positivo (aplicação de técnicas científicas ao mundo social).
ÉMILE DURKHEIM via a sociologia como uma ciência que podia ser usada para elucidar questões filosóficas tradicionais, examinando-as de modo empírico e o seu famoso princípio básico era o de que a sociologia deveria “estudar os fatos sociais como coisas”, ou seja, a vida social deveria ser analisada do mesmo modo como são analisados os objetos e fenómenos da natureza. Defendia que os sociólogos, antes de aplicar métodos sociológicos no estudo de indivíduos, deveriam investigar os fatos sociais, já que estes determinam as nossas ações como indivíduos. Além disso, Durkheim foi também responsável pelo estudo famoso a respeito do suicídio e identificou quatro tipos de suicídio: egoísta (fraca integração na sociedade e ocorre quando os laços estão enfraquecidos), anómico (ausência de regulação social), altruísta (integração excessiva) e fatalista (excessivamente regulado pela sociedade).
Embora KARL MARX tenha tido como preocupação relacionar os problemas económicos com as instituições sociais, este centrou-se ainda mais nas mudanças do tempo moderno, acreditando que essas mudanças estavam ligadas ao desenvolvimento do capitalismo, criando divisão e luta entre classes. O autor identificou dois elementos cruciais nas empresas capitalistas. O primeiro é o capital e o segundo que está intimamente ligado à acumulação de capital é o trabalho assalariado, ou seja, operários. Marx acreditava que aqueles que têm o capital, os capitalistas, são a classe dominante enquanto grande parte da população é classe operária. Assim, segundo Marx, a distinção entre classes emergentes a partir do capitalismo e as suas relações eram caracterizadas pelo conflito. Este tem uma conceção materialista da história, segundo a qual a mudança social não é promovida por valores humanos, mas sim por fatores económicos. Marx acreditava ainda na inevitabilidade de uma revolução da classe trabalhadora que derrubaria o sistema capitalista e abriria portas a uma nova sociedade onde não existissem classes- sem grandes divisões entre ricos e pobres (mudança social).
MAX WEBER tentou compreender a natureza e as causas da mudança social. Weber foi influenciado por Marx, mas mostrou-se também muito crítico em relação a alguns dos principais de Marx, este rejeitou a conceção materialista e deu ao conflito entre classes um significado menor do que Marx. Na perspetiva de Weber, os fatores económicos e as ideias e valores tinham todos o mesmo impacto sobre a mudança social, Max defendia que a sociologia devia centrar-se na ação social e não nas estruturas. Para Weber, o que estava por detrás da mudança eram as ideias e as motivações humanas- as ideias, os valores e crenças tinham o poder de originar transformações. Este entendia que as estruturas da sociedade eram formadas por uma complexa rede de ações recíprocas e que a tarefa da sociologia era procurar entender o sentido por detrás destas ações.
Olhares sociológicos:
Auguste Comte e Émile Durkheim - Funcionalismo
Karl Marx - Marxismo ou Perspetiva do Conflito
Max Weber e George Mead – Interacionismo Simbólico
FUNCIONALISMO: defende que a sociedade é um sistema complexo cujas partes se unem para garantir estabilidade e solidariedade. Segundo esta perspetiva, a sociologia, deve investigar o relacionamento das partes da sociedade entre si e para com a sociedade enquanto um todo. Ressalta-se ainda a importância do consenso moral na manutenção da ordem e da estabilidade entre os indivíduos da sociedade.
PERSPETIVA DO CONFLITO: defende um “modelo” abrangente para explicar como a sociedade funciona, essa abordagem sublinha a importância das divisões da sociedade, que surge do facto de os indivíduos e grupos terem interesses distintos, centrando a análise em questões de poder, na desigualdade e na luta. Os teóricos do conflito tendem a ver a sociedade como algo que é composto por diferentes grupos que lutam pelos seus próprios interesses e analisam ainda, as tensões existentes entre grupos dominantes e desfavorecidos da sociedade, procurando perceber como se estabelecem e se prolongam as relações de controle.
INTERACIONISMO SIMBÓLICO: diferentemente do funcionalismo e da perspetiva de conflito, a perspetiva da ação social dá importância ao papel desempenhado pela ação e pela interpretação dos indivíduos de uma sociedade na formação de suas estruturas. Weber é apontado como um dos primeiros defensores dessa perspetiva e influenciou de forma indireta no desenvolvimento do interacionismo simbólico. No interacionismo simbólico há um interesse pela linguagem e o sentido, defendendo que os seres humanos dependem de símbolos partilhados e entendimentos comuns nas suas interações uns com os outros e dá relevância ao papel dessas interações na criação da sociedade e das suas instituições. Assim, dirige a nossa atenção para os detalhes da interação interpessoal, e para a forma como esses detalhes são usados para conferir sentido ao que os outros dizem e fazem.
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