Ficha Elites Fundadoras
Por: JVaz2811 • 6/4/2016 • Trabalho acadêmico • 658 Palavras (3 Páginas) • 371 Visualizações
Unidade Orgãnica | Departamento de Ciências Sociais e Humanas | ||
Curso | Ciências Sociais | Ano: 2013/14 | 1º |
Disciplina | Formação Social Cabo-verdiana | Semestre | 2º |
Docente | Arceolinda Ramos | ||
Discente | João Vieira Vaz |
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FICHA DE LEITURA
Referencia Bibliográfica: Mateus, Dalila Cabrita, “A Luta Pela Independência – A Formação das Elites Fundadoras da FRELIMO, MPLA e PAIGC (capítulos I e II). Editora Mem Martins: inquérito Lisboa.
Palavras Chave: Descriminação, assimilados, civilizações,
A autora, começa por analisar, na introdução deste capitulo, as manobras do estado novo sob a concepção salazarista, levadas a cabo para ludibriar a abolição esclavagista e continuar a explorar as colonias em África. É neste sentido, que segundo a autora, Salazar implementa uma série de leis imperiais e de âmbito regional no sentido de legitimar a superioridade racial e de continuar a “civilização dos povos indígenas do ultramar”, uma vez que estes pela sua “inferioridade”, precisavam do branco superior e civilizado para os orientar.
O discurso de inferiorização dos negros, proferido por Salazar em 1933, repetia em 1957, descreve a autora: “Nós cremos que há raças decadentes ou atrasadas, ás quais perfilhamos o dever de chamá-las á civilização”, demostrando claramente a continuação da politica discriminadora salazarista em relação aos negros, os quais não possuíam capacidades de organizar ou de planificar uma determinada acção. Essa demonstração da incapacidade dos negros perdurou no tempo, ainda na década de 60, em plena luta de libertação, quando já haviam formado partidos políticos neste sentido, os negros serviam como mão-de-obra barata e produziam globalmente para o bem da metrópole, apesar de algumas mudanças havidas a partir da guerra de Angola. Dizia Salazar que: “ a civilização é um nobre conceito legal e leva séculos a criar um cidadão, (p.22, 2º §).
Apesar de se ter declarado portugueses a todos os indígenas em 1820, nada passou de simples formalidades, uma vez que os negros continuaram na mesma situação por mais um século sem sentir o gosto desta grandiosa aspiração de qualquer subjugado, não passando os assimilados, em Angola de 2% da sua população. Essa luta pela inferiorização dos negros estendeu-se á educação, que era para alguns e o conteúdo era estritamente português, facto que só veio a mudar em 1964, trazendo consigo também o aumento da frequência escolar por parte dos africanos, principalmente em Angola Moçambique e Guiné-Bissau.
Segundo a autora, o papel católico na educação africana foi quase que uma faca de dois gumes; trouce valores e melhorias importantes, mas também trouce dessabores e descriminação descritas em pormenor e até difíceis de digerir; ao deparamos com declarações de um bispo católico deste teor:
“participar nos movimentos de libertação é actuar contra a natureza”, “ a mãe pátria tem o direito de se opor à independência”; “ as independências africanas são portadoras de uma marca de revolta e comunismo”; “a África para os africanos era uma monstruosidade filosófica e um desafio à civilização”
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