ILHA DAS FLORES

ILHA DAS FLORES

O documentário Ilha das Flores nos remete a varias discussões sociais, que tomam maior proporção ao observar todo o contexto. O uso da linguagem cômica a principio não nos leva a percepção da problemática trabalhada, mais com o desenvolver do enredo nos deparamos com uma realidade deplorável, similar à realidade vivida em nosso país.

A miséria é ponto central do documentário, e nos faz questionar as formas de distribuição de renda e os impactos negativos causados pela desigualdade. Porque alguns têm acesso à qualidade de vida, enquanto outros vivem totalmente a margem de uma sociedade que carrega como ideologia os preceitos de justiça e igualdade?

A origem da desigualdade esta diretamente ligada às relações de poder, persistentes na historia do Brasil desde a antiguidade, a herança deixada pelo Brasil Colônia sobrevive até hoje perante métodos comportamentais. A lei do mais forte e a crueldade do sistema capitalista faz com que essa desigualdade seja perpetuada, gerando consequentemente a fome.

No documentário podemos identificar a exclusão de uma população alimentada por restos que não servem para os porcos, e diante do exposto, questiona-se o poder politico que é o regulador da vida em sociedade. Se todos nós cidadãos, temos o dever de escolher um representante para determinar aquilo que deverá ser cumprido, deveríamos por direito ter nossa dignidade garantida, a fome é afronta direta desses direitos, quando  não proporcionam métodos para que todos vivam da mesma maneira, e não garantem que todos tenham acesso as mesmas coisas.

Essa população excluída pelo meio social, que não tem acesso, que tem baixa qualidade de vida, sofre os impactos negativos dessa exclusão, o preconceito que é definido como uma consequência de generalização de uma imposição do meio marca o cotidiano daqueles que são excluídos politicamente, socialmente e economicamente, impedindo inclusive que os mesmos tenham acesso a uma melhor qualidade de vida. O preconceito impede que os excluídos tenham melhores oportunidades de acesso, de trabalho, permanecendo sempre a margem da sociedade.

Para minimizar essas problemáticas, seria necessário um olhar diferenciado daqueles que detém o poder perante a sociedade. Enquanto a mídia, o sistema econômico e os meios de consumo apoiar um sistema que necessita que uns tenham mais que os outros, dificilmente falaremos em igualdade. Seria necessário, no entanto, a mudança historia dessas perspectivas sociais para que acontecimentos como o que presenciamos no documentário deixassem de fato de existir.