O Gênero, Sexo e Sexualidade
Por: julialara8 • 13/5/2020 • Tese • 1.198 Palavras (5 Páginas) • 210 Visualizações
PUC MINAS
Primeiro Período de Psicologia - São Gabriel
Gabriela Pinho Santos
Júlia Lara Gabriel
Luíza Alves Tavares
Trabalho de Sociologia: estudos temáticos
Professor: Luís Flávio Sapori
Belo Horizonte, 2020.
Gênero: questão social ou biológica?
A partir da leitura do artigo "Gênero, sexo, sexualidade: categorias do debate contemporâneo", de WOLFF, Cristina S. e SALDANHA, Rafael A., podemos identificar a importância de se conhecer e entender a Questão de Gênero como debate atual. Desde o início da civilização ocidental, entende-se que os conceitos de "homem" e "mulher" possuem fronteiras bem definidas, uma vez que a sociedade determina os papéis de cada um. A partir do século XIX, com o avanço das lutas do movimento feminista e, posteriormente, LGBT, evidencia-se a necessidade de se analisar tais padrões sociais.
O texto especifica os conceitos de Sexo, Sexualidade e Gênero, três tipos de fenômenos que não devem ser confundidos, mesmo se relacionando entre si. O sexo, primeiramente, se determina por uma questão biológica, ou seja, natural do ser humano, que nasce macho, fêmea ou intersex (antes conhecido como hermafrodita) de acordo com suas genitálias. A sexualidade se define como a orientação sexual, ou seja, as práticas sexuais do indivíduo, podendo ser heterosexuais (orientado para o sexo oposto), homosexuais (orientado para o mesmo sexo), bisexuais (orientado para ambos os sexos), pansexuais (orientado para as pessoas trans) ou assexuais (orientada para nenhum). Já o termo Gênero, se refere aos aspectos culturais, como expressão do papel social definido como feminino e masculino. Ele define, por exemplo, como "o homem" e "a mulher", devem se vestir e se comportar, e até trabalhos e atividades que cada um pode ou não realizar.
Analisando o conceito de "Gênero" como algo construído socialmente, podemos relacionar os estudos de Peter Berger, no livro, "Perspectivas Sociológicas". No capítulo 4 da obra citada, é mencionado que o ser humano é um produto do meio social, e sua localização na sociedade constitui um conjunto de regras que devem ser obedecidas, exemplificado pelo padrão atribuído ao feminino e masculino. Esse conjunto de regras é mantido pelo controle social, referente aos meios utilizados por uma sociedade para "enquadrar" os indivíduos desviantes. Ainda no capítulo 4, Berger cita que a natureza social do ser humano problematiza toda e qualquer explicação biológica do comportamento humano, ou seja, a definições de mulher e homem são muito mais sociais do que naturais, muito mais de "gênero" do que de "sexo".
De acordo com o livro, a sociedade determina não só o que fazemos, mas o que somos, e a identidade é atribuída socialmente, sustentada socialmente e transformada socialmente. Por exemplo, o fato de nascer macho, do ponto de vista biológico, possui pouca relação com o papel específico masculino, definido socialmente. Entretanto, no capítulo 5, é abordado que a sociedade não é apenas uma realidade externa ao indivíduo, pois é internalizada por cada um, tornando uma realidade também interna. Na maior parte das vezes, o ser humano deseja aquilo que a sociedade impõe, ou seja, o comportamento humano é aprendido. Dessa forma, podemos dizer que a sociedade nos ensina, desde o início, o que significa ser feminino e masculino. Por exemplo, a partir do descobrimento do sexo do bebê (geralmente no quarto mês de gestação), seus pais já pintam seu quarto de rosa ou azul, compram vestidos floridos ou blusinhas de time de futebol, definindo não só quem somos mas o que usamos e o que gostamos mais, antes mesmo de nascermos.
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