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Patrimônio Cultural em Viçosa

Por:   •  3/5/2023  •  Artigo  •  1.233 Palavras (5 Páginas)  •  50 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

MINAS GERAIS - CAMPUS OURO PRETO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL

PROPOSTA DE TRABALHO

Discente: Fábio Cabral Durso - Matrícula 0057944

Sugestão de Orientação: Prof Flora d´El Rei Lopes Passos

Tema da Pesquisa

Impactos da especulação imobiliária na conservação e preservação do patrimônio cultural em Viçosa (MG): um estudo de caso sobre a gestão urbana no Balaústre.

Motivação inicial e explicação do tema

A intenção do estudo é analisar o processo de especulação imobiliária que assola o patrimônio cultural de Viçosa (MG), tomando como exemplo a região central do Balaústre (ou Balaustrada), que compõe parte da paisagem urbana e histórica do Munícipio. A motivação inicial que me faz pensar na temática é pelo fato de viver na região a ser pesquisada. Como cidadão viçosense e como profissional formado em Ciências Sociais, especializando Patrimônio, busco entender as relações sociais, os conflitos e interesses entre a sociedade civil organizada, poder público e iniciativa privada com a temática aqui apresentada.

Breve contextualização do local a ser pesquisado

O conjunto arquitetônico compreendido como Balaustrada ou Balaústre (como conhecido pela população) é um guarda-corpo ornamentado, formado por um muro de arrimo decorado, que dispõe postes de iluminação de ferro fundido e calçada arborizada. É uma avenida/trecho de 480 metros de extensão que possui setenta e oito conjuntos, com quinze balaústres cada. A sua construção é atribuída pela abertura da Avenida Bueno Brandão, aprovada em 1914, para a melhoria da paisagem urbana que valorizasse o logradouro que se formava paralelo à linha férrea que compunha o Distrito e Sede de Viçosa. O primeiro trecho da balaustrada foi construído em 1924, ligando a praça Emílio Jardim e a estação ferroviária. Já o segundo trecho foi construído entre os anos de 1957 e 1958, onde tal etapa buscou erguer muros de arrimo para a contenção da via. Tombado pelo Município por meio do Decreto nº 3436/99, o bem imóvel faz parte da paisagem urbana de Viçosa, sendo referência paisagística e conferindo beleza ao centro do Município. Possui um imenso valor social, histórico e artístico que remonta a formação da localidade. Além do mais, possui um conjunto arquitetônico composto com grandes casarios de estilo eclético implantados no logradouro, onde foi habitado por importantes figuras para a história político-social de Viçosa. Nas imagens (Figuras 1 e 2) a seguir é possível ver parte do Balaústre e do conjunto arquitetônico.

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               Figura 1: Balaustrada em Viçosa           Figura 2: Parte do Conjunto Arquitetônico do Balaústre
               Fonte: Acervo do Autor                          Fonte: Acervo do Autor

Problema a ser estudado (ou problemas)

Para o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, a Transferência do Potencial Construtivo (TPC) em Viçosa é uma alternativa para proteger alguns imóveis da especulação imobiliária que, por meio de algumas construtoras, está invisibilizando/apagando parte do patrimônio cultural municipal. Dessa forma, surge algumas indagações:

  1. Qual a relevância social das preservações e qual o acesso que a população de Viçosa poderia ter em relação a tais bens (como o Balaústre e seu entorno) que fazem parte do seu acervo cultural?

  1.  Como é feita essa gestão urbana e qual o papel do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural em relação ao jogo de forças com as construtoras que buscam apenas manter a fachada/parte frontal do imóvel, não respeitando o seu entorno e muito menos o patrimônio, a memória e a identidade da população? (Exemplos pelas figuras 3 e 4 - Residencial Cora Bolívar e Professora Nanhá Maciel, que são edifícios de classe média, localizadas no Balaústre, no qual foram preservadas somente a parte frontal e as fachadas dos antigos imóveis tombados).

 

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               Figura 3: Ed. Cora Bolívar                                    Figura 4: Ed. Prof. Nhanhá Maciel
               Fonte: Acervo do Autor                                        Fonte: Acervo do Autor

Hipótese inicial

Responder a tais perguntas requer um estudo mais aprofundado no qual essa proposta de pesquisa busca estabelecer. Mas, de forma bastante preliminar, é possível perceber que: a) o processo de escolha do que possivelmente pode ser tombado ou demolido e compreender as estratégias criadas para justificar os conflitos entre a especulação imobiliária e a preservação patrimonial, com suas diversas formas de proteção, podem nos ajudar a entender de forma mais direta o que está composta na paisagem urbana dessa região central; b) o processo de patrimonialização pressupõe uma seleção de determinados grupos de poder e, nesse sentindo, alguns espaços públicos (como o Balaústre e entorno) podem ser analisados como cenários de disputas entre lembranças e esquecimentos. Além disso podem ser vistos sobre uma ótica com grupos sociais que possuem poder e outros que são vistos como subalternos.

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