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Resenha - Classe operária vai ao paraíso

Por:   •  25/9/2015  •  Resenha  •  492 Palavras (2 Páginas)  •  874 Visualizações

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Resenha do Filme: a classe operária vai ao Paraíso

O filme “A Classe Operária vai ao Paraíso” é um filme escrito por Élio Petri em 1971. O diretor busca criticar as contradições do modelo capitalista em desenvolvimento na Itália, usando como protagonista um homem chamado Ludovico Massa, apelidado de Lulu, operário que era considerado exemplar por seus superiores, pois era ambicioso, e como os funcionários recebiam de acordo com a produtividade, era o mais produtivo de todos os trabalhadores. Lulu já acorda pensando em seu trabalho fazendo diversas analogias entre a fisiologia humana e as máquinas que compõe a fábrica, representando, assim, o homem-máquina. Os superiores hierárquicos tomam a produtividade de Lulu como base a ser exigida de todos os demais operários, o que faz com que os demais trabalhadores tenham um sentimento de raiva de Lulu.

A alienação dos trabalhadores é ilustrada por algumas cenas, como quando Lulu visita Militina, um ex-companheiro de trabalho que foi internado no hospício, por ter tentado estrangular o chefe que se recusou a dizer a utilidade daquilo que produziam. Outro fato é que ele calcula quantos dias de trabalho foram necessários para pagar os produtos de pouca utilidade que comprou para satisfazer o consumismo seu, de sua esposa e de seu enteado.

Lulu sofre um acidente de trabalho e tem um de seus dedos decepados. Os superiores, apesar disso, continuam a exigir a mesma produtividade do operário, e o leva à um psicólogo para tentar convencê-lo a produzir o mesmo que antes. Lulu começa a se irritar com a situação e se alia aos movimentos voltados à luta dos operários. Após apoiar o movimento, que gera uma série de conflitos, Lulu é demitido, o que gera ainda mais revolta nele.

Lulu conversa com seus companheiros e descreve que tem o sonho de ver os muros das fábricas caindo, que o aprisionam, o que é, por analogia, a queda do sistema capitalista. Ocorre uma humanização da personagem que no princípio do enredo, se limitava a ser homem-máquina.

Os ativistas que militam na porta da fábrica estão divididos em dois grupos: os sindicalistas ligados à esquerda reformista, que desejam lutas sem confrontação aberta para obter pequenos avanços à custa de muita negociação; e os militantes estudantis ligados à esquerda revolucionária, que querem transformar a sociedade como um todo. Sobre um dos lados, há a suspeita de oportunismo, e sobre o outro, a de apenas fazer discursos. Os estudantes, foragidos, refugiam-se na casa de Lulu, o que culmina no fim do relacionamento com sua esposa.

Na verdade, os operários ignoram os dois grupos o quanto podem. A alienação causa sofrimento, mas preferem se conformar do que aderirem à luta por melhores condições de vida, que gera embates, exige sacrifícios e escolhas, obriga o indivíduo a posicionar-se. O acidente com Lulu o obriga a tomar parte das mobilizações.

No final, tudo volta ao normal, com pequeno avanço, e com o sonho de derrubar o muro da alienação plantado em mais consciências.

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