Resenha Filme Quanto Vale ou é Por Quilo?
Por: Raphael Fillipe • 11/12/2018 • Resenha • 472 Palavras (2 Páginas) • 460 Visualizações
Instituto Federal de Anápolis – Campus Anápolis
Curso: Licenciatura em Ciência Sociais
2º Período
Resenha: Quanto Vale ou é por quilo?
Raphael Fillipe Cordeiro de Lima
O filme Quanto Vale ou é por quilo?, é uma obra cinematográfica de Sérgio Bianchi, lançado em 2005, é mais uma mostra de como o cinema brasileiro tem um papel social de retratar a realidade.
De forma técnica, essa obra conta com uma linguagem documental aliada à ficção, um misto que faz com que o indivíduo que assista, a todo momento mude seu olhar, algo que é importante para a compreensão do filme. O texto é uma adaptação livre de “Pai contra mãe”, de Machado de Assis, em meio a pequenas crônicas de Nireu Cavalcanti sobre o período escravagista e sobre a escravidão, o filme tem o intuito de mostrar as contradições de um país permanentemente fixado à crise de valores.
Na intenção de trazer esse debate a realidade, o roteiro usa de dois espaços de tempos distintos: o século XVIII, a Casa Grande e a Senzala e os tempos atuais, apontando o fator crescente da exclusão social. O filme também faz uma crítica, às ONGs (Organizações Não-Governamentais) e ao conceito de responsabilidade social. Alguns teóricos acreditam que essa postura não governamental, é a mais nova obra de exploração damão-de-obra.
No início do filme, o diretor retrata uma cena ocorrida em 13 de outubro de 1799, quando capitães sequestram um cativo de dona Joana, negra alforriada, que havia comprado escravos para lhe ajudar em seus pequenos plantios. Se rebelando pelo que ocorreu é julgada, presa e condenada a pagar multa.
A história que acontece nos dias atuais, mostra uma ONG implanta o projeto “Informática na Periferia” que tinha como objetivo ensinar os jovens da periferia o básico da informática. Arminda, que foi chamada para trabalhar no projeto, nota que os computadores foram hiperfaturados, decide então expor o ocorrido, colocando assim sua vida em risco.
Candinho, jovem com família em situação de risco, sem emprego, com um filho a caminho, desejando subir socialmente, mas com dificuldades de manter a subsistência da sua família, recebe uma oportunidade de realizar um trabalho, trabalho este, o de matador de aluguel, considerando as necessidades, ele aceita. Contratado para matar Arminda, que morreria por denunciar o que conhecemos por caixa 2. Candinho supreende Arminda quando ela chega em casa, sem reação e em silêncio, não suplica por sua vida. Ele então executa Arminda, grávida, com dois tiros no peito.
Além deste, temos um segundo final colocado, neste, Arminda se rende à lógica da luta e propõe a Candinho que compartilhem o dinheiro que não fora contabilizado.
Dessa forma, o filme traz duas realidades à tona, a realidade do escravismo, associando Candinho aos Capitães-do mato, bem como a ineficiência de se tentar lutar contra a exploração, bem como o conformismo diante da realidade, diante de muitas derrotas que às vezes são trágicas
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